A vida na Sicília parecia ter a estranha habilidade de desacelerar o tempo. Acordávamos todos os dias com o som suave das ondas batendo nas pedras e o aroma das flores silvestres que Baran insistia em colher para deixar ao lado da cama. Tudo era simples. Tranquilo. E, pela primeira vez, genuinamente feliz.
— Tem certeza de que está tudo bem? — Baran perguntava pela terceira vez naquela manhã, me observando enquanto eu preparava uma infusão com gengibre e hortelã.
— É só enjoo, Baran. Normal. Faz parte.
— Mesmo assim. Eu posso cozinhar. Ou pedir algo.
Sorri, me aproximando dele e deixando um beijo leve no seu queixo. Sua barba começava a crescer de novo, e eu amava sentir a textura sob meus lábios.
— Está tudo bem. Eu sou médica, lembra?
Ele riu e me abraçou por trás, as mãos deslizando protetoras sobre minha barriga ainda lisa.
— Isso é o que me preocupa — sussurrou contra meu pescoço. — Você sempre foi forte demais. Disfarça demais. Aguenta mais do que deveria.
— E você é o rei do ex