O relógio marcava 3h42 da manhã. O silêncio era cortado apenas pelo som do vento batendo contra as janelas do casarão e pelo meu coração, que parecia querer sair do peito. Estava sentada na poltrona ao lado da lareira apagada, vestindo apenas uma camisa dele e segurando uma xícara de chá que já havia esfriado há muito tempo.
Baran não voltava.
Depois daquela discussão tensa no nosso quarto, ele saiu batendo a porta, com os olhos tomados por um misto de raiva e dor. Não disse para onde ia, não levou o celular, não olhou para trás. E aquilo me corroía por dentro.
As palavras que dissemos um ao outro ainda ecoavam dentro de mim. Eu o chamei de covarde. Ele me acusou de não confiar nele. Eu chorei. Ele cerrou os punhos e saiu. E agora… tudo que me restava era a dúvida: será que ele voltaria?
Minha mente não parava de rodar em círculos. A imagem de Melek na festa ainda estava ali, insistente. Aquela mulher não tinha vindo só para fazer cena — havia algo que ela sabia, algo que Baran não qu