Entrega

A noite em Valéria parecia pulsar com uma energia que ecoava o tumulto interno de Savannah Reed. Após a sessão de fotos no estúdio, onde a tensão com Endrik Voss havia explodido em um beijo que quase os consumiu, ela sentia o desejo como uma corrente elétrica percorrendo seu corpo. Cada toque, cada olhar dele, havia derrubado mais uma camada das barreiras que ela construíra com tanto cuidado. Mas o medo ainda estava lá, sussurrando memórias de Mark e suas promessas quebradas. Savannah tentou se concentrar no trabalho, revisando as fotos no laptop, mas as imagens de Endrik — sem camisa, os olhos escuros cheios de vulnerabilidade e desejo — tornavam impossível ignorar o que estava crescendo entre eles.

Endrik, por sua vez, estava em seu loft, olhando para a cidade através da janela panorâmica. O rio refletia as luzes de Valéria, um espelho líquido que parecia zombar da inquietação em seu peito. Ele não conseguia tirar Savannah da cabeça: a curva dos lábios dela, o calor de sua pele, a forma como ela o desafiava e, ao mesmo tempo, se abria para ele. Desde Elena, ele havia jurado manter o coração trancado, mas Savannah era uma chave que ele não esperava encontrar. Ele pegou o celular, hesitando antes de enviar uma mensagem: “Jantar no meu lugar amanhã? Só nós dois. Quero conversar. Sem trabalho, sem jogos.”

Quando a mensagem chegou, Savannah estava deitada em sua cama, o estúdio silencioso exceto pelo zumbido da cafeteira no canto. Ela leu as palavras, o coração disparando. Era um convite para cruzar uma linha que ela sabia que não teria volta. Parte dela queria recusar, manter a segurança da distância, mas outra parte — a que ainda sentia os lábios dele nos seus — digitou uma resposta antes que pudesse mudar de ideia: “Ok. 20h. Me manda o endereço.”

O loft de Endrik ficava no topo de um prédio moderno no centro de Valéria, com paredes de vidro que ofereciam uma vista de tirar o fôlego. Quando Savannah chegou na noite seguinte, vestindo um vestido azul-escuro que abraçava suas curvas e deixava os ombros à mostra, ela sentiu um misto de nervosismo e antecipação. Endrik abriu a porta, usando uma camisa preta de mangas arregaçadas e calças que destacavam sua silhueta atlética. O sorriso dele era acolhedor, mas carregado de algo mais — uma promessa que fez o estômago dela dar um nó.

“Você veio”, disse ele, a voz grave enviando um arrepio por sua espinha. “Estava meio convencido de que você ia mudar de ideia.”

Ela ergueu uma sobrancelha, entrando no loft. “E perder a chance de te ver tentar cozinhar? Nunca.”

Ele riu, guiando-a para a cozinha aberta, onde o aroma de alho e ervas pairava no ar. A mesa estava posta com simplicidade elegante: pratos de massa com molho de tomate fresco, uma garrafa de vinho tinto e velas que tremeluziam, criando sombras suaves. “Não sou chef, mas sei me virar”, disse ele, servindo o vinho. “Espero que goste.”

O jantar foi surpreendentemente fácil. Eles conversaram sobre coisas leves no início — o progresso do projeto, as peculiaridades de Valéria, as histórias por trás das fotos dela. Mas, à medida que o vinho diminuía, a conversa ficou mais íntima. Endrik falou sobre sua infância, sobre como Lucas o inspirava a sonhar grande, e Savannah compartilhou memórias de sua adolescência, quando descobriu a fotografia como uma fuga para um mundo que podia controlar.

“Você já pensou em como seria se não tivéssemos nos conhecido?”, perguntou ela, girando a taça de vinho entre os dedos.

Ele se inclinou para frente, os olhos fixos nos dela. “Não. Porque desde que te vi, Savannah, não consigo imaginar um mundo onde você não esteja.”

As palavras a atingiram como uma onda, e ela sentiu o calor subir pelo pescoço. “Você sempre sabe o que dizer, não é?”

“Não é sobre saber o que dizer”, respondeu ele, levantando-se e contornando a mesa para ficar ao lado dela. “É sobre sentir. E eu sinto você, Savannah. Em cada maldito momento.”

Ela se levantou, os olhos travados nos dele, o espaço entre eles carregado de eletricidade. “Endrik, eu... tenho medo. De me machucar de novo.”

