Você acordou com o som da porta do quarto se abrindo devagar, e instintivamente puxou o lençol até o queixo. O quarto estava escuro, exceto pela fraca luz que vinha do corredor. O som dos passos era silencioso, mas familiar. E quando seus olhos se acostumaram à penumbra, você viu o contorno dele.
— Baran? — sua voz saiu quase num sussurro.
Ele se aproximou lentamente, o rosto sombrio, a camisa ainda molhada pela chuva lá fora. Os olhos dele não brilhavam com o calor de outras vezes. Era algo mais denso, algo mais perigoso.
— Precisei de tempo — ele disse, sem rodeios. — Mas agora preciso de você.
Você quis protestar. Quis dizer que ele havia desaparecido por três dias sem dar nenhuma explicação. Que Melek tinha reaparecido. Que suas inseguranças estavam lhe matando por dentro. Mas, em vez disso, sua respiração acelerou, e seu corpo respondeu antes mesmo que sua mente decidisse.
Ele parou na beira da cama. O cheiro dele invadiu seus sentidos, trazendo com ele tudo o que vocês viveram.