O endereço enviado por Victor levava a um galpão abandonado na zona industrial de São Paulo. Helena chegou às 21h45, vestida discretamente, com o cabelo preso e os olhos atentos. Arthur a seguia de longe, escondido em um carro estacionado a uma quadra dali.
O lugar era silencioso, com cheiro de ferrugem e concreto úmido. Helena entrou com passos firmes, o coração acelerado. Luzes fracas iluminavam o interior, revelando uma mesa, duas cadeiras e um homem de terno escuro, encostado na parede.
Victor.
— Você veio — disse ele, com um sorriso enviesado. — Achei que mandaria alguém no seu lugar.
— Achei que você fosse mais inteligente — respondeu Helena. — Mandar ameaças não é exatamente uma forma eficaz de negociação.
Victor riu, sem humor.
— Ameaças funcionam melhor quando o alvo tem algo a perder. E você tem. Arthur. Sua reputação. Sua carreira.
Helena se aproximou, sem medo.
— E você tem o que a polícia quer. Conexões com Elias. Empresas fantasmas. Espionagem.
Victor se sentou, cruzando