Ele tocou o rosto dela, o polegar traçando a linha do queixo. “Eu também. Mas estou cansado de fugir disso. Quero você. Não só hoje, mas para valer.”

O mundo pareceu parar. Savannah sentiu as últimas barreiras desmoronarem, e ela se inclinou, encontrando os lábios dele em um beijo que era tudo o que haviam segurado até agora. Era fogo — urgente, faminto, um incêndio que consumia tudo. As mãos dele encontraram a cintura dela, puxando-a contra seu corpo, enquanto as dela se enroscaram no pescoço dele, os dedos mergulhando no cabelo escuro.

Ele a levantou com facilidade, carregando-a para o sofá sem quebrar o beijo. As mãos dele exploravam as curvas dela, deslizando pelo tecido do vestido, enquanto os lábios traçavam um caminho ardente pelo pescoço, pela clavícula, até a pele sensível logo acima do decote. Savannah arqueou o corpo, um gemido escapando enquanto as mãos dele encontravam a parte interna de suas coxas, o toque firme, mas cuidadoso, como se ele estivesse saboreando cada centímetro.

“Você é tão linda”, murmurou ele contra a pele dela, a voz rouca de desejo. “Quero te sentir, Savannah. Tudo de você.”

Ela puxou a camisa dele, arrancando os botões com uma urgência que a surpreendeu. O peito dele, quente e definido, estava sob suas mãos, e ela traçou as linhas dos músculos, sentindo-o estremecer sob seu toque. Ele tirou o vestido dela com uma lentidão torturante, revelando a pele bronzeada e a lingerie preta que a fazia sentir-se poderosa. O olhar dele era puro fogo, como se ele estivesse tentando memorizar cada detalhe.

“Você confia em mim?”, perguntou ele, parando por um momento, os olhos buscando os dela.

Ela assentiu, a respiração irregular. “Sim. Confio.”

O que veio a seguir foi uma entrega total. Eles se moveram juntos, uma dança de corpos e emoções, cada toque uma promessa, cada beijo uma confissão. As mãos dele exploravam com reverência, enquanto as dela agarravam, exigindo mais. A noite se dissolveu em sensações — o calor da pele, o ritmo das respirações, o som abafado dos gemidos. Era paixão, mas também algo mais profundo, uma conexão que ia além do físico. Quando finalmente se renderam um ao outro, foi como se o mundo tivesse se alinhado, mesmo que por um momento.

Na manhã seguinte, a luz do sol entrava pelas janelas do loft, banhando o quarto onde eles haviam acabado. Savannah acordou primeiro, aninhada contra o peito de Endrik, o som da respiração dele um lembrete da noite que haviam compartilhado. Mas, enquanto o observava dormir, a dúvida começou a rastejar. Foi apenas desejo? Ou havia mais? Ela queria acreditar no que ele dissera — que ele queria estar na vida dela de verdade —, mas o medo de ser apenas mais uma conquista a fez hesitar.

Ela se levantou silenciosamente, vestindo a camiseta dele que encontrara no chão. Caminhou até a janela, olhando para Valéria lá embaixo. Endrik acordou minutos depois, sentindo a ausência dela na cama. Ele se aproximou, envolvendo-a por trás, os braços fortes ao redor de sua cintura. “Bom dia”, murmurou, beijando o topo da cabeça dela.

“Bom dia”, respondeu ela, mas a voz estava hesitante. Ele sentiu a mudança no tom e virou-a para encará-lo.

“O que está errado?”, perguntou, os olhos escuros cheios de preocupação.

Savannah respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. “Ontem foi... incrível. Mas eu não sei o que isso significa. Para você. Para nós.”

Ele segurou o rosto dela com as duas mãos, o olhar firme. “Significa que eu quero você, Savannah. Não só por uma noite. Quero construir algo com você. Mas só se você quiser.”

Ela olhou para ele, o coração dividido entre o desejo de acreditar e o medo de se machucar. “Eu quero. Mas preciso de tempo para ter certeza.”

Ele assentiu, beijando a testa dela. “Então tomaremos o tempo que você precisar.”

Eles passaram a manhã juntos, tomando café e conversando sobre coisas leves, mas a dúvida ainda pairava no ar. Quando Savannah voltou para seu estúdio, a memória da noite anterior ainda queimava em sua pele, mas as perguntas permaneciam: era amor, ou apenas o calor do momento? Ela sabia que a resposta viria, mas por agora, o fogo entre eles estava mais vivo do que nunca.

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