Com depressão por ter sido traída, a garota certinha resolve se embebedar e passar a noite com o primeiro homem que conhece no bar. Acorda se lembrando apenas de pequenos flashes da noite anterior ao lado do lindo estranho. Fugindo do quarto, volta para casa com a consciência pesada, sem saber o que aconteceu. Segue em frente sem querer pensar muito sobre essa situação. Na ida até a casa de sua amiga, para comemorar a virada do ano, tem uma baita surpresa... Paralelamente, conhecemos Okan, um homem turco com um passado complexo e obrigações culturais que entram em conflito com seus desejos pessoais. O encontro entre Emily e Okan é o ponto de partida para uma história cheia de reviravoltas, onde o destino, os desafios culturais e emocionais moldam os caminhos de ambos. O enredo aborda temas como tradições, liberdade, atração e o impacto das decisões impulsivas. Com capítulos bem estruturados e narrativas alternadas, o livro mantém o leitor imerso na jornada emocional dos personagens principais.
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Numa saída com minhas amigas eu o conheci. Lembro-me como se fosse hoje. Eu ainda consigo sentir o ambiente da festa. A música alta e agitada que tocava. O cheiro de álcool do hálito de Carol, uma amiga que bebe mais do que deve. E eu fui na onda dela e nesse dia bebi muito também. Letícia, estava conosco. Ela que iria dirigir nesse dia, então não me importei em ficar alta.
Aquela garota toda certinha estava na fossa, triste e extremamente desanimada. Pela primeira vez, se sentindo solitária. O namoro de dois anos tinha acabado de forma trágica com a traição dele com uma das minhas melhores amiga.
Então, ele entra....
Logo me empertigo no banco quando eu o avisto. O cara alto, usando um terno caro, não combina com o lugar. Não só eu, mas não tinha uma pessoa que não virava o pescoço para vê-lo passar na pista de dança do salão com luminosidade amena. A forma como ele anda e olha tudo dá a entender que ele está à procura de alguém.
—Deem uma olhada naquele cara que acabou de chegar. — Letícia sopra no meu ouvido.
Sim, eu já havia reparado nele. Carol o olha descaradamente. Rindo.
—Meu Deus! Ele parece gringo. —Ela diz se segurando em mim quando tropeça em seus saltos prata.
Reparo nos fios prateados na lateral dos cabelos e isso aumenta meu interesse e me faz fixar meu olhar nele. Seu rosto marcado demonstrava uma certa maturidade que eu não estou acostumada. Ele deve ter, uns trinta e cinco anos?
Mulheres sorriem quando se esbarram nele. Ele as afasta e continua sua busca. Eu, como boba, não presto atenção em mais nada e toda hora meus olhos procuram os dele. Acho que por causa do efeito da bebida eu esteja tão ousada.
Ele me intriga.
O que um homem maduro está fazendo em uma festa de aniversário composta por jovens desmiolados?
—Deus! Ele está se dirigindo para cá. —Letícia fala, e se sentindo nervosa se vira para o balcão.
Carol que até então está com a cabeça jogada no balcão a ergue dizendo: —Gente, vou mijar e já volto.
—Deus! Que expressão chula! —Eu digo para ela.
Nesse momento o homem se aproxima de nós. Letícia fica vermelha quando seu olhar passa por nós duas, mas então, ele o fixa nos meus olhos com todo seu ar de confiança.
—Oi.
—Oi. —Digo com um leve sorriso. —Está perdido?
Ele sorri e passa os olhos pelos meus lábios. Isso faz com que arrepios corram minha espinha.
—Pareço perdido? —Ele diz e sorri.
Hum seu sotaque é lindo. Deus! E que sorriso! Uau!
—É que...
Ele vira mais o corpo para mim.
—Não combino com o lugar? —Pergunta.
Que sotaque é esse?
Tenho vontade de perguntar, mas ao invés disso, reparo nele melhor. Ele está vestindo um terno de cor cinza-chumbo. Sua camisa branca tem os dois primeiros botões abertos me dando um vislumbre de seu peito bronzeado tonificado. Ele parece ter saído do trabalho, pois a gravata está pendurada no bolso de seu paletó.
