Narrado por Leonid Raskolnikov
Finalmente havia chegado o dia.
Não de uma celebração vazia ou da ostentação que tantos esperam dos homens do meu nome.
Mas o dia em que eu selaria em silêncio a união com a mulher que amo.
Zalea.
Minha redenção vestida de inverno.
Ela havia pedido que fosse algo íntimo.
Disse que não desejava nada grandioso.
E, por ela, nem mesmo o próprio pai seria convidado.
Muito menos Dione — não depois de tudo que foi desvelado, queimado e esquecido à força.
A casa foi preparada em silêncio, como um mausoléu antes de um enterro nobre.
Cada taça polida parecia conter um lamento, e cada vela acesa, uma promessa não dita.
Observei os criados ajeitarem a longa mesa de carvalho com olhos de ferro.
O linho era pérola.
Os talheres antigos, heranças da minha mãe.
Nada de ouro.
Nada de exibições.
Esta não era uma comemoração de poder, mas uma proclamação solene:
Zalea Baranov não era mais filha de um monstro. Ela era, enfim, uma Raskolnikov.
E ela carregava meu herdeiro.
Me