O vento da madrugada assobiava pelas janelas, como se o próprio mundo estivesse alertando sobre o que viria. Baran estava inquieto, andando de um lado para o outro no quarto, o celular em mãos, os olhos pesados, sombrios. Eu observava em silêncio, sentada na cama com os joelhos abraçados, tentando decifrar as centenas de pensamentos que corriam em sua mente.
— Ele está mais perto do que imaginamos — disse Baran de repente, parando diante de mim. — Timur está cercando a cidade, armando uma teia em volta de nós. Não vai demorar até ele agir.
— E o Murat?
— Desapareceu. Desde ontem ninguém sabe onde ele está. Ou ele fugiu, ou já foi silenciado.
Me aproximei, toquei o rosto dele. Estava quente, tenso.
— Baran, você precisa descansar um pouco. Não vai conseguir pensar com clareza desse jeito.
— Eu não posso dormir enquanto você está em risco.
— Eu só estou em risco se você se destruir — falei com firmeza. — Senta aqui. Agora.
Ele hesitou, mas cedeu. Sentou-se ao meu lado, e eu puxei suas m