Arthur
Helena sempre foi movimento. Mesmo quando estava parada, ela vibrava. Tinha aquele jeito de pensar rápido, de falar com firmeza, de entrar num ambiente e mudar a temperatura sem levantar a voz.
Eu me apaixonei por isso. Pela força. Pela clareza. Pela forma como ela parecia saber quem era mesmo quando duvidava.
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Nos conhecemos num evento sobre educação. Ela falava sobre mulheres e política pública. Eu falava sobre juventude e território. Ela me interrompeu com uma pergunta que desmontou meu argumento. E eu soube: ali estava alguém que não aceitava menos do que verdade.
Depois daquele dia, tudo foi rápido. Mas nunca raso.
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Helena não era de gestos românticos. Era de presença. De cuidado. De olhar atento. E eu aprendi a amar assim sem espetáculo, mas com profundidade.
Quando Clara nasceu, Helena virou outra. Mãe, sim. Mas também guerreira. Ela não dormia, não parava, não reclamava. Só fazia. E eu? Eu tentava acompanhar.
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Teve um tempo em que a gente se desencontrou. Não