Capítulo 22 – O jogo do pai
As paredes blindadas do bunker dos Santos pareciam me esmagar, como se quisessem me lembrar que, lá fora, a guerra ainda queimava.

Olga estava sob custódia. Ferida, humilhada, mas viva. E, de repente, aquilo não parecia uma vitória.

Parecia uma sentença.

Eu olhava para a tela do celular, ainda com a mensagem anônima em letras maiúsculas:

“QUEM VAI TE SALVAR DE SUA PRÓPRIA FAMÍLIA?”

Meu pai. Carlos Ayra.

O homem que me deu a vida, mas que, desde o início, nunca me deu nada além de correntes invisíveis.

Rafael quebrou o silêncio.

— É ele. — A voz dele era grave, cortante. — Não restam dúvidas.

A matriarca dos Santos, ao lado, apenas assentiu.

— O problema é que Carlos não j**a sozinho. Ele nunca jogou.

Meu peito apertou, pois eu sabia exatamente de quem ela falava.

Ana, minha irmã.

E, de todas as serpentes dessa guerra, ela era a que sabia sorrir melhor.

Na manhã seguinte, o Grupo Ayra parecia um formigueiro incendiado.

Jornalistas cercavam a entrada, investidores exigiam explicações, fu
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