Acordei com a luz suave do sol atravessando as persianas do quarto hospitalar. Meu corpo ainda estava rígido de tensão, como se cada músculo meu se recusasse a relaxar. Mas então, senti o calor da mão dele entrelaçada à minha. Virei o rosto devagar.
Baran estava ali, deitado, olhos entreabertos, me observando com um sorriso cansado. Sua pele ainda estava pálida, os curativos cobriam os cortes e hematomas, mas ele estava vivo. Respirando. Me olhando.
— Ainda é real? — ele murmurou, com a voz rouca. — Ou estou sonhando?
Segurei o choro na garganta e sorri, acariciando sua bochecha com a ponta dos dedos.
— É real. Você está aqui. Comigo.
— Eu achei que não ia mais te ver — ele disse, tentando se sentar, mas logo recuando pela dor.
— Ei, calma — sussurrei, apoiando-o. — Você ainda precisa descansar. Foram dois dias de tortura.
Ele fechou os olhos por um segundo, respirando fundo, como se afastar as lembranças o ajudasse a suportar melhor.
— Ela enlouqueceu, __. Completamente. Me acusou de