O som da porta sendo arrombada ainda ecoava quando Helena viu Victor parado na entrada do apartamento. A arma em sua mão parecia pequena demais para o tamanho da ameaça que ele representava. Mas o sorriso — aquele sorriso — era o que realmente congelava o sangue.
Ela não gritou. Não se moveu. Apenas o encarou, tentando entender se aquilo era real ou um pesadelo que havia escapado do sono.
— Você está mais calma do que eu esperava — disse ele, entrando com passos lentos, como se estivesse em casa.
— Porque eu já te vi antes — respondeu Helena, mantendo a voz firme. — E você sempre aparece quando está prestes a perder.
Victor riu, girando a arma nos dedos.
— Você acha que está vencendo? Porque Elias caiu? Porque Beatriz chorou? Isso aqui — ele apontou para o chão, para o apartamento — é só o cenário. O jogo ainda está em andamento.
Helena deu um passo para trás, calculando a distância até a cozinha. Havia uma gaveta com utensílios. Nada útil contra uma arma, mas talvez... tempo.
— O que