Helena nunca imaginou que assinaria um contrato para se casar com um completo estranho. Mas entre dívidas, responsabilidades e um futuro incerto, ela aceita a proposta do arrogante — e irresistível — Eduardo Vasconcelos. Um ano de casamento. Regras claras. Nada de sentimentos. Mas à medida que os dias passam e as barreiras caem, o que era apenas um acordo começa a virar desejo. E o desejo, amor. Só que o contrato tem prazo... e o coração dela está em risco. Quando o tempo acabar, ele vai deixá-la partir ou vai lutar por aquilo que jamais planejou sentir?
Ler maisA manhã amanheceu cinzenta, e o céu carregado parecia refletir o clima pesado que dominava a cidade. No tribunal central, um burburinho crescente anunciava a chegada de um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos. As escadas e corredores estavam repletos de jornalistas, fotógrafos e curiosos, todos ansiosos por acompanhar o desenrolar daquele processo que colocava Elisabeth Marina Tavares, mãe de Helena, atrás das grades. Helena Vasconcelos chegou acompanhada de Eduardo, com o olhar firme, embora seu coração acelerasse a cada passo que os levava para dentro da sala de audiências. Ao seu lado, Vera e Clara seguiam em silêncio, oferecendo apoio com gestos discretos e olhares calorosos. A tensão era palpável — não só pelo que estava em jogo, mas pela proximidade da inimiga que permanecia do outro lado daquele tribunal. Do lado oposto da sala, Valentina entrou com a postura altiva de quem não se intimidava diante de nada. O ar de autoconfiança que emanava era cortante, e seu ol
O silêncio no tribunal era opressor. Helena apertava a mão de Eduardo com força, tentando disfarçar o tremor que corria por seu corpo. À sua frente, Marina — ou melhor, Elisabeth — estava sentada no banco dos réus, algemada, com o olhar vazio, frio, completamente diferente da mulher que ela, por um breve instante, havia tentado entender como mãe.O juiz ajustou os óculos, folheando os autos do processo, enquanto o promotor começava sua acusação, meticuloso, impiedoso.— Senhora Elisabeth Tavares Ribeiro, também conhecida como Marina Tavares — começou ele, olhando diretamente para ela —, a senhora está sendo acusada de uma longa lista de crimes: falsidade ideológica, perseguição, difamação, fraude, tentativa de extorsão, associação criminosa e dano emocional gravíssimo à sua própria filha. Além disso, sua participação nos ataques à empresa Vasconcelos Corp. também está sob investigação.Marina não reagiu. Nem uma piscada. Seu olhar parecia perdido, mas no fundo, carregava uma faísca de
O dia amanheceu cinzento, e uma leve garoa escorria pela vidraça do escritório de Henrique. As nuvens carregadas pareciam anunciar que a tempestade que rondava suas vidas estava longe de passar.Henrique analisava minuciosamente mais uma leva de informações. A cada dado cruzado, a teia se tornava mais evidente — e mais perigosa.Quando Eduardo entrou na sala, não precisou perguntar. O olhar sério do amigo dizia tudo.— Diga que você tem boas notícias. — Eduardo fechou a porta, caminhando até a mesa.— Depende do que você considera boas. — Henrique empurrou uma pasta para ele. — Isso aqui... confirma que Valentina não está jogando sozinha.Eduardo pegou os papéis, folheando rapidamente. — Quem mais?— Além daqueles dois empresários, surgiu um investidor estrangeiro. Um tal de Victor Santini. Nome conhecido no mercado por atuar em operações obscuras, lavagem de dinheiro e financiamento de grupos ilegais. — Henrique jogou outra pasta na mesa. — E adivinha? Ele tem ligações antigas com Ma
O escritório de Eduardo estava silencioso, quebrado apenas pelo leve som do ar-condicionado. Henrique espalhava na mesa fotos, documentos e capturas de mensagens que reunira nas últimas semanas. As provas eram contundentes: Valentina estava realmente envolvida na tentativa de tirar Marina da cadeia. Mais do que isso, estava disposta a tudo para ferir Eduardo — novamente.— Isso aqui — Henrique bateu em uma das pastas — prova que ela contratou um advogado criminalista dos mais caros, que vem articulando recursos, revisões e até supostas irregularidades no processo da Marina.Eduardo apertou os lábios, olhando fixamente para os documentos. Por dentro, um turbilhão de sentimentos: surpresa, indignação e... uma pitada de decepção.— Eu... não imaginava que ela ainda teria coragem de se meter na minha vida. — Eduardo balançou a cabeça, respirando fundo. — Achei que depois de tudo, Valentina já tivesse entendido que o nosso passado... morreu.Henrique cruzou os braços, sério. — Pelo visto,
As grades da cela eram frias, mas o olhar de Marina — ou melhor, Elisabeth — queimava de ódio. Sentada na ponta da cama, ela observava o pequeno espaço onde agora passava seus dias. Do lado de fora, a carcereira fazia ronda, ignorando a mulher que, apesar das circunstâncias, ainda transbordava arrogância e poder.No entanto, o que poucos imaginavam é que a prisão jamais foi suficiente para calar uma mente como a dela.O som da tranca se abrindo fez Marina erguer o olhar, já esperando quem era.— Cinco minutos. — anunciou a agente penitenciária.Valentina entrou, impecável. Casaco bege estruturado, salto fino, óculos escuros, como se aquela visita fosse apenas um compromisso qualquer em sua agenda lotada. Assim que a porta se fechou atrás dela, retirou os óculos, revelando olhos frios e calculistas.— Você está atrasada. — Marina comentou, cruzando os braços.— E você está... — Valentina analisou o ambiente, franzindo o nariz. — ...em uma situação bastante desagradável.— Cuidado com o
O clima dentro da sala era pesado, como se o ar tivesse se tornado denso demais para ser respirado. Henrique largou uma pasta grossa sobre a mesa e cruzou os braços, olhando fixamente para Eduardo e Helena.— Eu precisava que vocês estivessem aqui pessoalmente. — sua voz era firme. — A situação... mudou.Eduardo franziu o cenho, impaciente. — Mudou como?Henrique abriu a pasta e empurrou alguns documentos na direção deles. — Marina... ou melhor, Elisabeth, não está sozinha. — fez uma pausa breve. — E vocês não vão acreditar quem está por trás da tentativa de soltá-la.Helena segurou o fôlego, seu corpo inteiro enrijecendo. — Quem? — sua voz saiu mais fraca do que gostaria.Henrique respirou fundo antes de responder. — Valentina.O nome pairou no ar, quebrando qualquer resquício de silêncio.Eduardo piscou, como se não tivesse entendido de imediato. — O quê? — arregalou os olhos, descrente. — Não... não pode ser. — balançou a cabeça, quase rindo de nervoso. — Isso não faz sentido. Vale
Último capítulo