Capítulo 7 – O Escritório
A chegada de Catarina à casa dos Martins foi recebida com olhares curiosos e cochichos abafados. Ela manteve a postura calma, vestida de maneira simples, o contraste perfeito para o cenário luxuoso da mansão.Assim que chegou, o pai levou Catarina ao escritório. — Você vai romper esse noivado — ordenou, frio. — Melissa será a escolhida. Catarina o encarou em silêncio, sem demonstrar reação. Por dentro, apenas pensou: Então é assim que ele pretende me apagar do jogo. — Entendeu? — ele reforçou. — Sim, pai — respondeu calma Naquela mesma noite, a fúria queimava no quarto de Melissa. — Isso é ridículo, mãe! Catarina não merece Mateus. Esse lugar é meu! — gritou, tomada pelo ódio. A madrasta, diante do espelho, perguntou calma: — E o que pretende fazer? Melissa apertou os punhos, decidida: — Vou drogá-la. Quando todos descobrirem, a honra dela estará destruída, e ninguém vai querer Catarina como noiva. Um sorriso perverso surgiu nos lábios da mãe. — É assim que se conquista o que deseja. Na noite seguinte, Melissa bateu na porta do quarto de Catarina com um sorriso falso. — Pai, posso levar minha irmã para conhecer a cidade? — pediu, com doçura A permissão foi dada sem hesitar. Melissa levou Catarina até o quarto e jogou sobre a cama um vestido curto, justo, de seda vermelha, decotado e com fenda alta. Saltos finos completavam o visual. — Vai usar isso — disse seca. Catarina apenas vestiu a peça sem protestar. O tecido marcava cada curva de seu corpo, os cabelos soltos caíam pelas costas e a maquiagem leve realçava seus olhos frios. Melissa sorriu, achando que a irmã se sentiria deslocada. Pouco depois, entraram na maior boate da cidade. Luzes pulsantes, música pesada, corpos suados se esfregando no meio da pista. Garrafas estouravam, o cheiro de álcool e cigarro se misturava ao de perfume barato. De cima, numa sala privada envidraçada, um homem observava. Duas mulheres se contorciam em seu colo, rindo e se oferecendo, mas seus olhos estavam fixos na pista. Lá embaixo, Catarina atravessava o salão como se fosse dona do lugar, chamando atenção. Melissa a empurrou para o balcão e sorriu falsamente: — Vamos beber A batida da música fazia o chão tremer quando quatro capangas de uma máfia menor cercaram o balcão. O cheiro forte de bebida os denunciava antes mesmo das palavras. — Olha só o que temos aqui… — um deles disse, passando os olhos por Catarina de cima a baixo. — Uma boneca dessas não devia estar sozinha. Outro riu, inclinando-se para perto, a mão quase tocando sua cintura. — Vamos dançar, princesa. Melissa, por dentro, vibrava de satisfação. Perfeito. Se eles fizerem a parte suja por mim, nem preciso me arriscar. Catarina girou o corpo devagar, ignorando os capangas, e se afastou pelo corredor iluminado em vermelho. Os homens trocaram olhares e riram, não satisfeitos. — Aonde pensa que vai, princesa? — um deles rosnou, agarrando seu braço. Outro segurou sua cintura com força, e juntos a empurraram para o fundo da boate, onde a música abafava gritos e ninguém prestava atenção. Melissa observava de longe, os lábios curvados em um sorriso cruel. No camarote, o homem de terno negro se levantou, os olhos fixos na cena. As mulheres em seu colo protestaram, mas ele as afastou sem dizer uma palavra. Enquanto Catarina era arrastada para o fundo da boate, Melissa recuou discretamente. Fingiu preocupação por um instante, mas logo girou nos saltos e saiu do local rapidamente. Os capangas arrastaram Catarina para o fundo da boate. Amarraram-na na cadeira, prendendo braços e corpo firmemente. Um deles segurou o copo à força e a obrigou a beber a droga. A visão começou a turvar. O corpo dela ficava pesado. Um dos homens começou a levantar o vestido dela, rindo enquanto se aproximava