O cara é lindo. Maturidade é tudo que eu gosto. Nunca tive oportunidade de conhecer um homem assim e ele está sendo entregue para mim de bandeja.
Eu sorrio abertamente para ele, pouco racional da minha parte, mas não consigo deixar de flertar.
—Não! —Minha voz sai num sussurro.
Ele sorri. Pega o celular na mão quando ele vibra. Dá um sorriso e o guarda novamente. Então olha para mim. Seus ombros relaxaram e ele me olha mais descontraído. Na hora sinto um arrepio na espinha pois a natureza de seu olhar muda e ele me olha agora com grande interesse.
—Quantos anos você tem? —Ele pergunta olhando o meu copo de vodca.
Eu bebo o restinho da bebida e o olho com desafio.
—Vinte e dois. —Minto.
—Parece mais jovem.
Eu sorrio.
—Vou encarar isso como um elogio.
—Tem carinha de anjo.
Eu sorrio me sentindo superbem com as palavras dele.
—Estava procurando alguém? —O questiono.
Ele sorri.
—Você é bem observadora.
—Achou? —Questiono sentindo minhas bochechas vermelhas.
—Sim, acabei de receber uma mensagem que essa pessoa já chegou em casa.
O barman se aproxima dele e pergunta o que ele vai tomar. Ele pede um Scotch.
Ele é fino. Vejo por suas maneiras, pelo jeito dele se expressar. Não consigo deixar de olhar para ele. Então o desconhecido se vira para mim e eu digo:
—Acho que vou pedir outra bebida.
—Ao invés de beber, que tal sairmos daqui? Poderíamos ir a um lugar sossegado.
— Já estava preocupado. Tentei ligar no seu celular, mas só caía na caixa postal.— Ele ficou sem bateria. Eu te disse que estava na casa de meus pais. Por que não ligou para lá? — Digo e caminho até ele, observando como seus ombros têm uma tensão contida.— Porque estou aprendendo a conter esse gigante que às vezes se levanta dentro de mim, de preocupação.— De ciúmes. — Completo, parando a poucos passos dele.— Sim, de ciúmes. — Ele diz como se fosse um fato inescapável. — Está tudo bem? — Pergunta, me avaliando com olhos que não perdem nenhum detalhe.— Sim, amor.— Você passou bem?— Passei. Se não fosse assim, eu teria te falado.— Você é tão forte, tão independente, que às vezes acho que sofreria calada, ou passaria por algo e não me contaria.Eu o beijo nos lábios, com um gesto que busca dissipar suas inseguranças.— Compartilharei meus momentos bons e ruins com você, está bem assim?Ele me puxa para perto, e seu abraço é quente, confortante. Estamos íntimos assim na sala porque
EmilyNão imaginei que fosse possível sentir algo assim novamente, penso enquanto respiro com dificuldade. Meu corpo ainda está sensível, cada nervo à flor da pele, pulsando com uma satisfação que parece infinita.Okan deita ao meu lado e me puxa para seus braços. Sua respiração é rápida, irregular, enquanto ele tenta recuperar o fôlego. Eu ainda pairo sobre ele, ofegante, e o beijo suavemente, como se fosse impossível me afastar. Ele retribui, e o beijo se prolonga, cheio de uma necessidade mútua. É como se o tempo parasse, como se esse momento pudesse durar para sempre.Quando, finalmente, nossas bocas se separam, ele murmura:— Te amo.As palavras dele sempre têm esse efeito em mim. Sinto um arrepio percorrer minha pele, fechando os olhos por um instante para absorver a sensação. Quando os abro novamente, vejo seus olhos cheios de ternura e confesso, num tom que carrega todo o meu coração:— Te amo também. Muito.Okan sorri, aquele sorriso suave que me desmonta, e pega meu rosto co
