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Capítulo e – A explosão

Poucos minutos depois, a droga começou a fazer efeito. O capanga italiano piscava devagar, os músculos relaxando, a mente cada vez mais lenta. Juliana aproveitou o momento, levantando-se suavemente do colo dele.

— Venha comigo, tem um lugar mais… confortável. — disse, sua voz sedutora e firme ao mesmo tempo.

Ele se levantou sem perceber o perigo, completamente distraído, confiando nela. Juliana guiou-o por um corredor discreto da boate, passando por portas que apenas funcionários conheciam. Milena e Jonatas observavam de pontos estratégicos, prontos para intervir se algo saísse do plano.

Finalmente, chegaram a um quarto reservado da boate, iluminado por luzes baixas que criavam sombras intensas nas paredes. Juliana fechou a porta atrás deles, mantendo o sorriso sedutor, mas com os olhos atentos e calculistas.

— Sente-se aqui. — indicou o sofá, e ele obedeceu, já cambaleando levemente, a droga fazendo efeito mais rápido do que ele poderia imaginar.

Poucos minutos depois, a droga havia feito efeito por completo. O capanga cambaleava, os reflexos lentos, a mente turva. Juliana o guiou até a cama do quarto reservado, sentando-o cuidadosamente.

Com um movimento rápido e preciso, sacou a arma. Um único disparo acertou sua cabeça, silencioso o suficiente para não ser ouvido fora do quarto. Um laço vermelho, cuidadosamente amarrado ao redor do corpo, era a marca que ela sempre deixava para certificar que a missão havia sido concluída.

A música alta da boate abafou o som do tiro, tornando o ato quase imperceptível para quem estivesse fora do quarto. Juliana se afastou, conferindo rapidamente que estava tudo em ordem.

No caminho para a saída, desviou para o banheiro. Lá, trocou o vestido vermelho provocante por uma roupa completamente diferente: uma jaqueta preta justa e uma calça preta, discretas e práticas, perfeitas para se misturar nas sombras e escapar sem chamar atenção.

Olhou-se no espelho por um instante, verificando cada detalhe: cabelo ainda solto, maquiagem intacta, postura firme. Nada ali denunciaria o que havia acontecido minutos antes.

ela abriu a porta do banheiro e se misturou novamente à multidão da boate, desaparecendo entre os corpos dançantes, enquanto Milena e Jonatas já preparavam a rota de fuga.

— Trabalho limpo, como sempre.

Juliana apenas fez um aceno discreto com a cabeça. Não havia espaço para comemorações ali.

Mais à frente, Milena saiu de trás do bar e juntou-se aos dois. Ela havia limpado qualquer vestígio de sua passagem, como sempre fazia.

— A rota dos fundos está livre. — disse, ajustando a bolsa no ombro. — Mas precisamos sair rápido, os seguranças logo vão perceber que o italiano sumiu.

O trio caminhou sem pressa em direção à saída lateral, como se não tivessem nada a esconder. Cada passo era medido, cada olhar calculado. O segredo era parecer natural.

— Mais um fantasma para a lista.

Jonatas puxou a chave do carro do bolso e sorriu

O carro preto avançava rápido pelas ruas quase desertas da madrugada. Juliana estava no banco do passageiro, enquanto Jonatas dirigia com calma forçada e Milena observava o retrovisor com atenção.

— Algo não está certo… — murmurou Milena, a voz baixa, mas carregada de tensão.

Segundos depois, os faróis de dois carros surgiram atrás deles, acelerando em sua direção. Juliana prendeu a respiração.

— Merda… — resmungou Jonatas, apertando o volante. — Eles já sabem.

Os veículos começaram a fechar o deles, encostando nas laterais, tentando jogá-los contra o muro. Do banco da frente, Juliana abriu o porta-luvas e puxou a pistola com um so movimento

— Então vamos recebê-los como merecem.

Um dos capangas abaixou o vidro e começou a atirar. O som seco dos disparos ecoou pela rua, o carro deles chacoalhando com o impacto das balas que atingiam a lataria.

Juliana baixou o vidro e revidou, disparando duas vezes. Um dos tiros acertou o pneu dianteiro de um dos carros inimigos, que derrapou e bateu em uma pilastra com um estrondo.

Milena, no banco de trás, puxou sua própria arma, inclinando-se pela janela. Seus tiros foram rápidos e certeiros, atingindo o capô do outro carro perseguidor. As faíscas iluminaram a escuridão enquanto Jonatas acelerava, desviando habilmente entre os obstáculos da rua.

— Segura firme! — gritou ele, virando bruscamente o volante.

O carro deles derrapou em uma curva fechada, e por pouco o veículo dos mafiosos não os pegou

— Não vamos conseguir despistá-los assim… precisamos acabar com eles agora. — disse, recarregando a pistola.

Jonatas soltou um riso nervoso.

— Então vamos dar um fim a essa dança..

as ruas estreitas se tornavam um labirinto de morte. Jonatas acelerava ao máximo, mas um dos carros inimigos avançou pela lateral e bateu com força contra o deles. O impacto fez o veículo rodar, derrapar e, em segundos, capotar duas vezes antes de parar de lado no meio da rua deserta.

O silêncio após o estrondo durou apenas um segundo, quebrado pelo som distante dos pneus dos perseguidores se aproximando.

— Todo mundo vivo? — arfou Jonatas, tossindo e tentando soltar o cinto.

— Nada quebrado… ainda. — respondeu Milena, já rastejando para fora do carro destruído.

Juliana empurrou a porta amassada com força até conseguir sair. Seu corpo doía inteiro, mas os olhos estavam cheios de foco. Ela sabia que não tinham tempo.

— Eles vão estar aqui em segundos. Precisamos sumir.

Milena apontou para um beco escuro próximo, e os três se arrastaram até lá, escondendo-se nas sombras. Juliana então voltou alguns passos, puxou um pequeno cilindro metálico da jaqueta — uma granada incendiária improvisada.

Ela lançou o dispositivo dentro do carro capotado.

Segundos depois, uma explosão iluminou a rua, as chamas engolindo o veículo. O fogo consumia tudo com uma fúria ardente, o calor se espalhando no ar.

Do beco, os três observaram quando os carros dos capangas pararam bruscamente. Homens armados saíram, rindo e comemorando diante do carro em chamas.

— Estão mortos! — gritou um deles. — Ninguém sobrevive a isso!

Juliana manteve os olhos fixos nas chamas, o reflexo do fogo brilhando em seu olhar frio.

— Agora eles acreditam que estamos mortos. — murmurou. — E isso nos dá a vantagem.

Os três recuaram mais fundo no beco, engolidos pela escuridão, enquanto atrás deles a fumaça subia alto, levando com ela a ilusão perfeita:

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