Mundo ficciónIniciar sesiónEle é um homem renascido das cinzas, assim como uma Fênix, destinado a comandar uma das maiores máfias que já existiu. Marcel em um momento de desespero e dor abraçou a morte e ela lhe concedeu dois desejos: recomeço e vingança. O que ele jamais esperava era que no meio da escuridão uma linda joia fosse brilhar, Safira. Filha do ex capo Mexicano Safira não é somente um rosto bonito, é uma pimenta forte e letal pronta para queimar Marcel de dentro para fora, expondo seus desejos mais sombrios.
Leer másMarcel
Eu tinha apenas quinze anos quando fui exilado. Meu irmão mais velho, Pierre, não concordava em me ver questionando, procurando saber mais. Ele simplesmente achava que o mundo deveria curvar-se às suas vontades. Ele foi criado para ser o Capo Francês. Nossos pais haviam falecido há anos, nossa mãe faleceu ao dar a luz a mim. No fundo eu sempre pensei que ele cultivava um certo ódio por mim pelo fato de meu nascimento ter sido a morte de nossa mãe, mas não, ele simplesmente odiava todo mundo mesmo sem motivos.
Ele era um homem que gostava de enganar, de destruir e causar discórdia. Eu sempre me opus, mesmo novo, aos atos de crueldade dele, sempre. E ele sempre me repreendeu. Imaginei que ele fosse tentar me matar em algum momento, mas eu nunca senti real vontade de viver, e por isso nunca me importei com as ameaças que ele me fazia.
No fundo eu amava meu irmão, Pierre era a única família que havia me restado, ele era tudo que eu tinha.
Era uma noite de tempestades, o vento uivava lá fora. Eu estava debilitado devido aos intensos treinamentos que meu irmão havia me ordenado a praticar, coisas que nem ele nunca havia feito eu tive que fazer. Os olhos das pessoas que eu havia matado ainda estavam na minha mente como se eles estivessem presentes me observando. De acordo com meu irmão aqueles homens e mulheres eram traidores da nossa organização, mas sinceramente ao meu ver não pareciam. Eles pareciam pessoas inocentes tentando fugir das atrocidades que Pierre gostava de fazer.
Ouvi uma batida na porta, antes que eu pudesse responder dois homens entraram. Eu fechei meus olhos e aceitei a morte de bom grado, mas ela não veio. Eles me espancaram até que eu desmaiasse e quando acordei mal conseguia abrir meus olhos. Observei que eu estava na beira de um imenso oceano, o sol estava escaldante e eu mal mexia meus dedos das mãos. Fiquei por horas no mesmo lugar até que finalmente consegui me arrastar até uma sombra. Depois de dois dias agonizando consegui me levantar, fraco.
Mendiguei informações, comida, água.. Só eu sei o que passei. Em pouco tempo eu havia me tornado mais um dos moradores de rua da ilha. Os turistas que passavam nos olhavam com *nojo, outros com pena. Eu não tentei voltar, eu não tentei contatar meu irmão porque eu sabia que se eu estava ali, daquela forma, foi por ordem dele. Ele sabia que eu estava daquele jeito, naquele lugar, e ali eu fiquei. Eu nunca senti tanta vontade de morrer como naquela época. As pessoas que eu havia tirado a vida ainda estavam me assombrando. Meus sonhos eram inteiramente sobre eles, cada noite era um e quando eu acordava era suado e sentindo como se meu coração fosse parar a qualquer instante.
Todos os dias um homem grande passava por ali com uma maleta quadrada e prateada, ele não dizia nada, apenas me entregava um sanduíche ou alguma coisa para comer e quando ele voltava era sempre sujo. Durante alguns anos fiquei confuso, mas no fim notei que ele era apenas uma pessoa normal e de bom coração. Um tempo depois ele desapareceu, nunca mais passou ali. Cheguei a pensar que meu irmão havia mandado matá-lo, e no fim tive pesadelos com ele também.
Perdi as contas dos anos que fiquei vagando até que o inesperado aconteceu.
Eu estava sentado em um canto coberto com um cobertor sujo quando uma moça jovem se aproximou. Ela tinha cabelos pretos, olhos escuros e um sorriso estranho no rosto.
