A coletiva havia terminado há horas, mas Helena ainda sentia o calor das luzes, o peso dos olhares, o impacto das palavras. A verdade estava exposta, e Elias Navarro, pela primeira vez, parecia acuado. Mas a vitória não trouxe alívio — trouxe inquietação. Ela estava em sua sala, revisando os últimos relatórios, quando ouviu a batida na porta. Arthur entrou sem esperar resposta, como sempre. Mas havia algo diferente em sua postura. Ele não estava ali como CEO. Estava ali como homem. — Precisamos conversar — disse ele, fechando a porta atrás de si. Helena se levantou, cautelosa. — Sobre o conselho? — Não. Sobre nós. A palavra pairou no ar como uma faísca. “Nós.” Um pronome perigoso, carregado de tudo que eles tentavam evitar. — Arthur... — começou ela, mas ele se aproximou, devagar, como quem desafia uma fronteira invisível. — Você me enfrentou. Me desafiou. Me salvou. E ainda assim, continua tentando manter distância. Por quê? Helena recuou um passo, mas não por medo — por in
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