Narrado por Zalea Baranov
Leonid balançou a cabeça lentamente, o olhar mergulhado em uma doçura rara — um instante de paz em meio ao caos.
— Eu esperei por você, Zalea… Sabia o quanto esse momento significava. Quando o médico pediu algo apenas para identificá-los, não pude nomeá-los completamente. Só deixei marcadas as primeiras letras… um ‘L’ para o menino, por mim… e um ‘Z’ para a menina, por você.
Havia algo profundamente simbólico naquele gesto — como se nossos nomes, costurados às iniciais de nossos filhos, já os protegessem no mundo antes mesmo de sua entrada por completo nele.
A enfermeira se aproximou com uma prancheta nas mãos e um olhar gentil, porém atento.
— E a senhora já sabe quais nomes gostaria de dar a eles oficialmente?
Minhas mãos tremiam um pouco, e mesmo com a força voltando aos poucos, minha voz parecia feita de vento.
— O do menino… Nazar. Nazar Raskolnikov. — Olhei para Leonid, os olhos cheios de significado. — Como te disse antes… é uma homenagem. Por aquele