Narrado por Zalea
— Você não é rainha de nada. É só uma sombra com medo da luz. E agora, Dione… a luz sou eu.
E então, não esperei mais.
Avancei sobre ela como uma tempestade furiosa — não com gritos, mas com a fúria do silêncio acumulado por anos. Minha mão encontrou seu rosto com uma violência que não era só minha — era da minha mãe, da menina esquecida no quarto, da mulher sangrando sozinha na maternidade.
Bati.
Bati com a palma, com o punho, com a alma.
A cada golpe, eu dizia por quê:
— Isso é por mentir sobre a morte da minha mãe.
— Isso é por cada veneno que despejou no meu nome.
— Isso é por tentar tocar no que é meu. No meu sangue. No meu marido.
— Isso é… por tudo que você destruiu e tentou chamar de amor.
O sangue começou a escorrer pelo canto da boca dela, escarlate e silencioso. Mas nem isso me deteve. Eu bati até meus próprios dedos latejarem, até minha respiração virar um trovão dentro do peito.
Até que braços fortes me puxaram para trás — braços que eu reconheceria mes