O silêncio entre nós era quase sufocante.
Você estava sentada no sofá da sala, as pernas cruzadas, com um roupão de cetim branco que eu adorava ver no seu corpo. O cabelo ainda úmido do banho denunciava sua tentativa de se acalmar. Mas os olhos… os olhos não conseguiam esconder. Você estava em ebulição.
— Por que não me contou? — sua voz saiu baixa, mas carregada de mágoa.
— Porque eu sabia que isso te afastaria. E eu não suportaria te perder de novo.
Você se levantou devagar, caminhou até mim e parou a poucos centímetros do meu peito. Erguendo o rosto, me encarou com uma mistura de fúria e tristeza que me cortou como uma lâmina.
— Você prometeu ser honesto comigo, Baran. Depois de tudo o que vivemos… depois do que passamos em Antália… e ainda assim me deixou de fora. De novo.
— Eu não deixei você de fora — respondi, tentando manter a calma. — Eu tentei te proteger.
— Proteção? Isso não é proteção! — sua voz subiu — É controle, Baran. Você ainda age como se pudesse carregar o mundo na