A sala de reuniões estava tomada por tensão.
O som abafado das vozes dos jornalistas lá fora vibrava contra as vidraças como uma tempestade prestes a arrebentar.
Mas ali dentro, o silêncio se partia apenas pela respiração irregular dos presentes — diretores, advogados, conselheiros.
E no centro, a encenação de um tribunal privado: Carlos Ayra no trono, Ana ao seu lado como uma sombra branca, e Lucas jogado ao chão como um animal ferido.
O rosto dele estava inchado, sangue seco nas bochechas, o corpo tremendo de dor. Ainda assim, quando ergueu os olhos para mim, encontrei neles algo que me partiu: lealdade. Ele não havia me traído, mesmo quebrado.
Rafael avançou um passo, mas os seguranças já se colocaram entre ele e o centro da sala. O olhar dele era o de um lobo cercado.
— Então é isso? — minha voz ecoou. — Vocês trazem um homem espancado como troféu, como se isso limpasse suas mãos sujas?
Carlos riu baixo, sem se levantar.
— Não distorça, Joana. Este homem está aqui para provar que