Tia Olga me envolveu num abraço apertado, o rosto banhado em lágrimas que escorriam sem controle. Era evidente sua emoção, quase palpável no ar.As “malucas” se aproximaram em trajes inusitados de sereia. Os vestidos mignons realçavam cada curva de seus corpos, enquanto os decotes generosos atraíam olhares discretos — e outros nem tanto. Achei graça ao perceber as entortadas de nariz dos parentes de Okan enquanto elas avançavam, alheias aos julgamentos.Letícia foi a primeira a me abraçar.— Parabéns. Espero que sejam muito felizes juntos. Que bom que tudo se resolveu entre vocês.— Obrigada. Sim. Melhor do que sonhei.Ela sorriu de leve e lançou um olhar hesitante para Okan, claramente constrangida. Em vez de arriscar um beijo no rosto, estendeu-lhe a mão. Talvez por respeitar sua cultura turca. Ele apertou sua mão com um sorriso divertido, quase zombeteiro.— Felicidades. Cuida bem de minha amiga.— Pode deixar.Carol veio em seguida, me abraçando com entusiasmo desmedido. Inclinou-
Deus! Estou nervosa. Pelos sons que ecoam pela sala, é claro que há muitas pessoas aguardando ansiosas pela cerimônia. Meu casamento será simples, realizado por um juiz de paz. Sem vestido de noiva, sem henna nas mãos como manda a tradição turca.Mesmo assim, sinto uma paz confortante. O essencial é me unir ao homem que amo, aquele que tem se mostrado tão maravilhoso em cada gesto, em cada palavra. Okan me explicou que a cerimônia não durará muitas horas, o que considerei perfeito, pois sei que, no fundo, alguns familiares dele vão entortar o nariz pela natureza de nossa união. Melhor que seja breve.Kayra e minha mãe entram no quarto, trazendo uma aura de empolgação e carinho que aquece meu coração.— Okan já está te esperando no corredor — anuncia Kayra com um sorriso encorajador.Como o casamento será apenas civil, caminharemos juntos até o juiz de paz, de mãos dadas perante os convidados que já nos aguardam.— Está certo — respondo, tentando manter a calma.Lanço um último olhar p
Ah, mas hoje penso diferente. Hoje, compreendo a felicidade que é estar ao lado da mulher amada. Não sou mais aquele homem frio, guiado apenas por desejos carnais e obrigações.Solto o ar devagar, um sorriso escapando dos meus lábios enquanto as memórias dos últimos dias preenchem minha mente.Todos os dias eu a buscava no trabalho, e juntos almoçávamos no restaurante do hotel. Esses momentos se tornaram os melhores do meu dia. Conversávamos sobre tudo: nossos sonhos, nossos medos, nosso futuro juntos. E, em cada risada compartilhada, em cada olhar prolongado, eu me apaixonava mais um pouco.Emily se tornou minha alegria, minha paz, minha pessoa preferida. Quando estou com ela, sinto uma tempestade de emoções, cada uma mais intensa do que a outra, todas sussurrando o quanto eu a amo.Fecho os olhos, permitindo que uma memória especial me invada: o momento em que Emily finalmente confessou seus sentimentos por mim.Foi há uma semana. Estávamos em minha casa. Depois do jantar, meu pai s
OkanMeu casamento está prestes a acontecer lá embaixo, mas, antes disso, Ômer aparece no meu quarto, invadindo minha tranquilidade com sua presença carregada de cinismo. Ele cruza os braços e me observa com aquele olhar que mistura desdém e curiosidade, como se estivesse diante de algo incompreensível.— Então é sério mesmo? Você está se casando com Emily!Ajusto minha gravata diante do espelho. A imagem refletida é de um homem que se preparou não apenas para uma cerimônia, mas para assumir, diante de todos, o compromisso mais importante da sua vida.— Sim. Por que o espanto?Ele balança a cabeça lentamente, seu sorriso carregado de ironia. É impossível ignorar o tom ácido em sua voz.— Não, nenhum. Um filho. — Ele assobia, prolongando o som como se quisesse testar minha paciência. — Espero que a faça feliz.Viro-me para ele, mantendo a postura firme, mas sentindo o peso de suas palavras.— Você acha mesmo que estou me casando só por causa do nosso filho? Está enganado, Ômer. Estou m
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