Judy Di Lua era uma mulher solitária, vivia para realizar seus sonhos e um deles estava prestes a realizar seu primeiro desejo que era morar sozinha, mas tudo mudou de repente após seu pai sofrer um acidente e ficar dependente dela. Sendo Judy órfã de mãe quando ainda era um bebê, sempre foi ela e seu pai, elas tinham uma boa relação e por ele, ela daria a vida. Com o passar do tempo Judy tem que arranjar um emprego, pois suas vendas de doces já não estão dando mais lucros como antes, não o suficiente para viver. Ao descobrir que foi selecionada para trabalhar na empresa do melhor amigo do seu pai, Ramon então vê ali uma oportunidade para se aproximar mais da jovem, afinal, ela só tinha o pai como família e agora o melhor amigo dele. Mas como nem tudo são flores, Ramon é um pouco mais velho que Judy, o que renderia muitas críticas, principalmente porque ele é um empresário muito bem visionado, com um passado terrível e doloroso.
Leer másJudy
Ligação Ativa
— Alô! Tem alguém aí? — A voz estava nervosa e um barulho de sirene ao fundo me fez ficar nervosa também.
— O que está acontecendo?
— Você é a Judy?
— Sim, sou eu. Pode me dizer o que está acontecendo?
Eu já estava nervosa pelo fato de ser o número do meu pai ligando.
— Seu pai sofreu um acidente. Irão levar para o hospital Dom Silion, bom, eu achei seu número aqui e te avisei.
— Obrigada por isso. Muito obrigada mesmo.
Ligação Inativa
Nesse momento eu senti o meu corpo perder as energias. Eu estava acabando de sair de um apartamento, cujo qual estava olhando para dar entrada com uma imobiliária, mas agora tudo está confuso. E agora eu preciso ir até o hospital, preciso vê-lo.
O trânsito não estava ao meu favor, como se isso não bastasse, uma tempestade começou a cair e eu tinha medo de trovões, isso me deixava ainda mais nervosa, principalmente no trânsito. Mas, com muita calma e paciência, duas horas depois eu cheguei ao hospital e meu pai já havia sido atendido. Assinei alguns papéis e pude vê-lo apenas através do vidro, eu ainda não podia entrar na sala, não ainda.
Eu não tive escolhas a não ser ir para casa e colocar a cabeça no lugar. Chegando eu ouvi as mensagens do Ramon no telefone, era o melhor amigo do meu pai e sempre estavam juntos.
(Recado 1)
"Lúcio, está me ouvindo meu amigo? Você me certificou que hoje iríamos ao tal clube que inaugurou e que você iria me levar hoje."
(Recado 2)
"Judy, eu fiquei sabendo do que aconteceu, se precisar de alguma coisa estarei aqui. Me liga se tiver notícias."
Ulisses é meu melhor amigo, e quando soube do que havia acontecido veio o mais depressa que pôde.
— Então, como você tá? Tá tudo bem com ele?
— Disseram que não foi nada grave, mas não me deixaram entrar. Mas eu acho que foi mais grave do que eu estou pensando. — Sentei cruzando as pernas enquanto Ulisses me entregava uma xícara de café. — Obrigada.
— Judy, precisa ser forte agora e você sabe, pode contar comigo para o que precisar.
— Eu sei que posso, não sabe o quanto me sinto aliviada por isso. Obrigada por estar comigo em todos os momentos da minha vida. Você é o melhor amigo que alguém poderia ter.
— Eu sei disso, Di Lua. — Ele sempre me chamava assim quando me sentia triste, eu amava meu nome, porque foi minha mãe que escolheu.
— Agora eu vou precisar de uma pessoa pra ficar no meu lugar, por enquanto não vou poder ir vender nada. A quitanda vai precisar de uma pessoa pra ficar lá.
— Eu tomo conta, não vai quebrar a cabeça com isso agora colando sua vida nas mãos de qualquer pessoa.
— Mas, Ulisses, eu não quero atrapalhar você. — Ele estava fazendo faculdade de direito e isso demandava muito do seu tempo, sem dúvidas eu não queria tornar isso um fardo para ele, que já era tão ocupado.
