Parte 12...
Gabriel
Havia algo de perigoso naquele desejo que crescia entre nós dois, um vício bom, feito de pele, cheiro, olhar e provocação.
Luna não era uma mulher comum. Era tempestade que começa mansa, mas devasta tudo por dentro.
Naquela noite, depois de colocar Lara na cama, esperei alguns minutos observando sua respiração calma, o cabelo espalhado no travesseiro, a boneca preferida entre os braços.
Meu coração apertava só de pensar em deixá-la ali, mesmo que por algumas horas. Mas a babá já tinha chegado. De confiança, amiga da minha irmã, responsável, atenciosa.
— Ela nem vai acordar - garantiu. — Pode ir. Aproveita. Se precisar eu ligo, não se preocupe.
E foi o que eu fiz.
Luna já me esperava no saguão do prédio, vestida com um casaco leve que mal escondia o vestido vermelho de alcinhas finas.
Ela sorriu ao me ver, como se fosse nossa primeira vez, como se tudo que aconteceu entre a gente ainda estivesse em brasa, queimando devagar, intenso e cheio de promessa.
No caminho