_ *Caralho, tu ta bem detonadinho ein!
Disse ela enquanto me observava. Não falei nada, ela apenas continuou me olhando.
_ Cortaram sua língua?
Permaneci em silêncio.
_ Tenho uma oferta pra te fazer, aposto que tu vai gostar.
Um homem entregou para ela uma pasta. Ela abriu e me mostrou uma foto do meu irmão. Senti meu corpo inteiro enrijecer, meu estômago revirar mesmo estando vazio. Olhei pra ela com raiva, mas antes que eu fizesse qualquer movimento ela voltou a falar.
_ Ta vendo esse carinha aqui? Lembra que ele é teu irmão?
Olhei pra ela com mais ódio ainda. Esse não é e nunca será meu irmão.
_ Eu vou *degolar ele. Vou usar a cabeça dele como prêmio e exibir por aí como se fosse um troféu que não vale *merda nenhuma. E você, meu querido, vai assumir o lugar dele como Capo da França.
Franzi minha testa confuso. Levantei mesmo sentindo meu corpo inteiro doer. Ela ficou pequena perto de mim, mas ainda sim não se intimidou.
_ E aí? Vai querer ficar nessa pindaíba ou vai vir comigo?
Ela estendeu a mão pra mim sem nojo algum. Por uma fração de segundos meu coração ainda quis falar, eu quis proteger meu irmão, mas não. Ninguém merece minha compaixão, muito menos eles. Apertei a mão dela e ela sorriu. A mulher virou e começou a andar em direção a um carro falando outra língua.
_ Q-quem.. quem é você?
Perguntei alto. Quase não reconheci minha própria voz.
_ Pode-se dizer que você acabou de vender a alma pra *morte e seu pagamento será a vingança. Agora anda, senta aqui que temos muito pra conversar.
Disse ela enquanto me dava espaço no carro.
*Morte? Eu vendi minha alma pra *morte? Por que não parece tão ruim ?
SafiraMeses depois._ Ah meu Deus, que amor !_ Sim, ela é a minha cara !Disse Claire enquanto acariciava a pequenina. Lorena nasceu super cabeluda e branquinha, é a cópia da minha amiga porém bebê. Os cabelinhos loiros e as bochechinhas rosadas a deixam ainda mais fofinha. Claire teve uma gestação bem conturbada, cheia de inseguranças e vários surtos de como seu corpo estava mudando e medo que Benicio não a quisesse mais. Óbvio que tudo isso parece sumir ao ver a pequenina em seus braços._ Minha princesinha..Benicio está com os olhos brilhando ao encarar as duas mulheres de sua vida. Marcel entrou no quarto e sorriu ao ver Claire, a primeira vez que vejo ele sorrir para ela._ Parabéns, sua princesa é perfeita!Disse meu marido ao observá-la. Nosso menino balbuciou alguma coisa ao ver a nenê, parecia interessado em ter alguém pra fazer bagunça junto com ele. Óbvio que vai demorar ainda, mas acredito que essas dois serão grandes amigos.Ficamos longos minutos conversando e quando
Um tempo depois..MarcelVoltar pra casa após o parto de Safira foi uma loucura total. Ela disse que exagerei na escolta mas fui apoiado pelos anciãos que estavam ansiosos para conhecerem Luci. Só autorizei que eles fizessem uma visita após as primeiras vacinas do nosso pequeno. E por falar em vacina, por que não inventaram algo que eles pudessem tomar? Porra, tive que usar todo um autocontrole pra não surtar enquanto a doutora enfiava a agulha no meu pequeno. Meu coração quase esfarelou quando ele gritou com a dor e surpresa. Safira chorou junto com ele, mas eu me mantive forte por fora, porque por dentro doeu demais vê-lo assim.Quando finalmente recebemos a visita dos velhos do conselho fiquei surpreendido. Eles se alegraram ao ver o grande menino que nosso bebê é e trouxeram até presentes. Por dentro me senti muito orgulhoso de mim, por estar sendo esse pai protetor e amoroso, mas sempre busco não encher meu ego, não estou fazendo nada além da minha obrigação. Safira tem descansad
