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CAPÍTULO 2 – EM BUSCA DE EMPREGO

Ao pisar na cidade, Lua sentiu uma mistura de expectativa e nervosismo pulsando em seu peito. Como havia prometido à sua tia Graça, dirigiu-se à casa de Dona Sônia, uma mulher de sorriso acolhedor. Dona Sônia a levou até a mulher que alugava os apartamentos, e ao entrar no espaço que seria seu novo lar, Lua ficou encantada quando observou atentamente o apartamento e viu que, embora pequeno, exalava conforto e charme, com móveis que pareciam acolhedores.

Respirou fundo, absorvendo a energia vibrante do lugar, ciente de que, por seis meses, o aluguel não seria uma preocupação — pagara adiantado, afinal sempre economizara para esse momento. Seu foco agora estava na busca por emprego, e o primeiro alvo era a Belle Famme, a renomada empresa de cosméticos dos Alcântaras, conhecida por sua excelência.

Depois de um dia de compras e arrumações, Lua se deitou cansada, mas satisfeita. Enquanto a noite envolvia a cidade, revisou mentalmente cada passo que daria no dia seguinte. A conversa reconfortante com sua tia por telefone e a oração silenciosa — pedindo a orientação de sua mãe — a deixaram mais segura.

Na manhã seguinte, Lua se arrumou com cuidado. Ao chegar à Belle Famme, foi recebida por Hanna, a bela secretária de negócios, e assistente de Júlio Vasconcellos, sócio e amigo de Rodrigo, porém Lua não sabia, na verdade pensou que ela era apenas uma recepcionista. E sem perceber, Hanna a avaliou rapidamente, mas Lua estava tão concentrada em sua própria ansiedade que não notou. Ao virar-se, encontrou o sorriso falso da secretária, que disse-lhe de forma automática:

— Por favor, senhorita, queira me acompanhar!

Ela acompanhou a mulher, que a conduziu a uma sala repleta de outras candidatas. O ar estava carregado de expectativa. Lua cumprimentou as outras mulheres, percebendo que todas estavam bem vestidas e maquiadas. Tanto que uma leve insegurança a invadiu — sentiu que deveria ter caprichado um pouco mais com suas roupas e também se maquiado melhor. Notou ainda que as mulheres eram um pouco mais velhas que ela e, provavelmente, tinham mais experiência profissional. Naquele momento, o nervosismo aumentou quando ouviu uma delas comentar:

— Nossa, ouvi falar horrores do senhor Alcântara! Dizem que ele é arrogante, frio com todos e muito, muito exigente com os funcionários. Confesso que estou um pouco nervosa com essa entrevista...

As outras concordaram em coro, pois já haviam ouvido falar do humor tempestuoso de Rodrigo Alcântara — com exceção de Lua, que arregalou os olhos, surpresa. Uma candidata mais velha, tão bem vestida quanto as demais, falou de forma firme, porém resoluta:

— Acredito que todas estamos nervosas, mas o que tiver que ser será! Além disso, o senhor Alcântara não é nenhum bicho-papão!

Ao dizer aquilo, a mulher sorriu. Porém, ao contrário de ficar menos nervosa, Lua sentiu o coração acelerar ainda mais. Nesse momento, Sabrina — irmã de Júlio, que era mais uma sócia da empresa — entrou na sala. Sorrindo, perguntou se elas desejavam beber algo. Todas dispensaram, menos Lua, que respondeu:

— Sim, eu quero uma água, por favor!

A moça sorridente então falou:

— Oh, por favor, querida me acompanhe?

Ela assentiu e seguiu Sabrina até uma sala adjacente à das entrevistas. Ao abrir a porta, a designer mostrou-lhe os copos e o bebedouro. Lua, porém, notou que as mãos da mulher tremiam ao segurar o copo. Com um sorriso suave, arriscou:

— Está nervosa?

