Chegando na minha cobertura, o silêncio parecia mais pesado do que qualquer explosão.
Eu ainda sentia os flashes queimando meus olhos, ainda ouvia os gritos dos jornalistas ecoando. Mas o que me corroía era a frase final de Rafael:
"Você fez história hoje."
História, sim, mas também uma sentença. Porque cada vez que eu o enfrentava em público, meu pai se tornava mais letal.
E agora… ele tinha Lucas.
No edifício Ayra, a tempestade estava se formando.
Carlos caminhava de um lado para o outro em sua sala, as mãos atrás das costas, com os olhos fixos em nada. Ana o observava, sentada, cruzando as pernas como se estivesse assistindo a uma peça.
— O mundo acredita nela agora. — disse, quase divertida. — Olga confirmou em público.
Carlos parou e se virou devagar.
— O mundo acredita no que mostramos por último, não no que mostramos primeiro.
— Então o que vamos mostrar? — ela perguntou, inclinando-se.
Ele abriu um sorriso lento, cruel.
— Medo.
Ana arqueou a sobrancelha.
— E Lucas?
Carlos pego