Gabriela foi levada para a sala de cremação.
Samuel permaneceu do lado de fora da porta, mas não conseguia derramar uma única lágrima.
— Como ela morreu, afinal? — Perguntou.
— Câncer no pâncreas em estágio terminal. Foi descoberto há um mês.
Uma pontada aguda atravessou o coração de Samuel e ele mordeu os lábios instintivamente.
— Por que ela não me contou? Se eu soubesse antes... — Perguntou com a voz embargada.
— Ela não quis contar. Ou melhor, ela já tinha perdido todas as esperanças.
Samuel ficou paralisado, como se tivesse sido atingido por um raio.
Ela já havia se decepcionado com ele há muito tempo. Foi esse o pensamento que tomou conta do seu coração. Ele achava que ela entenderia que ele só queria ter um filho. Cláudia era só diversão.
Ninguém poderia substituir Gabriela. Ele jamais pensou em se divorciar dela.
Mas ela... Ela tinha perdido toda a esperança. A ponto de nem sequer querer avisá-lo que estava morrendo.
A visão dele ficou embaçada. Tudo à sua frente estava turvo