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O CEO É O PAI DA MINHA FILHA
O CEO É O PAI DA MINHA FILHA
Por: Joss Austen
CAPÍTULO 1 - A MUDANÇA DE LUA PARA A CAPITAL

Lua Fernandes era uma jovem de beleza delicada: cabelos castanhos, olhos verdes, estatura mediana e silhueta esbelta. Contudo, a aparência pouco importava para ela; o que realmente a movia eram os sonhos que desejava realizar com ardor, pois sempre nutrira ambições próprias. Naquele dia, uma agitação contagiante a invadia. Enquanto agradecia a Deus, sussurrou para si mesma:

— Ai, meu Deus, finalmente vou realizar meu sonho! Não consigo acreditar... Obrigada!

Era o dia de sua mudança para a capital, onde buscava uma oportunidade como assistente de negócios. A alegria a envolvia, especialmente por ver seus esforços sendo recompensados. Desde jovem, Lua sempre fora incansável e estudiosa. Embora tivesse o apoio incondicional de sua tia Graça e do falecido tio Jorge — que partira três anos antes —, sentia que o amor deles era um presente, e jamais quisera abusar dessa dádiva.

Ao completar a maioridade, após a perda do tio, assumira a pequena floricultura herdada dos pais, aliviando um pouco o fardo da tia. Mesmo cuidando do negócio, continuara os estudos. Agora, pré-selecionada nas empresas dos Alcântaras, uma onda de euforia a invadira. Via naquela oportunidade a chance de transformar sonhos em realidade.

Ciente da concorrência feroz, a insegurança a acompanhava, mas sua determinação em deixar a pacata cidade era inabalável. Sabia que, ali, suas aspirações jamais floresceriam.

Enquanto esperava ansiosamente pelo ônibus, estavam ao seu lado a melhor amiga Naty, o irmão dela, Caleb, e a tia Graça. Foi então que a tia, segurando suas mãos, falou com voz preocupada:

— Ouça, filha... Você vai, mas meu coração fica apertado. Não estarei lá para te defender e proteger como sempre fiz.

Lua sorriu, tentando confortá-la:

— Tia, não se preocupe! Já sou bem crescida e forte o bastante. Consigo me defender sozinha.

Gesticulou de forma exagerada, arrancando risos do grupo. Lua tinha o dom de espalhar alegria e fazer todos se sentirem à vontade. Caleb, irmão de Natasha — sempre atrevido e secretamente apaixonado por ela — comentou com um sorriso malicioso:

— Sei disso, Lua. Ainda lembro do seu gancho de esquerda!

O rosto da jovem ruborizou-se ao recordar o episódio: na adolescência, durante uma visita à casa de Naty, Caleb a surpreendera puxando-a para o sofá e roubando seu primeiro beijo. Como vingança, ela lhe desferira um soco.

Naty, ao reviver a lembrança pelo olhar corado da amiga, gargalhou:

— Bem feito pra você, mereceu! Onde já se viu? Achei foi pouco — devia ter ficado banguela!

Caleb fez careta, e os quatro riram juntos. A leveza do momento, porém, dissipou-se quando Graça retomou o assunto com seriedade:

— Sei que você é forte e valente, meu amor... Mas não falo desse tipo de defesa, anjo. — Respirou fundo antes de continuar, enquanto todos a ouviam atentos: — Refiro-me a pessoas mal-intencionadas. Infelizmente, elas existem em todo lugar.

— Como assim, tia? — perguntou Caleb.

Lua e Naty arqueavam as sobrancelhas, demonstrando também não terem entendido.

— Bem, como vocês bem sabem, existem pessoas que são bondosas e sempre dispostas a ajudar outros incondicionalmente — explicou Graça.

Natasha sorriu e falou, olhando para ela:

— Sim, assim como a senhora, dona Graça!

A tia agradeceu o elogio com humildade:

— Obrigada, querida. Mas infelizmente nós também temos que ter muito cuidado com ovelhas em pele de lobo... Em todos os lugares, principalmente no trabalho.

