capítulo - 2
O sol desapareceu por completo, dando lugar à noite que carregava um ar pesado e perigoso sobre a cidade. Juliana, Milena e Jonatas trocaram olhares rápidos antes de se dirigirem para a saída da clínica. A adrenalina do dia ainda pulsava em suas veias, mas agora era de um tipo diferente: aquele que só surgia quando a vida e a morte não eram mais apenas profissionais, mas escolhas pessoais. — Vamos lá, hora do outro trabalho… — disse Milena, ajustando a jaqueta de couro tirando a roupa médica Jonatas se aproximou, jogando um olhar de cumplicidade para Juliana. — Sei que a noite vai ser quente. Esse pedido é grande… e ninguém quer deixar rastros. — Então vamos ser rápidos e eficientes. — Juliana respondeu, com a voz firme, embora o coração batesse mais rápido do que ela gostaria de admitir. De volta ao apartamento seguro que usavam como base, cada um começou a se preparar para a missão da noite. Juliana se afastou do espelho e soltou o cabelo, deixando os fios escuros caírem sobre os ombros. Seus olhos brilharam por um instante ao encarar o reflexo: o vestido vermelho provocante, justo e elegante, destacava cada curva do seu corpo, tornando-a a isca perfeita para a noite que se aproximava. — Hora de trabalhar. — murmurou para si mesma, ajustando a fenda lateral e certificando-se de que o salto alto não atrapalharia seus movimentos. Por fora, ela parecia apenas uma mulher deslumbrante; por dentro, era uma assassina treinada, habilidosa em combate corpo a corpo e capaz de neutralizar qualquer ameaça que aparecesse. Milena e Jonatas também se transformaram: roupas discretas, mas funcionais, prontas para atacar ou desaparecer nas sombras. — Prontos para o show? — perguntou Jonatas, um sorriso confiante no rosto. Juliana deu um último olhar ao espelho, sentindo a mistura de perigo e poder percorrer suas veias. — Sempre. — respondeu, e com um movimento ágil, partiu para fora do apartamento, pronta para encantar, distrair… e eliminar qualquer inimigo que ousasse cruzar seu caminho. A noite os esperava A boate estava cheia, a luz vermelha e os refletores piscando sobre corpos que dançavam e se entrelaçavam. O som pesado da música eletrônica fazia o chão vibrar sob os pés de todos. Milena e Jonatas entraram discretos, vestindo-se como funcionários: Milena na barra do bar, Jonatas no balcão de segurança. Juliana, por outro lado, entrou como cliente. O vestido vermelho provocante chamava atenção, mas ela caminhava com a confiança de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Todos os olhares se voltaram para ela. Não era comum uma mulher tão deslumbrante entrar pela porta da frente naquela boate, e muito menos com aquele ar de controle absoluto. Um dos funcionários se aproximou, guiando Juliana até uma mesa estrategicamente posicionada. Ela se acomodou com elegância, sentando-se de frente para o alvo. Ele estava lá, relaxado, cercado de mulheres e bebidas, um dos capangas mais temidos da máfia italiana. O sorriso dele se espalhava enquanto tomava outro gole de uísque, completamente alheio à ameaça que acabara de chegar à sua frente. Juliana ajeitou o vestido vermelho, deixando o decote e a fenda realçarem o suficiente para chamar a atenção. Como todos os homens na boate, ele logo percebeu que ela o observava. Um sorriso malicioso se espalhou pelo rosto dele, e com um gesto lento, chamou-a com os dedos. Sem hesitar, Juliana caminhou até ele, cada passo calculado, e sentou-se delicadamente em seu colo, mantendo o equilíbrio e a postura perfeita. O capanga italiano se inclinou para perto, completamente hipnotizado pela presença dela, sem suspeitar que aquela beleza era também perigo. Enquanto Juliana o distraía, Milena se aproximou disfarçada de garçonete, segurando uma bandeja com bebidas. Ela deslizou uma dose em direção a Juliana e, com um movimento sutil e quase imperceptível, introduziu a droga no copo que o capanga segurava. Juliana sorriu, fingindo um gesto casual, brincando com a bebida, conversando e rindo suavemente com ele. Cada movimento, cada palavra, era cuidadosamente calculada para manter o alvo completamente confortável e confiante. — Vamos brindar, meu caro… — disse Juliana, inclinando o copo levemente. — Às noites que nos surpreendem. O capanga, sem perceber nada, pegou o copo e bebeu a bebida com a droga, completamente seduzido e distraído. Juliana se inclinou ainda mais, deixando escapar um riso baixo e calculado, sabendo que, em questão de minutos, ele estaria vulnerável e à mercê deles.