— Sra. Gabriela, os resultados mostram que você está com câncer no pâncreas em estágio terminal. A situação não é otimista. Sem tratamento, talvez reste menos de um mês de vida. Tem certeza de que não quer tentar? Seu marido concorda com isso? — Tenho certeza... ele vai concordar. — Respondi. Ao desligar a ligação com o médico, olhei para casa vazia, com o coração apertado por uma amargura indescritível. Eu pensei que fosse apenas uma velha dor no estômago. Mas afinal era câncer. Suspirei e olhei para a foto sobre a mesa. Na imagem, Samuel Alves, aos dezoito anos, me olhava com atenção. Mesmo depois de tantos anos, eu ainda me lembrava daquele dia. Os flocos de neve pousando no meu cabelo, e Samuel sorrindo, perguntando se aquilo contava como se estivéssemos envelhecendo juntos.
Leer másNum piscar de olhos, o tempo passou e logo chegou o aniversário de casamento deles.Samuel voltou para casa com um bolo que havia encomendado antecipadamente, mas encontrou a casa vazia, sem ninguém. Ele procurou por todos os cômodos, mas não encontrou nenhum sinal da Gabriela.O pânico da perda voltou a dominá-lo. Samuel, em desespero, preparava-se para ligar para a polícia, quando ouviu o som de pratos se quebrando na cozinha. Ele correu para lá e encontrou Gabriela, com os olhos vermelhos.— Querido, eu tenho câncer.Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, o ambiente ao redor ficou escuro, e Gabriela apareceu novamente, vindo de outra direção. Desta vez, ela estava magra e abatida.— Samuel, você acha divertido se enganar assim? — Ela olhou para ele com um olhar frio.A cabeça dele zunia.No instante seguinte, ela derramou lágrimas olhando para ele.— Samuel, me desculpa, mas dessa vez eu não vou te perdoar. Por que eu realmente não te amo mais. — Disse ela.O chão afundou rapid
Ele ficou assim até o entardecer. Sem querer voltar para aquela casa vazia sem a Gabriela, Samuel evitou os funcionários que foram fazer a inspeção.Só quando a noite caiu é que ele voltou ao túmulo.No cemitério à noite, a brisa da madrugava soprava suavemente, e o ambiente exalava uma sensação fria e sombria. Mas Samuel não sentia medo algum, pois ali jazia a pessoa que ele tanto amava e sentia falta.Ele deitou-se ao lado da lápide, acariciando com ternura a pedra fria. Sentiu uma paz interior nunca antes experimentada. Com o vento da noite soprando, Samuel adormeceu profundamente. Quando abriu os olhos, percebeu que estava deitado em sua cama. A luz do sol quente entrava pela janela, e todos os móveis ao redor lembravam que ele estava em casa."Quando é que eu voltei?" Ele se lembrava claramente de ter ficado no cemitério.Passos foram ouvidos do lado de fora, e em poucos segundos a porta se abriu. E quem entrou? Gabriela."Gabi... Ela... não tinha morrido?" Pensou ele.Samuel ol
Nesse período, Samuel tentou contato com ela várias vezes. Ela sabia que ele queria ver Gabi, mas sempre recusava.O que Susana nunca imaginou era que, no fim, ele usaria a polícia para tentar contatá-la.Os anos de amizade dificultavam que ela fosse cruel, afinal, ela temia que Samuel pudesse causar algum problema grave.Vendo que a situação não era tão séria, Susana se virou para sair. De repente, ouviu um baque, era Samuel se ajoelhando.Ele abaixou a cabeça, os ombros tremiam sem parar.— Susana, eu imploro. Eu imploro, por favor. Por favor, me leva para vê-la... — Ele suplicou.Susana nunca o tinha visto tão humilhado, seu coração de pedra finalmente amoleceu.No dia de visitar Gabriela, Samuel vestiu um terno especial. Era o presente de formatura que ela deu a ele quando se formaram. Ele comprou um grande buquê de margaridas e foi ao barbeiro arrumar o cabelo.Durante o caminho, os dois ficaram em silêncio.Após duas horas de viagem, o carro parou num lugar de beleza natural, com
— Viu? Eu disse que ele não ia conseguir se controlar! Não é que ele seja apaixonado demais, é que as mulheres ao redor não fazem o tipo dele! Mas, Samuel, você devia mudar de gosto, ficar só com o tipo da sua mulher, não enjoa? Mas contanto que você goste, a gente acha várias parecidas com ela para você... — A risada animada do homem ecoou no camarote.Samuel sentiu uma raiva subindo direto à testa, e empurrou a garota com toda força. Ele virou a mão e agarrou o pescoço dela, pressionando contra a mesa. A palma larga foi apertando devagar, deixando a bochecha da garota vermelha. Ela lutava incessantemente, tentando se soltar do aperto.— Samuel, para! Vai matar ela!Várias pessoas tentaram puxá-lo para longe. Vendo isso, a garota saiu do camarote se rastejando ajoelhada.— Já vou logo avisando! Quem falar mal da minha esposa de novo, eu não vou perdoar! E se alguém usar qualquer truque sujo assim de novo, não espere por clemência! — Samuel olhou friamente para todos ali.As pessoas se
Depois de resolver a situação com Cláudia, Samuel tirou uma longa licença do trabalho.Incapaz de aceitar o fato de a Gabriela ter partido, ele acabou se afogando no álcool.— Se eu soubesse antes que ela estava câncer, teria sido melhor. Se eu não tivesse sido seduzido por Cláudia, teria sido melhor. Se ao menos...Ele sentava no camarote do bar, virando bebida atrás de bebida em frustração. Samuel já tinha perdido a conta de quantos dias não dormia. A casa já não tinha mais o cheiro da Gabriela, e isso o impedia de ficar lá. A casa velha, que já quase tinha voltado ao seu estado original, não era mais como antes.Ele queria se anestesias com álcool para aliviar a dor da saudade. No entanto, apesar de beber várias garrafas, ele não ficava embriagado. Pelo contrário, ficava cada vez mais consciente.Ele tinha plena consciência de que ela não estava mais ao seu lado.Samuel deu um sorriso amargo enquanto virava outra garrafa, e se levantou para chamar o barman. Mas, ao sair, esbarrou e
Ela se ajoelhou e caminhou até Samuel. Segurou com força o pulso dele, os olhos cheios de lágrimas, implorando desesperadamente. Mas Samuel permaneceu inabalável.Cláudia rapidamente tirou um pedaço de papel do bolso e mostrou a ele.— Samuel, eu realmente sei que errei, pelo nosso filho, me perdoe! — Ela gritou com força. — Você sempre quis ter um filho, não é? Olha, logo teremos um! O seu sonho de ter uma família de três está prestes a se realizar...— Aff! — Samuel deu uma risada fria, apertando o queixo de Cláudia com tanta força que deixou uma marca roxa. — Quem disse que meu sonho é formar uma família de três com você? O que eu sempre quis foi com a Gabriela. Você, para mim, é apenas uma máquina.Depois de falar, ele friamente sacudiu a mão dela. Cláudia desabou no chão, sem forças e perdida.— Eu já disse várias vezes para você se colocar no seu lugar, mas você sempre esquece, e ainda machucou a minha esposa pelas minhas costas. Nesse caso, você deve arcar com as consequências!
Último capítulo