A ligação seguinte de Hanna para Marco aconteceu de um hotel luxuoso, mas do outro lado Marco permanecia dentro da penitenciária de segurança máxima. O som metálico da linha monitorada, os passos pesados dos guardas ecoando no fundo, davam à conversa um tom ainda mais sombrio.
— Então é isso que você realmente quer, Hanna? — disse Marco, a voz rouca de quem carregava anos de cadeia e arrependimentos. — Homens para sequestrar uma criança?
— Não fale como se fosse um santo. — ela retrucou com irritação. — Quantas vezes você já não mexeu com gente inocente?
— Não era criança. — respondeu seco. — A gente nunca encostou em criança.
Houve uma pausa carregada. Hanna respirou fundo, impaciente.
— Marco, você sempre foi cheio de moral quando te convém. Agora vai fingir que se importa? Preciso desses homens. Se você não conseguir, me diga logo.
Ele apertou os dentes, lembrando de outro nome que ainda ecoava em sua mente.
— Você se lembra da Cláudia? — murmurou, com raiva contida.