Mundo ficciónIniciar sesiónLua, uma jovem ingênua do interior, se muda para a cidade em busca de oportunidades. Ela se torna secretária de Rodrigo, um empresário atraente, mas arrogante. Apesar de sua conduta fria, Lua se esforça para impressioná-lo. Durante uma festa da empresa, Lua é drogada por uma colega de trabalho ciumenta e acorda ao lado de Rodrigo. Envergonhada e traumatizada, Lua foge e abandona seu emprego. Meses depois, Lua descobre estar grávida. Determinada, ela recomeça a vida como florista no interior. Rodrigo, agora obcecado por Lua, descobre que ela tem uma filha sua e parte em busca dela, determinado a conquistar seu coração e assumir responsabilidades pela a sua filha. Mas será que Lua poderá perdoar Rodrigo e confiar nele novamente? Ou o passado doloroso a impedirá de amar novamente? "O CEO é o pai da minha filha" é uma história de amor, redenção e superação.
Leer másLua Fernandes era uma jovem de beleza delicada: cabelos castanhos, olhos verdes, estatura mediana e silhueta esbelta. Contudo, a aparência pouco importava para ela; o que realmente a movia eram os sonhos que desejava realizar com ardor, pois sempre nutrira ambições próprias. Naquele dia, uma agitação contagiante a invadia. Enquanto agradecia a Deus, sussurrou para si mesma:
— Ai, meu Deus, finalmente vou realizar meu sonho! Não consigo acreditar... Obrigada! Era o dia de sua mudança para a capital, onde buscava uma oportunidade como assistente de negócios. A alegria a envolvia, especialmente por ver seus esforços sendo recompensados. Desde jovem, Lua sempre fora incansável e estudiosa. Embora tivesse o apoio incondicional de sua tia Graça e do falecido tio Jorge — que partira três anos antes —, sentia que o amor deles era um presente, e jamais quisera abusar dessa dádiva. Ao completar a maioridade, após a perda do tio, assumira a pequena floricultura herdada dos pais, aliviando um pouco o fardo da tia. Mesmo cuidando do negócio, continuara os estudos. Agora, pré-selecionada nas empresas dos Alcântaras, uma onda de euforia a invadira. Via naquela oportunidade a chance de transformar sonhos em realidade. Ciente da concorrência feroz, a insegurança a acompanhava, mas sua determinação em deixar a pacata cidade era inabalável. Sabia que, ali, suas aspirações jamais floresceriam. Enquanto esperava ansiosamente pelo ônibus, estavam ao seu lado a melhor amiga Naty, o irmão dela, Caleb, e a tia Graça. Foi então que a tia, segurando suas mãos, falou com voz preocupada: — Ouça, filha... Você vai, mas meu coração fica apertado. Não estarei lá para te defender e proteger como sempre fiz. Lua sorriu, tentando confortá-la: — Tia, não se preocupe! Já sou bem crescida e forte o bastante. Consigo me defender sozinha. Gesticulou de forma exagerada, arrancando risos do grupo. Lua tinha o dom de espalhar alegria e fazer todos se sentirem à vontade. Caleb, irmão de Natasha — sempre atrevido e secretamente apaixonado por ela — comentou com um sorriso malicioso: — Sei disso, Lua. Ainda lembro do seu gancho de esquerda! O rosto da jovem ruborizou-se ao recordar o episódio: na adolescência, durante uma visita à casa de Naty, Caleb a surpreendera puxando-a para o sofá e roubando seu primeiro beijo. Como vingança, ela lhe desferira um soco. Naty, ao reviver a lembrança pelo olhar corado da amiga, gargalhou: — Bem feito pra você, mereceu! Onde já se viu? Achei foi pouco — devia ter ficado banguela! Caleb fez careta, e os quatro riram juntos. A leveza do momento, porém, dissipou-se quando Graça retomou o assunto com seriedade: — Sei que você é forte e valente, meu amor... Mas não falo desse tipo de defesa, anjo. — Respirou fundo antes de continuar, enquanto todos a ouviam atentos: — Refiro-me a pessoas mal-intencionadas. Infelizmente, elas existem em todo lugar. — Como assim, tia? — perguntou Caleb. Lua e Naty arqueavam as sobrancelhas, demonstrando também não terem entendido. — Bem, como vocês bem sabem, existem pessoas que são bondosas e sempre dispostas a ajudar outros incondicionalmente — explicou Graça. Natasha sorriu e falou, olhando para ela: — Sim, assim como a senhora, dona Graça! A tia agradeceu o elogio com humildade: — Obrigada, querida. Mas infelizmente nós também temos que ter muito cuidado com ovelhas em pele de lobo... Em todos os lugares, principalmente no trabalho. — Isso é verdade, dona Graça — apoiou Caleb, que trabalhava no RH de uma pequena empresa de advocacia da cidade. — Sei disso porque já fui prejudicado no meu trabalho por pessoas que um dia depositei minha confiança. — Isso, meu filho. É exatamente disso