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capítulo- 7

Juliana entrou no banheiro espaçoso, abriu o chuveiro e deixou a água quente lavar o cansaço e o efeito do choque. Lavou-se com calma, cuidou da higiene, mas manteve a mente alerta.

Quando terminou, dirigiu-se à pilha de roupas. Cada peça era provocante, decotes profundos e tecidos quase transparentes. Ela franziu a testa, percorrendo as peças com desdém.

— Ele acha que sou garota de programa pra usar essa merda? — murmurou, jogando uma das roupas no chão.

Então, entre os vestidos exagerados, seus olhos encontraram um vermelho vibrante, com franjas e detalhes que lembravam uma cigana, ajustado perfeitamente ao corpo. Sem pensar duas vezes, Juliana o puxou, vestiu e ajustou os contornos ao seu corpo atlético. Soltou os cabelos longos, deixando-os cair pelas costas em ondas perfeitas.

Com passos firmes, bateu na porta. Os capangas abriram imediatamente, atentos a qualquer movimento.

— Está pronta. — disseram de forma impessoal, conduzindo-a pelo corredor.

O corredor se alongava, cheio de portas, tapetes e lustres pesados. Cada passo ecoava levemente sobre o piso de madeira polida. Juliana percebeu a enormidade da mansão: salas que pareciam intermináveis, corredores que se bifurcavam, escadas e alas laterais — qualquer pessoa poderia se perder ali.

Finalmente, chegaram à sala de jantar. A mesa longa e imponente estava posta com perfeição. Luzes quentes refletiam sobre talheres de prata, . Juliana respirou fundo, mantendo a postura firme: estava no território do Don agora, precisava ter calma nas ações

O Don entrou na sala de jantar com passos firmes, os olhos fixos em Juliana. Ela permaneceu em pé, braços cruzados, postura desafiadora, com a cara fechada

— Sente-se. — ordenou ele, apontando para a cadeira à mesa. A voz era calma.

Juliana respirou fundo, ignorando o aviso implícito de respeito e poder, e sentou-se lentamente, mantendo o olhar firme.

— Você sabe por que está aqui? — ele perguntou, estudando cada reação dela.

Ela não se conteve. A raiva ainda pulsava dentro dela, mas era fria e controlada, como lâmina.

— Sei sim. Você é um louco que comprou uma filha de um pai miserável. — falou, incisiva. — E cometeu um erro gigante. Eu vou fazer de tudo para deixar você louco de raiva.

O Don sorriu, sem se perturbar, um sorriso curto que mostrava que a provocação dela só aumentava o interesse dele.

— Se eu me cansar de você, querida… — disse, recostando-se na cadeira, mãos cruzadas sobre a mesa — é simples. Posso matá-la. Afinal, você é minha agora. Minha propriedade. Meu objeto.

Juliana engoliu a tensão, mantendo o rosto impassível. Cada palavra dele era um golpe, mas ela sabia que mostrar medo seria perder antes mesmo de lutar.

— Então vou garantir que não seja tão fácil, senhor. — respondeu, a voz firme, firme como ferro. — E você vai se arrepender de pensar que pode controlar tudo.

Ele se inclinou um pouco para frente, o sorriso se alargando ligeiramente.

— Ah, eu gosto de um desafio. Uma presa difícil. — disse, a voz baixa, quase sussurrando, mas carregada de promessa e perigo.

O Don recostou-se na cadeira, observando Juliana com calma, como se pudesse ler cada pensamento que passava pela sua cabeça.

— Você está aqui por um motivo. — disse ele, sem pressa. — Para cumprir um plano meu.

Juliana arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

— Plano seu? Do que diabos você está falando?

Ele levantou a mão devagar, pegou um porta-retrato da mesa lateral e a colocou à frente dela. A foto mostrava o homem que Juliana havia matado na boate semanas antes — o alvo que ela tinha eliminado com precisão e frieza.

— Você se lembra dele, não é? — disse ele, a voz baixa e controlada. — Ele não era apenas um capanga qualquer. Era parte de algo maior. E você… — o sorriso se curvou, sem humor — tem uma dívida de vida comigo agora.

Juliana engoliu seco, sentindo o peso das palavras. Ela sabia que, naquele submundo, tudo tinha consequências, mas a forma como ele colocava a situação deixava claro que não era apenas política ou vingança — era pessoal e controladora.

— Então eu sou sua devedora? — perguntou, firme, mas sem levantar a voz, tentando medir cada gesto.

— Exatamente. — respondeu ele, inclinando-se ligeiramente para frente. — E a dívida não será paga facilmente. Mas, se você colaborar, talvez possamos tornar isso interessante. Caso contrário… você sabe que posso ser impiedoso.

Juliana respirou fundo, mantendo a postura de sempre: fria, calculista, sem medo aparente.

O Don sorriu, satisfeito com a resistência da presa difícil que agora, oficialmente, tinha uma dívida de vida com ele.

O Don pegou um envelope de couro preto sobre a mesa e o empurrou em direção a Juliana.

— Aqui está o seu próximo passo. Leia com atenção. — disse ele, a voz firme e sem deixar espaço para contestação.

Juliana abriu o envelope e encontrou um contrato formal, elegante, assinado e lacrado. A princípio, parecia simples, mas estava controlando sua vida

Por dois anos, ela deveria fingir ser minha esposa, convencer a família, participar de eventos, reuniões e qualquer coisa que a solidificasse como parte da vida do Don. Em troca, ao fim desse período, ele lhe daria uma identidade nova, dois bilhões de dólares e um desaparecimento que faria com que a máfia acreditasse que ela estava morta.

Juliana franziu a testa. A primeira reação foi de desdém:

— Você acha que posso ser sua esposa dois anos? — disse, a voz fria . — E tudo isso… você me promete que vou sair viva e rica? E se eu me recusar?

O Don inclinou-se para frente, o olhar impiedoso e calculista.

— Se recusar, seus dois amigos vão morrer. — disse simplesmente, como quem anuncia uma lei inquebrável.

Juliana engoliu seco, mas seu olhar permaneceu firme. A mente já rodava rápido, avaliando possibilidades. Ela não podia recusar — não se quisesse garantir a sobrevivência de Milena e Jonatas — mas também sabia que ia precisar aprender esse jogo e se manter para sair viva e não machucar seus amigos

O silêncio tomou a sala. O Don deixou o contrato à frente dela, sem pressa.

— Assine. Ou escolha o destino dos seus amigos. A decisão é sua.

Juliana respirou fundo, sentindo o peso do contrato, mDois anos para cumprir, dois anos para planejar… e depois, se tudo desse certo, ela sairia por cima.

nao é algo tao ruim

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