Acordei antes do sol nascer. O céu ainda estava pintado com tons de azul profundo, e a brisa suave da madrugada entrava pelas janelas abertas do quarto. Baran dormia ao meu lado, o braço envolto ao meu corpo, a mão pousada em minha barriga — como se instintivamente já protegesse nosso bebê mesmo dormindo.
Fiquei ali por alguns minutos, apenas observando. O homem que por tanto tempo viveu entre sombras agora dormia como se tivesse encontrado seu próprio paraíso. E ele tinha — em nós, em nossa pequena casa na Sicília, na promessa de uma vida tranquila, longe da violência e das mágoas do passado.
Mas nada do que vivemos poderia, de fato, apagar o que fomos.
Me levantei devagar, tomando cuidado para não acordá-lo, e desci para a cozinha. Preparei chá de camomila e saí para o jardim, onde o orvalho ainda repousava nas pétalas das flores.
Estava ali, sentada sob a pérgula de madeira coberta por glicínias, quando ouvi o celular vibrar.
Era uma mensagem.
Número desconhecido.
“Não é seguro ond