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Quando O Amor Chega Ao Fim

Quando O Amor Chega Ao FimPT

História Curta · Contos Curtos
Serena  concluído
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Índice

Quando sofri um acidente de carro e perdi o bebê, Aidan passava de carro com sua beta. Ele olhou com nojo para o sangue no chão e cobriu os olhos curiosos da Seraphina. — Não olha para essa sujeira. Dá azar. — Disse. No momento em que vi o carro dele, tentei chamá-lo por conexão mental. Mas até o carro desaparecer, não obtive resposta. Naquela noite, olhei para as marcas de batom na camisa dele e sorri com desdém. Foi então que senti uma pontada no coração. Imediatamente entendi e liguei para o Alfa da alcateia Valoria. — Kieran, já me decidi. Semana que vem vou para a sua empresa.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Assim que desliguei o telefone, Aidan empurrou a porta e entrou no quarto.

O cheiro do cigarro em sua mão me fez tossir sem parar, mas ele apenas olhava para o celular, com um olhar apaixonado.

Antes, eu reclamava por ele sempre se esquecer do celular e ficar incomunicável. Agora, ele não desgrudava do celular nem para tomar banho.

Seu rosto frio exibia um sorriso doce.

— O que você disse?

Mesmo falando comigo, seus olhos não se desviaram do celular, estava claro que ele não tinha intenção de olhar para mim.

Sem esconder nada, respondi diretamente que havia aceitado o convite de Kieran.

Aidan não reagiu, murmurou um simples "hum". Se eu não estivesse atenta, nem teria percebido a resposta.

Não fiquei surpresa, já estava acostumada com a indiferença dele.

Dessa vez, não discuti. Calmamente liguei o computador e comecei a editar o acordo de divórcio que ainda estava pela metade.

De repente, ele riu alto, pegou o casaco se preparando para sair, mas logo percebeu que sua camisa, antes impecável, estava toda amassada.

Foi aí que, como se estivesse me fazendo um favor, me lançou um olhar.

— Liora, foi só uma queda, nada é grave. Logo você estará curada. — Disse.

— Tudo bem. — Respondi com frieza e continuei digitando.

Aidan não estava errado. Nós, lobisomens, temos a capacidade de cura natural. Os ferimentos superficiais realmente não têm significado para nós.

Mas e a dor de perder um filho? Como ela pode ser curada?

Esse acidente tirou o meu bebê e também a última esperança que eu tinha em Aidan.

Enquanto eu estava deitada na cama do hospital, só ouvia o suspiro desamparado e impotente do médico. Ele disse que, se eu tivesse sido levada mais cedo, a criança poderia ter sido salva.

Aidan percebeu meu distanciamento e franziu a testa, incomodado.

Quando ele se preparava para vir ver o que eu fazia no computador, o celular dele vibrou.

Seu mau humor sumiu completamente só de olhar para o celular, e ele entrou empolgado no escritório.

Dei uma risada sarcástica e, com uma conta falsa, entrei no perfil privado de Aidan.

Então descobri uma postagem que estava bloqueada apenas para mim. Na foto, havia uma fileira alinhada de marcas de mordida no pescoço dele.

A legenda foi a gota d’água para me transformar numa piada: "Agradeço à Deusa da Lua por ter te trazido até mim."

Curti a postagem, peguei o acordo de divórcio recém-impresso e assinei meu nome.

Na manhã seguinte, Aidan acordou cedo de propósito, fazendo barulho pela casa. Ao sair do quarto, vi um presente bem embalado sobre a mesa, com um cartão: "Obrigado por estar sempre ao meu lado."

No momento em que toquei na fita do laço, ele deu um forte tapa na minha mão.

Minha pele branca inchou e ficou vermelha imediatamente, a dor me fez suar frio.

— Esse presente não é para você. — Me repreendeu. — O seu está do lado.

Foi então que notei a linha com palavras pequenas no cartão: "Para o meu amor verdadeiro."

Era para Seraphina.

Meus olhos recaíram sobre a caixinha barata de bijuteria. Ao abri-la, franzi as sobrancelhas ao ver os brincos. Sem pensar, joguei no lixo ao lado. Minha atitude deixou Aidan enfurecido.

— Liora! O que quer dizer com isso?! — Ele gritou comigo.

— Eu não tenho furos nas orelhas, você não sabe disso? — Respondi.

Em dez anos, nunca comprei ou sequer usei um par de brincos. Quem gostava de acessórios delicados era a Seraphina.

Ele se levantou apressado, quase virou a mesa, e chutou o lixo para longe.

— Faça o que quiser.

Após isso, Aidan se preparou para sair. Eu entrei no quarto e trouxe um saco.

— Leve para a lavanderia. — Disse a ele.

Ao ver a marca de batom na camisa, Aidan esfregou a testa, como se estivesse com dor de cabeça.

Parecia querer se explicar, mas não sabia como.

Olhou para mim e, ao ver que meu rosto não demonstrava raiva, suspirou de alívio.

— Vou pedir para a Seraphina tomar mais cuidado na próxima vez.

— Hoje posso te levar até a empresa. — Ele, relutante, sugeriu, ao ver que não respondi.

Desde que me tornei sua luna, meus colegas prestavam atenção a cada passo meu.

Aidan detestava ser alvo de fofoca e, por isso, nunca aparecia comigo em público.

Ele dizia que, como alfa, precisava dar o exemplo.

O que ele não sabia é que esse comportamento me fez virar uma piada para todos.

Mas desde o primeiro dia em que Seraphina se tornou sua beta, eles nunca mais se separaram, onde um ia, o outro ia junto.
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