— Isso eu tiro de letra, vai ser até bom, assim eu estudo com mais calma. Além disso, eu adoro aquele lugar, principalmente porque é seu e eu zelo por isso.
Falamos sobre negócios, confusões que aconteceram recentemente no relacionamento da irmã de Ulisses e por fim, sobre homens e como eles eram complicados, pelo fato do namorado de Ulisses não tomar uma atitude sobre nada e o deixar magoado e pensativo sobre suas escolhas já feitas e sem voltas, porque mesmo com o término, nada será esquecido.
Ramon
Eu estava no aeroporto quando recebi a notícia de que meu amigo havia sofrido um acidente, deixei tudo para trás e fui até o hospital, mas não pude vê-lo. Deixei um recado e creio que Judy já escutou, mas não retornou nem mesmo para me dizer que estava tudo bem, com o coração apertado e cansado de passar o dia estando notícias, eu resolvi ir até ela.
— Boa noite, Judy. Eu vim sabe como você está! — Falava sozinha enquanto estava o sinal abrir no meio do congestionamento. Mas, eu estaria sendo invasivo demais na vida dela? Nós mal nos falamos, eu não tenho a menor intimidade com ela e isso vai ser no mínimo estranho.
Tentei não pensar no que dizer, eu estava nervoso com o que poderia ouvir sobre meu amigo, sempre fomos como um irmão um para o outro e isso mexeu muito comigo. Ao chegar em frente a casa, notei que as luzes estavam apagadas, mas a porta estava aberta. Quando me aproximei do portão, Safira começou a latir e a pular, então Judy saiu mandando-a calar a boca e notando a minha presença.
— Eu deixei um recado, mas não obtive respostas, então…
— Ah, claro. Pode entrar, desculpe eu acabei esquecendo de responder. — Sua bochecha estava rosada por causa do frio, ou do choro, não sei.
Ela estava acompanhada de Ulisses, que também era amigo da minha filha e era um anos pessoa. Judy estava usando um vestido curto e com os cabelos bagunçados, enquanto tinha uma vassoura em suas mãos e Ulisses lavando a louça.
— Tem notícias de Lúcio, eu estou preocupado com ele e não me deixaram entrar.
— É… também não me deixaram ver ele, só disseram que ele iria ficar bem, mas não sei. — Em sua voz tinha tristeza e desconfiança. — Espero que estejam falando a verdade, eu não consigo nem pensar no pior.
— Pensamentos positivos atrai energias positivas. Então, eu vou nessa, já que está tudo bem! Se tiver notícias dele me avise, por favor. Lúcio sempre foi como um irmão para mim.
Eu queria perguntar se ela também estava bem, mas com Ulisses ali eu não tive muito o que falar, apenas me despedir e fui embora. Judy sempre foi uma mulher esforçada, sempre correu atrás dos seus sonhos. Lembro com clareza de quando ela perdeu sua mãe e o quanto meu amigo sofreu com isso, mas já fazem oito anos e ela parece estar bem em relação a isso, o problema sou eu, que sempre que a vejo sinto um arroio tomar meu corpo e uma falta de ar. Ela consegue mexer comigo e nem faz ideia do quanto isso me deixa confuso.
Vivian
Meu pai e Lúcio sempre foram melhores amigos e era nítido que ele estava sofrendo agora, mas eu também estava preocupada com Judy, afinal somos amigas desde o colegial, mas como tomamos decisões diferentes, eu estava agora voltando para casa do meu pai passar as férias e acho que isso será bom para mim também. Dessa vez eu estou levando Helena comigo, ela é uma amiga que conheci na faculdade, um pouco mais velha que eu e pensei na possibilidade dela e meu pai se conhecerem, acho que os dois dariam um belo casal, afinal, Helena é uma bela mulher e está a sua altura.
— Estou ansiosa para conhecer sua cidade, nunca havia saído de Londres para nenhum lugar, essa também será a minha primeira vez. — Helena estava tão ansiosa quanto eu.
— Não tem nada de especial isso, afinal, é só férias mesmo!
— Como não, Vivian? Você me falou tanto sobre seu pai que eu estou mais ansiosa para conhecê-lo do que para conhecer a cidade. — Helena era uma solteirona que só pensava em estudar e fazer coleções de carrinhos da Hot Wheels, ela tem um gosto peculiar para muitas coisas.