— Isso é verdade, dona Graça — apoiou Caleb, que trabalhava no RH de uma pequena empresa de advocacia da cidade. — Sei disso porque já fui prejudicado no meu trabalho por pessoas que um dia depositei minha confiança.

— Isso, meu filho. É exatamente disso que eu estou falando — ela voltou a apertar as mãos de Lua e completou: — Lembre-se, minha querida: nem todas as pessoas são bem-intencionadas. Existem pessoas que fazem maldade com outras às vezes sem um motivo específico... Simplesmente por maldade mesmo — disse Graça com um olhar sábio.

Lua a abraçou, tentando confortá-la. Foi quando ouviu Caleb também intervir:

— É verdade, marrentinha! Sua tia está certa. Vais para uma capital onde a lei é do mais forte, e lá não terás o teu Hércules aqui para te salvar! — brincou ele, exibindo os braços para ela enquanto piscava.

Ela sorriu e rebateu:

— Nossa, às vezes vocês realmente acreditam que eu sou uma criancinha de sete anos! Não se preocupem, sim? Sou uma mulher de 22 anos, sei muito bem cuidar de mim mesma sozinha!

— Tudo que peço, meu anjo, é que tome cuidado com as pessoas com quem se relacionar. Que não se engane com as aparências... São Paulo não é como *Santa Marta, onde todo mundo conhece todo mundo — insistiu a tia.

Lua assentiu. Ao ver o ônibus chegar, percebeu que a mudança se tornara iminente. Pronta para abraçar o desconhecido, começou a se despedir. Naty riu enquanto a abraçava:

— Não sei não, amiga... Acho que deveria ir com você. Afinal, acredito que sem mim, mal sabe amarrar o cadarço do tênis!

Lua gargalhou:

— É verdade, amiga! Vou me sentir muito só sem você por perto pra atazanar minha vida!

Naty respondeu entre risos:

— Mas sabe que se precisar, é só me ligar, amiga! Estarei sempre disponível pra você... Porque te amo, sua louca!

Depois de abraçar a tia Graça com força — recebendo uma bênção entre lágrimas —, Lua virou-se para Caleb. Ele a apertou em seus braços e sussurrou em seu ouvido:

— Ouça, linda... Sua tia me falou que assim que você se estabelecer na capital, virá visitá-la. Quando vier, tenho algo pra te dizer, ok?

Ela sorriu, intrigada, e concordou com um aceno. Em seguida, comentou:

— Bem, vocês sabem que só estou indo para a capital sem minha tia porque ela é uma teimosa e não quer vir comigo!

Dona Graça sorriu e retrucou:

— Esquece isso, filha! Você sabe o que eu penso de morar em cidade grande!

— Sei, tia... Mas um dia vou lhe convencer — prometeu Lua, olhando para os amigos. — Conto com vocês, meus amigos, para cuidarem da minha tia enquanto eu não estiver.

— Sabe que pra cuidar da tia Graça, sempre poderá contar conosco, amiga! — garantiu Naty.

A idosa balançou a cabeça, fazendo graça:

— Quem vai cuidar de quem?

Os três riram. Após as despedidas finais, Lua entrou no ônibus pensativa. Amava a tia e sabia que ela estava certa sobre o mundo. Mesmo ciente dos perigos, acreditava na vastidão de possibilidades que a aguardavam.

Enquanto o veículo partia, Graça orava em silêncio: "Deus proteja minha menina de todo mal!". Em seguida, dirigiu-se mentalmente à irmã falecida, pedindo que acompanhasse Lua na jornada. Sabia que a sobrinha sempre fora curiosa e ansiosa por novos ângulos da vida, mas temia que a inocência da jovem a tornasse vulnerável à crueldade alheia. Estava ainda enxugando as lágrimas quando Caleb e Naty a envolveram num abraço apertado.

*Santa Marta é uma cidade fictícia, desconsidere se existir alguma real.

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