que eu estou falando — ela voltou a apertar as mãos de Lua e completou: — Lembre-se, minha querida: nem todas as pessoas são bem-intencionadas. Existem pessoas que fazem maldade com outras às vezes sem um motivo específico... Simplesmente por maldade mesmo — disse Graça com um olhar sábio. Lua a abraçou, tentando confortá-la. Foi quando ouviu Caleb também intervir: — É verdade, marrentinha! Sua tia está certa. Vais para uma capital onde a lei é do mais forte, e lá não terás o teu Hércules aqui para te salvar! — brincou ele, exibindo os braços para ela enquanto piscava. Ela sorriu e rebateu: — Nossa, às vezes vocês realmente acreditam que eu sou uma criancinha de sete anos! Não se preocupem, sim? Sou uma mulher de 22 anos, sei muito bem cuidar de mim mesma sozinha! — Tudo que peço, meu anjo, é que tome cuidado com as pessoas com quem se relacionar. Que não se engane com as aparências... São Paulo não é como *Santa Marta, onde todo mundo conhece todo mundo — insistiu a tia. Lua assentiu. Ao ver o ônibus chegar, percebeu que a mudança se tornara iminente. Pronta para abraçar o desconhecido, começou a se despedir. Naty riu enquanto a abraçava: — Não sei não, amiga... Acho que deveria ir com você. Afinal, acredito que sem mim, mal sabe amarrar o cadarço do tênis! Lua gargalhou: — É verdade, amiga! Vou me sentir muito só sem você por perto pra atazanar minha vida! Naty respondeu entre risos: — Mas sabe que se precisar, é só me ligar, amiga! Estarei sempre disponível pra você... Porque te amo, sua louca! Depois de abraçar a tia Graça com força — recebendo uma bênção entre lágrimas —, Lua virou-se para Caleb. Ele a apertou em seus braços e sussurrou em seu ouvido: — Ouça, linda... Sua tia me falou que assim que você se estabelecer na capital, virá visitá-la. Quando vier, tenho algo pra te dizer, ok? Ela sorriu, intrigada, e concordou com um aceno. Em seguida, comentou: — Bem, vocês sabem que só estou indo para a capital sem minha tia porque ela é uma teimosa e não quer vir comigo! Dona Graça sorriu e retrucou: — Esquece isso, filha! Você sabe o que eu penso de morar em cidade grande! — Sei, tia... Mas um dia vou lhe convencer — prometeu Lua, olhando para os amigos. — Conto com vocês, meus amigos, para cuidarem da minha tia enquanto eu não estiver. — Sabe que pra cuidar da tia Graça, sempre poderá contar conosco, amiga! — garantiu Naty. A idosa balançou a cabeça, fazendo graça: — Quem vai cuidar de quem? Os três riram. Após as despedidas finais, Lua entrou no ônibus pensativa. Amava a tia e sabia que ela estava certa sobre o mundo. Mesmo ciente dos perigos, acreditava na vastidão de possibilidades que a aguardavam. Enquanto o veículo partia, Graça orava em silêncio: "Deus proteja minha menina de todo mal!". Em seguida, dirigiu-se mentalmente à irmã falecida, pedindo que acompanhasse Lua na jornada. Sabia que a sobrinha sempre fora curiosa e ansiosa por novos ângulos da vida, mas temia que a inocência da jovem a tornasse vulnerável à crueldade alheia. Estava ainda enxugando as lágrimas quando Caleb e Naty a envolveram num abraço apertado. *Santa Marta é uma cidade fictícia, desconsidere se existir alguma real.Cinco anos haviam se passado. Anaïs, agora com dez anos, exibia um sorriso cheio de confiança, brincando e ensinando seu irmão mais novo, Daniel, de cinco anos, a montar em um pônei no haras da família. O sol da manhã iluminava o campo, refletindo nos olhos brilhantes das crianças, e Lua observava cada gesto com um misto de amor e orgulho. Entre um beijo suave e outro dado no topo da cabeça de Anaïs, Lua comentava com Rodrigo: — Viu só? Eles crescem tão rápido… e estão tão felizes. Rodrigo sorriu, segurando a mão da esposa, e respondeu: — Eles merecem toda a felicidade do mundo… assim como nós. Anaïs apontava para Daniel e dizia com entusiasmo: — Segura firme na rédea, Daniel! Não solta agora! Lua observava a cena, encantada, enquanto sua filha ensinava o irmão a manter o equilíbrio no pônei. O coração da mulher transbordava de alegria, e naquele instante, tudo parecia perfeito. — Meu amor, a Naty finalmente conseguiu engravidar de Júlio, como sempre desejou estava tão
