Minha Doce Babá

Minha Doce Babá PT

Romance
Última atualização: 2025-10-24
Gaby  Atualizado agora
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Índice

Minha Doce Babá Ela só queria um emprego. Ele, manter distância. Mas o destino tinha outros planos. Melissa está desesperada por uma chance de recomeçar. Quando consegue uma entrevista para cuidar da filha de um poderoso e frio empresário, não imagina que entrará em um mundo de silêncio, segredos... e sentimentos proibidos. Heitor Duarte perdeu tudo que amava quando sua esposa faleceu. Desde então, ergueu muros ao redor do coração e da casa. A última coisa que ele esperava era que a nova babá de sua filha despertasse emoções que ele julgava enterradas. Entre sorrisos inocentes de uma criança e olhares que insistem em se encontrar, Melissa e Heitor descobrirão que às vezes o amor aparece onde menos se espera — e que fugir pode ser impossível quando o coração decide ficar.

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Capítulo 1

A Entrevista

Melissa ajeitou a barra da saia simples e respirou fundo antes de tocar a campainha da mansão. Seu coração batia acelerado, não apenas pelo nervosismo, mas pela esperança. Desempregada, com o aluguel atrasado e a geladeira quase vazia, aquela entrevista era tudo o que ela tinha.

A porta se abriu com um rangido leve, revelando uma senhora de aparência rígida e cabelo preso num coque perfeito.

— A entrevista para babá? — ela perguntou, sem sorrir.

— Sim, sou Melissa Ferreira — respondeu com educação.

— Siga-me.

A casa era silenciosa, grande demais. Cada detalhe parecia meticulosamente planejado: os móveis de madeira escura, o chão de mármore brilhante, as obras de arte que adornavam as paredes com elegância. Melissa sentia-se deslocada naquele ambiente de luxo. Era um mundo tão distante do seu, onde as preocupações diárias se resumiam a contar os centavos e enfrentar o peso de um futuro incerto.

Na sala principal, um homem alto e de ombros largos se levantou de onde estava. Ele era imponente, com o cabelo loiro escuro, os olhos cor de mel e a pele pálida, mas de porte grande, quase como um armário. Sua presença era avassaladora, e Melissa teve a impressão de que o ambiente ao redor parecia encolher diante dele. Os olhos de Heitor penetravam nela com uma intensidade tão profunda que fazia com que ela sentisse como se estivesse sendo analisada de forma minuciosa, forçando-a a se revelar sem sequer tentar. Era como se ele soubesse de tudo o que ela já havia vivido, cada dificuldade, cada medo. Ela podia sentir sua confiança sendo desafiada, testada.

Ele vestia um terno perfeitamente alinhado, e sua expressão austera parecia indestrutível. Era Heitor Duarte, viúvo, empresário milionário e... segundo boatos da internet, um homem frio e inacessível desde a morte da esposa.

— Sente-se — disse ele, apontando para a poltrona à frente.

Melissa se acomodou, mantendo as mãos firmes no colo, tentando não demonstrar o quão desconfortável estava sob o olhar dele. Seu coração batia forte, mas ela não se permitia recuar. Não podia.

— Experiência com crianças?

— Sim, senhor. Trabalhei como babá em tempo integral por quase cinco anos. Tenho curso de primeiros socorros, desenvolvimento infantil e...

— Documentos? — cortou ele, impaciente.

Melissa entregou sua pasta com referências. Heitor folheou rapidamente, sem demonstrar nenhuma emoção. Ele parecia alheio ao esforço que ela havia colocado em cada palavra, como se já tivesse decidido seu destino antes mesmo de começar a entrevista.

— Você mora sozinha?

— Sim.

— Tem filhos?

— Não.

Ele a encarou por um segundo mais longo do que o necessário. Aqueles olhos penetrantes pareciam examinar cada centímetro dela, como se procurassem por algo que fosse digno de sua atenção. Depois, ele recostou-se na cadeira, cruzando os braços. A tensão no ar era palpável.

— Você parece dedicada. Mas, para ser honesto, temos outras candidatas com formação superior, fluentes em inglês e com mais tempo de experiência. Por que eu deveria escolher você?

Melissa sentiu o impacto daquelas palavras como um soco no estômago, mas não recuou. Não podia se dar ao luxo de parecer frágil, não agora.

— Porque, senhor Duarte, eu não estou aqui apenas por um emprego. Estou aqui porque amo cuidar de crianças, porque sei escutar, acolher e educar com respeito. Sei que a filha do senhor perdeu a mãe, e isso exige mais do que currículo — exige empatia. E disso, eu tenho de sobra.

Heitor permaneceu em silêncio por um instante, seus olhos fixos nela, como se estivesse tentando encontrar alguma falha em suas palavras. A atmosfera entre eles estava carregada de tensão, mas Melissa não desviou o olhar. Ela sabia que o que estava em jogo era muito maior do que aquela entrevista.

Foi nesse momento que uma menina apareceu na porta. Seus cabelos eram da mesma cor do pai, loiros escuros e levemente ondulados, mas os olhos... os olhos eram verdes, provavelmente iguais aos da mãe. Ela estava abraçada a um ursinho de pelúcia, cujos pelos estavam desgastados pelo tempo e pelos abraços constantes. A menina tinha uma aura de fragilidade, mas também de uma força silenciosa, algo que parecia ressoar com a saudade da mãe que ela nunca esqueceria.

— Papai... quem é ela? — perguntou a menina, com um olhar curioso, mas também triste.

Heitor se virou para a filha, e seu olhar suavizou por um momento, embora ainda mantivesse um certo distanciamento.

— É... uma das candidatas — respondeu, mantendo o tom neutro.

A menina se aproximou de Melissa com passos hesitantes. Seus olhos verdes fixaram-se nela por um instante, como se procurassem entender quem era aquela mulher estranha que estava ali. Melissa sorriu suavemente, ajoelhando-se diante dela, para não parecer uma figura tão distante.

— Oi, princesa. Meu nome é Melissa. E o seu?

A menina hesitou por um momento, mas logo respondeu, sua voz baixa e doce.

— Heloisa...

— Nome lindo. Gosto muito de nomes que brilham como o sol. E o seu parece brilhar.

Clara — ou melhor, Heloisa — sorriu timidamente, e, sem aviso, se aproximou e se encostou ao lado de Melissa. O gesto foi tão natural, tão cheio de confiança, que Melissa sentiu seu coração aquecer. Heloisa não precisava de palavras. O simples gesto de confiança que ela demonstrava naquele momento dizia mais do que qualquer currículo ou conversa.

Heitor observava em silêncio. Seu olhar estava agora distante, como se estivesse refletindo sobre algo profundo. O gesto de Heloisa, tão espontâneo e genuíno, foi suficiente para que ele percebesse que, por mais que as qualificações de Melissa pudessem ser questionadas, algo ali estava conectado de maneira mais verdadeira.

Ele pigarreou, quebrando o silêncio, e desviou o olhar de Melissa.

— Sábado. Sete da manhã. Vamos fazer um teste prático. Se for tão boa quanto fala, vai provar.

Melissa levantou-se, o coração disparado. Aquilo não era uma oferta, mas um desafio. E ela não tinha intenção de perdê-lo.

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