— Não vai na esperança achando que ele é grandes coisas, porque não é, além disso não esqueça que ele é meu pai! — Eu tinha um pouco de ciúmes do meu pai? Sim, claro que eu tinha, mas sabia que ele precisava ser livre e quando ele nos adotou (eu e Andrew), foi difícil conseguir colocar na cabeça que ele não vivia apenas para nós dois.
— Eu sei disso, mas não podemos ser amigos? Afinal, nós somos amigas, ou não somos?
— Para de falar besteiras, Helena. É claro que somos.
Ramon adotou a gente quando tínhamos cinco meses, desde então ele é o nosso pai e nosso herói. Nunca tive vontade de conhecer a minha mãe, embora Andrew ainda tenha algumas lembranças dela, porque ele é sete anos mais velho que eu. Sim, eu sou apenas uma jovem mimada por um pai e um irmão maravilhoso, Ramon já foi casado, mas isso não durou muito tempo, ela estava o traindo e pelo que eu me lembro, já faz mais de quatro anos que ele não nos apresenta ninguém, e eu fico triste por ele.
Judy
Não consegui dormir, diferente de Ulisses que roncava ao meu lado. Eu estava pensativa demais, jamais imaginei que isso poderia acontecer com o meu pai. Antes de sair eu deixei um bilhete pregado na geladeira, avisando que eu tinha ido comprar pão.
Na padaria eu encontrei Vivian, ela estava linda e me admiro em vê-la tão cedo, normalmente ela dorme até às 12hrs.
— Caramba se não é a Di Lua. Caraca, você mudou demais e eu sinto muito por tudo que está acontecendo, mas sabe que pode contar comigo. — Ela me deu um abraç
o e me apresentou uma tal de Helena, não consegui simpatizar com a mesma, ela tinha uma áurea ruim.
Judy Os dias estavam sendo corridos. Os preparativos do casamento do meu pai estavam em dia. Finalmente Andrew havia se resolvido com Isabelle, enquanto Vivian entrava no último mês de gestação. Porém, havia algo que estava me incomodando, Ramon estava ficando cada dia mais ausente, de mim, dos nossos filhos e tudo que envolvia nós dois. Faltam dois dias para a inauguração da casa de acolhimento, estou tendo que me virar sozinha. Enfim… era um sábado a noite e ele saiu após chegar do trabalho, não falou comigo, nem mesmo disse onde iria e eu fiquei parecendo uma idiota diante aquilo. Ligação Ativa“Mary, vou direto ao assunto. Teria como passar a noite com as crianças? Eu preciso resolver umas coisas importantes”. “Claro que posso. Pode ir tranquila resolver teus problemas que teus filhos estarão longe dos perigos noturnos”. “Você é um anjo, Mary meu amor”. Ligação Inativa Me arrumei conforme seria preciso para a ocasião em que eu estava indo, deixei as crianças na casa da Mary
Três anos depois… Ramon— Pai, o senhor viu onde eu deixei minha bolsa? Esqueci a chave do carro dentro dela e eu preciso ir buscar Judy. — Vivian, minha filha que agora estava grávida, mais que nunca estava mais grudada a Judy. Sua bolsa estava em cima da cama das crianças, que no momento estavam na escola. Judy trabalhava com crianças, mas estava apenas esperando a licença para abrir seu orfanato, ou como ela prefere chamar, o lar solidário. Andrew continuava fazendo as mesmas coisas, porém, com mais responsabilidade agora que tem dona e toda dona tem razão. (...)Todos reunidos à mesa, nossa família era grande e Celeste estava entre nós. As crianças corriam pela casa com a filha de Mary, que se tornou nossa família também. A mesa estava posta para o jantar, havia algo que meu amigo queria fazer e eu como apoiador, tive que fazer o cenário bonito valer a pena. — Você tá com uma cara de quem está escondendo alguma coisa de mim. — Judy cravou suas unhas em minha mão põe debaixo da