SafiraParece que nosso menino quer nascer um pouquinho antecipado. Já fazem três dias que estou aqui e Marcel vai acabar abrindo um buraco no chão de tanto que anda pra lá e pra cá. Eu fico admirada com toda a segurança e cuidado, mas sei lá, to achando meio exagerado.Claire veio me ver duas vezes e teve que passar até por uma revista. Eu achei um absurdo e reclamei com meu marido que pareceu não dar muita importância. É como se o que eu estivesse pensando ou deixando de pensar não valesse muito. Isso é incrivelmente irritante e me deixa chateada.Fechei meus olhos tentando dormir um pouco mas fui interrompida por ele enquanto entrava no quarto._ Petit, como se sente ?Perguntou ele enquanto se aproximava apalpando minha barriga._ Enorme.Resmunguei. Realmente nessa etapa final eu sinto como se fosse explodir a qualquer momento._ Você está linda, perfeita.Disse ele sorrindo. Não acredito mais nesses elogios e não é por mal, eu só acho que os olhos dele estão me vendo de uma form
MarcelO grande dia da minha vida se aproxima. Logo logo nosso menino vai nascer e Safira está simplesmente linda e perfeita. Claro, passamos por momentos bem conturbados devido a morte de Elizabeth e com o sumiço de Jorge. Sendo sincero eu não sei onde ele anda, mas às vezes ele manda mensagens dizendo que está tudo bem e que é para Safira ficar tranquila que logo ele volta para conhecer nosso filho. Eu poderia sim mandar caça-lo, puni-lo por desobediência. Mas o que eu ganharia em troca? Não há honra em punir um homem quebrado como Jorge. Eu sinto muito por sua perda, isso afetou a mim também, mas sei que aquela mulher está em paz, não seria vida viver com dor, com desconforto. Foi o melhor.Agora Safia pareceu começar a aceitar a perda e está mais concentrada em seus afazeres. Claro, eu disse a ela que não precisava fazer nada, que poderia ficar descansando em tempo integral, mas ela insiste em trabalhar, em se movimentar. Por um lado eu entendo, é bom até mesmo para o nosso menino
Seis meses depois..SafiraEu nunca poderia imaginar ter que lidar com a dor da perda, ainda mais de uma pessoa tão querida e importante pra mim.Eu desconfiei que havia algo de errado desde o início, mas jamais poderia imaginar que minha amiga estava partindo aos poucos. Eu sei que deveria ficar feliz em saber que ela foi nos braços de quem amava e em paz, num lugar lindo de se ver, mas a dor sempre fala mais alto.Observo mais uma vez o túmulo da minha melhor amiga enquanto acaricio minha barriga enorme. Honestamente não me sinto uma grávida feliz, a morte de Beth falou mais alto desde o início e arrancou do meu peito qualquer resquício de felicidade que eu pudesse ter.Descobrimos que nosso bebê é um menino grande e forte, perfeito. Fiquei feliz pela saúde dele, mas fiquei triste por não ter a pessoa que eu gostava para compartilhar. Claro, eu tenho Claire também, mas senti que ela ficou mais abalada que eu. As duas fizeram planos juntas e Claire tinha apenas eu e Beth._ Petit, va
ElizabethPassei boa parte da minha vida trabalhando e me preocupando com a minha mãe que está sob cuidados médicos que acabei me descuidando de mim mesma. Tive um relacionamento infeliz e abusivo que me fazia sentir um lixo todos os dias, que me machucava e ainda dizia que a culpa era minha mesma. Eu acabei me deixando afundar e não percebi o que estava acontecendo. Depois das surras constantes e machucados que começaram a aparecer sem explicações eu vi que já estava entregue a m*rte.É algo h*rrivel de se dizer, mas realmente está acontecendo. Jorge, meu querido Jorge nem desconfiava até que as coisas foram ficando mais sérias. Meus cabelos começaram a cair e tive que apelar para um cabelo que não é meu. Óbvio que ele iria perceber, uma hora ou outra. Ele foi gentil em conversar comigo sobre isso e meu patrão mais gentil ainda em me fornecer acesso a um tratamento mais agressivo. Tudo tem seus prós e contras. Me sinto cansada com mais frequência, mais indisposta pra tudo. Só não dei
Último capítulo