O corredor do hospital parecia interminável. Rodrigo andava de um lado para o outro, a mão passando pelos cabelos já bagunçados de tanto nervosismo. Ainda usava a camisa clara que vestira para o passeio no resort, agora amarrotada e molhada de suor. O coração martelava contra o peito, e cada minuto de espera parecia uma eternidade. — Meu Deus… não deixa nada acontecer com ela — murmurava em silêncio, com os olhos marejados. Quando a porta da sala se abriu, Rodrigo correu até o médico. — Doutor? Como está a minha esposa? O médico sorriu, calmo. — O senhor pode ficar tranquilo. Sua esposa está bem, apenas precisou de repouso. Na verdade, tenho uma ótima notícia. Rodrigo o encarou, incrédulo. — Ótima notícia? — Sim — disse o médico, com serenidade. — Sua esposa está grávida. As palavras ecoaram como música nos ouvidos de Rodrigo. O homem que momentos antes estava à beira do desespero agora sentia o coração explodir em felicidade. Os olhos marejados se encheram de lágrima
Dias depois, no salão da Belle Femme, enquanto preparavam o grande evento de gala que celebraria o relançamento da marca, Rodrigo tomou o microfone diante de sócios, amigos e funcionários. — A Belle Femme renasceu — disse ele, orgulhoso — graças à mente brilhante e à coragem de Lua. Mas hoje tenho um anúncio ainda maior a fazer. Pegou a mão dela, com o olhar carregado de amor e intensidade. — Lua não é apenas minha parceira nos negócios. Ela é a mulher da minha vida. E diante de todos vocês, quero anunciar oficialmente: nosso casamento será daqui a um mês. O salão explodiu em aplausos, risos e gritos de comemoração. Sabrina bateu palmas sorrindo, encarando Hanna apenas em pensamento — a mulher que, naquele momento, já não passava de uma memória amargurada atrás das grades. Lua e Rodrigo se beijaram sob os aplausos, e Anaïs, erguida nos braços de Yumi, batia palminhas, rindo como se todo o medo tivesse se dissipado. Na penitenciária, Hanna acompanhava a cena através de uma r
A ligação seguinte de Hanna para Marco aconteceu de um hotel luxuoso, mas do outro lado Marco permanecia dentro da penitenciária de segurança máxima. O som metálico da linha monitorada, os passos pesados dos guardas ecoando no fundo, davam à conversa um tom ainda mais sombrio. — Então é isso que você realmente quer, Hanna? — disse Marco, a voz rouca de quem carregava anos de cadeia e arrependimentos. — Homens para sequestrar uma criança? — Não fale como se fosse um santo. — ela retrucou com irritação. — Quantas vezes você já não mexeu com gente inocente? — Não era criança. — respondeu seco. — A gente nunca encostou em criança. Houve uma pausa carregada. Hanna respirou fundo, impaciente. — Marco, você sempre foi cheio de moral quando te convém. Agora vai fingir que se importa? Preciso desses homens. Se você não conseguir, me diga logo. Ele apertou os dentes, lembrando de outro nome que ainda ecoava em sua mente. — Você se lembra da Cláudia? — murmurou, com raiva contida.
A grande sala de convenções da Bella Famme estava iluminada de forma impecável naquela manhã. Telões exibiam gráficos ascendentes, e o burburinho entre funcionários, diretores e investidores era de pura euforia. A fusão com a Floraison finalmente começava a dar frutos concretos: números em recuperação, novas linhas de produtos em fase de lançamento, contratos fechados com grandes redes internacionais. E tudo aquilo tinha um nome claro: Lua. Ela caminhava pelo espaço com a serenidade de quem sabia ter conquistado algo gigantesco, mas sem perder a humildade que sempre a diferenciara. Vestida de forma elegante e sóbria, recebia os cumprimentos com um sorriso caloroso. Rodrigo, ao lado dela, a observava com orgulho visível — não apenas como sócio, mas como homem que a amava. — Suas ideias foram um divisor de águas, Lua — comentou um dos diretores, erguendo uma taça de champanhe. — A empresa renasceu das cinzas por causa de você. Os aplausos se espalharam pelo salão. Funcionários ba
O mês passou rapidamente. Lua havia se mudado definitivamente para São Paulo, trazendo Anaïs consigo. A garotinha já se sentia adaptada à nova rotina: a escola estava organizada, amigos feitos, e o coração tranquilo por ter a mãe mais próxima do pai. Entre arrumações de livros e material escolar, Lua também ajustava sua vida profissional. Com a fusão das empresas Floraison e Bella Famme, sua atenção aos detalhes de contratos, reuniões e ajustes administrativos era exigida. Cada decisão tomada, cada negociação concluída, trazia uma sensação de alívio pois se percebia visivelmente, que as ideias de Lua para salvar a Belle Femme, estava realmente funcionando. Aliviados finalmente agora, Lua e Rodrigo poderiam finalmente planejar a vida juntos, sem distrações externas. Rodrigo, por sua vez, estava radiante. Ver Lua tão presente em São Paulo, participando da rotina da filha, rindo junto com Anaïs e ajudando a organizar cada detalhe da casa, fazia seu coração disparar de alegria. Ele s





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