Lua limitou-se a sacudir a cabeça. Sabrina — num gesto compreensivo — tomou o copo de suas mãos e encarou-a intensamente:

— Entendo, senhorita. Ouvi o que as outras disseram sobre Rodrigo... Mas aquela candidata tinha razão: mesmo que ele pareça um ogro ou um homem das cavernas às vezes, não é nenhum bicho-papão. E se é exigente — fez um gesto amplo com as mãos, abarcando a grandiosidade do escritório —, é por tudo isso que você está vendo.

Aproximou-se mais, baixando a voz como se compartilhasse um segredo:

— Ele e meu irmão deram duro para manter essa empresa. Agora não podem vacilar — precisa estar sempre atento para saber quem contratar. Ambos só escolhem os melhores, do auxiliar de limpeza ao gestor. Tudo para manter a Belle Famme no topo do mercado. Entende?

Lua sentiu uma onda de determinação percorrer-lhe a espinha. Sorriu, lembrando-se das aulas:

— Compreendo, senhorita. Meu professor do curso sempre dizia: uma empresa é como um relógio. Todas as peças — pequenas ou grandes — precisam funcionar perfeitamente para não haver atrasos.

Sabrina franziu os lábios, impressionada:

— Exato! Você captou a essência. É bem inteligente, hein? Ah... Como disse mesmo seu nome?

— Lua Fernandes. Muito prazer!

— Sabrina Vasconcelos, muito prazer, Lua!

Olhando para ela, Lua sorriu suavemente. A conversa fluiu entre ambas com naturalidade, como se fossem amigas há séculos. Sabrina soube que Lua viera do interior para buscar oportunidades na capital, enquanto Lua descobriu que Sabrina tinha 28 anos era sócia e trabalhava na Belle Famme desde os 18 como designer. A designer compartilhou histórias inspiradoras — e alguns desafios — da empresa. Após alguns minutos, Sabrina foi chamada em outra sala e confessou:

— Espero do fundo do coração que o Rodrigo perceba sua inteligência. Não conte às outras, mas estarei torcendo por você.

Lua riu, encantada com a sinceridade. Notou, porém, a intimidade no modo como Sabrina se referia a Alcântara — pelo primeiro nome, que achara bonito. Pelo que entendera, o irmão de Sabrina era sócio dele.

Ao retornar à sala de espera, Lua estava revigorada. Hanna, a secretária que a avaliara com desdém desde o início, continuou a observá-la com olhos críticos. Quando viu Sabrina passar pelo corredor, abordou-a com um tom ácido:

— O que tanto conversava com aquela jeca, hein?

Sabrina, conhecedora do veneno verbal da colega, revidou com uma pergunta:

— Por que deseja saber?

Hanna não hesitou:

— Não fui com a cara dessa daí. Tem cara de sonsa, e odeio gente falsa.

— Que isso, Hanna! Nem conhece a garota para falar assim!

— Vá defendendo essa songa-monga... — cuspiu a secretária, os olhos estreitados. — Vai ver quando ela te passar a perna na primeira chance!

— Você é louca, só pode!

— Louca não! Eu, diferente de você, sou bem esperta com esse tipo de garota, isso sim! — Hanna cruzou os braços, o vermelho de suas unhas cintilando sob a luz fluorescente. — Não sou tola de achar que, por serem jecas com carinhas de santinha, são boazinhas! Saiba que, se dependesse de mim, essa garota jamais passaria dali.

Apontou com desprezo para a sala das candidatas. Sabrina balançou a cabeça, exasperada com a paranoia da colega:

— Mas não depende de você, Hanna! Só depende do Rodrigo. Então acho bom preparar seu coraçãozinho... — inclinou-se, sussurrando com ironia proposital — Essa garota tem futuro. E se eu percebi a inteligência dela, tenho quase certeza de que meu amigo também vai notar.

Ao dizer isso, Sabrina virou-se, deixando Hanna esbravejando sozinha no corredor. A secretária martelou o salto no chão, sibilando entre dentes cerrados:

— Tenho certeza de que, se Rodrigo perceber algo nessa mulherzinha, não será a inteligência... — Os olhos estreitaram-se, vítreos de possessividade. — Mas não aceitarei... Jamais aceitarei outra mulher tentando roubar o que é meu! Rodrigo é meu, e de mais ninguém!

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