Vivian Esperava por Abner na porta do hospital, quando Victoria passou dentro do carro com Jenna, a mulher que me abandonou. De onde elas se conhecem? Será que Rambon sabe disso e se sim, porque será que nunca me disse nada sobre isso? Abner estava visivelmente cansado, estava passando o fim de semana em sua casa, já que ele morava em outra cidade devido ao trabalho e eu não poderia morar com ele devido aos estudos. — O que houve? Você parece que viu algum fantasma. — Entrei no carro tentando disfarçar minha cara de sem graça, mas era quase impossível não perceber como aquilo me deixava mal.— Victória estava no carro com a minha mãe… será que elas se conhecem e meu pai nunca me contou sobre minha mãe por algum motivo? — Se isso for verdade, deve ter sido algo muito sério. Não acho que seu pai faria isso com você e seu irmão, além do mais, por tudo que você já me disse sobre Victória, essa mulher deve ser capaz de fazer qualquer coisa. E se ela descobriu alguma coisa sobre ela e e
Judy Acordei sonolenta, sentindo um vazio repetindo e completamente sem muita noção das coisas, mas se havia algo que eu estava sentindo falta, era da minha barriga. Tentei levantar e sentir meu corpo pesado e dormente, o acesso em minha mão que segurava o soro e ao lado da cama estava meu pai, com um olhar meio e um grande sorriso nos lábios. A enfermeira entrou feliz e logo atrás dela veio mais três, cada uma empurrando um carrinho com uma incubadora, onde estavam meus filhos tão preciosos. — Olha só quem veio ver a mamãe. — A voz doce da enfermeira não era desconhecida, mas no momento isso era o que menos importava. Meu pai estava ao meu lado, olhando para seus netos com os olhos cheios de lágrimas, enquanto me olhava compadecido e com orgulho em seu olhar. — Ele me lembra você quando era um bebê, e hoje eu sou avô dessas bênçãos. — A lágrima escorreu em seu rosto, me deixando sensível e chorando logo em seguida também. — Eu posso segurar em meus braços? — No momento eu só que
Algumas semanas depois… Judy Andar doía, respirar doía, ficar em pé e tudo mais. O quarto do hospital está sendo meu lar temporário, após o casamento eu passei mal e desde então estou aqui. Os bebês se mexiam o tempo inteiro, faltavam apenas algumas horas para me internarem, pois a gravidez era de risco e já não poderia mais esperar. Minha barriga já não tinha mais espaço, eu estava com falta de ar a todo momento e nem fazia ideia de como as coisas iriam ocorrer. — Oi… eu vim te dizer que já está tudo preparado para os meus irmãos. Olha só, fiz tudo como você pediu. — Ulisses e Vivian me mostravam as fotos do quarto dos bebês, já que eu não tive tempo de fazer isso. — Eu adorei, obrigada… — Chorei ao passar as fotos e ver que estava tudo do jeito que havíamos conversado. Estava com medo de como isso iria ocorrer; medo de não resistir ou algo do tipo. — Quando você sair, a gente vai estar aqui, esperando você e os nossos bebês, Judy. Vai dar tudo certo, pode ter certeza. Você é f
Vivian Ver meu pai feliz era a melhor sensação que já havia sentido na vida. Não imaginei que ele fosse casar-se com Judy, minha amiga de infância, mas sou feliz por ela fazer dele um homem melhor a cada dia que se passa. Organizei o buffet com Ulisses, Mary e Suzana que era como uma mãe pra mim também. Mas havia alguém que não estava tão feliz assim, e esse alguns era meu irmão. — Daqui há alguns dias nossos irmãos irão nascer, daí a família vai aumentar e nós dois seremos esquecidos. — Ele agia como uma criança, porém já era bem crescido para isso. — Nunca fomos esquecidos, não por ele. Ramon sempre nos amou, tenho certeza que isso não vai mudar do dia pra noite. Ele está feliz, Judy está feliz e vamos ter três novos irmãos, não acha que tem motivos o suficiente para estar feliz também? Nossa família está crescendo e eu tô feliz. — Eu não estou triste, mas… — Judy nunca te amou, Andrew. Ela sempre foi nossa amiga e eu acho injusto suas atitudes com o nosso pai e com ela. Somos
Último capítulo