As paredes blindadas do bunker dos Santos pareciam me esmagar, como se quisessem me lembrar que, lá fora, a guerra ainda queimava.
Olga estava sob custódia. Ferida, humilhada, mas viva. E, de repente, aquilo não parecia uma vitória.
Parecia uma sentença.
Eu olhava para a tela do celular, ainda com a mensagem anônima em letras maiúsculas:
“QUEM VAI TE SALVAR DE SUA PRÓPRIA FAMÍLIA?”
Meu pai. Carlos Ayra.
O homem que me deu a vida, mas que, desde o início, nunca me deu nada além de correntes invisíveis.
Rafael quebrou o silêncio.
— É ele. — A voz dele era grave, cortante. — Não restam dúvidas.
A matriarca dos Santos, ao lado, apenas assentiu.
— O problema é que Carlos não j**a sozinho. Ele nunca jogou.
Meu peito apertou, pois eu sabia exatamente de quem ela falava.
Ana, minha irmã.
E, de todas as serpentes dessa guerra, ela era a que sabia sorrir melhor.
Na manhã seguinte, o Grupo Ayra parecia um formigueiro incendiado.
Jornalistas cercavam a entrada, investidores exigiam explicações, fu