Na agitada Seattle, a rotina tranquila da doutora Megan é virada do avesso quando, em uma única noite, ela salva a vida de dois homens perigosos: um poderoso mafioso e seu mortal rival. O que deveria ser apenas mais uma noite de plantão transforma-se em um jogo perigoso, onde Megan se torna alvo de perseguição implacável por parte de um dos mafiosos, determinado usá-la para conseguir o que quer. Porém, no meio do caos, Megan encontra proteção no homem que deveria temer: Benjamim, o mafioso que ela salvou. Entre ameaças, segredos e intensos confrontos, Megan descobre um lado inesperado de Benjamim – um homem marcado pelas sombras, mas também capaz de cuidado e ternura. Dividida entre o medo e os sentimentos inesperados que surgem, Megan precisará enfrentar escolhas que podem mudar sua vida para sempre. Em meio à adrenalina e à paixão, será possível resistir ao perigo... e ao coração? Um enredo cheio de suspense, romance e reviravoltas que promete prender você do começo ao fim!
Ler maisNo movimentado hospital particular no centro de Seattle, Megan Davis acabara de terminar mais uma cirurgia e voltava para seu escritório. O desânimo e o cansaço eram evidentes em sua expressão, mas, acima de tudo, o que mais pesava era ter que trabalhar com seu ex-namorado e a atual namorada dele.
Assim como Megan, Lucas era médico e trabalhava no mesmo hospital e, naquele dia, estavam no mesmo plantão. Ter que ver Lucas quase todos os dias e, em alguns momentos, acompanhado de sua nova namorada era, no mínimo, torturante. Ela parou seus passos quando o viu passar sorrindo, enquanto conversava com a namorada.
— Quando vai superar? Até parece que gosta de sofrer — falou Melinda, chamando a atenção de Megan.
— Acha mesmo que não quero superá-lo e seguir em frente, Linda? Isso é tudo o que eu mais quero, mas você sabe como esse término me deixou insegura. Você, melhor do que ninguém, sabe das palavras que ele usou quando terminou comigo — murmurou Megan, enquanto voltavam a caminhar.
— Palavras de um narcisista idiota — respondeu irritada, pois aquele assunto a tirava do sério. — Quem te conhece de verdade, sabe que você não é nada do que ele disse. Vamos falar sério, amiga. Você tem espelho em casa, então olhe-se nele mais vezes. Uma mulher linda, independente e que já superou inúmeras dificuldades nesta vida, vai se deixar abater por um idiota como o Lucas?
— Melinda, sabe que a insegurança faz parte da minha vida. O Lucas não foi o primeiro que me traiu, e você sabe disso. Isso me faz questionar se realmente tem algo de errado comigo.
— Você nem pense em continuar falando assim. Me escuta, Megan. Acho que você tem um dedo podre para homem, apenas isso, mas o problema não está com você. Se eles achavam que algo estava faltando, bastava somente terem conversado. Nada justifica a traição deles. Entenda que traição é uma escolha.
Megan sorriu para a amiga e a abraçou. Linda, como ela gostava de chamá-la, era sua amiga há muitos anos e sua confidente. Ela agradecia, por ainda ter uma amiga como ela, já que não tinha mais ninguém em sua vida.
— Obrigada, minha amiga. O que eu faria sem você do meu lado?
— Você estaria perdida — respondeu, arrancando um sorriso de Megan. — Quer saber? Hoje você não vai direto para casa como sempre faz, ficando sozinha pensando bobagens. Hoje é aniversário do meu namorado e quero que venha comigo. Quem sabe você não encontra um homem gostoso e com um… você sabe, bem grande, que faça você esquecer de vez aquele idiota.
— Você é impossível, Linda. Só você para me arrancar um sorriso. Eu não sei se devo ir. Não estou no clima. Posso acabar estragando a sua comemoração.
Megan tentou convencer Melinda que era melhor ir para casa, mas sua amiga não estava disposta a deixá-la continuar afundada em um poço de tristeza e desânimo. Já fazia três meses que Lucas havia terminado com ela, após Megan descobrir que ele estava traindo-a com outra médica do mesmo hospital, que agora era sua atual namorada. Megan, por inúmeras vezes, pensou em pedir transferência para outro hospital, mas, por insistência de Linda, ela acabou ficando.
No hospital, todos a conheciam e gostavam dela. Em outro lugar, isso poderia não ser igual. Megan sabia que o melhor era superar Lucas, e talvez sua amiga tivesse razão: ela precisava encontrar outra pessoa o mais rápido possível. O que ela mais queria era encontrar alguém que gostasse dela como ela era, e não alguém que tentasse mudar sua essência, como Lucas tentou fazer.
— Muito bem, eu vou com você, mas não garanto que vou ficar por muito tempo.
Melinda ficou feliz com a resposta da amiga, e combinaram de se encontrar na entrada do hospital, já que iriam no carro de Megan. Assim que se trocaram, as duas seguiram para a festa, e era visível o quanto Melinda estava animada. Megan olhava algumas vezes para a amiga e suspirava.
Megan não gostava do namorado de Linda e, por várias vezes, tentou alertar a amiga de que ele era violento, mas Melinda arrumava inúmeras justificativas para defender o que ele fazia. Ela era boa em dar conselhos, mas muitas vezes não os seguia.
A festa seria na casa do namorado de Melinda e, quando elas chegaram, a coisa já estava bem animada. As garotas pulavam de biquíni na piscina, a música tocava e todos pareciam se divertir.
— Sente-se ali que vou lá dentro buscar alguma coisa para você beber e não se preocupe, não vou trazer nada com álcool, eu sei que vai dirigir — avisou Melinda e foi em direção à casa, deixando Megan no jardim.
Megan olhou em volta e se sentiu completamente deslocada. O barulho e todas aquelas pessoas esbarrando nela não a deixavam à vontade ali. Ela conseguiu ficar em um canto menos movimentado e, enquanto esperava por sua amiga, viu algo que tirou um pouco do ânimo que Melinda conseguiu devolver a ela.
Lucas e sua namorada acabavam de chegar, e Megan suspirou frustrada. Não bastava que eles exibissem seu relacionamento na frente dela no hospital, mas agora teria que ver aquela cena fora dele também. Ela observou os dois e, às vezes, achava que era mesmo masoquista, pois, mesmo sabendo que aquilo iria machucá-la, ainda assim não desviava o olhar.
O momento em que Lucas segurou a cintura da médica e a beijou com uma paixão que parecia nunca ter existido quando estava com ela, foi o limite para que Megan decidisse que não ficaria naquele lugar. Ela saiu em direção à casa, decidida a se despedir de Linda e ir embora.
Ela não olhou mais na direção de Lucas e não viu que ele percebeu sua presença e a seguiu com os olhos, disfarçando para não ser pego por sua namorada. Ele disse que iria buscar algo para beberem e pediu que ela ficasse no jardim com os amigos, mas sua intenção era ir atrás de Megan. No hospital, ela conseguia escapar dele, mas naquela festa seria a oportunidade que ele tinha para falar com ela e ter certeza de que Megan não o havia esquecido.
Assim que chegaram, Caio foi com eles até a porta do apartamento. Benjamim pediu que Megan entrasse primeiro. Quando viu que ela já estava afastada, deu mais uma ordem a ele:— Quanto àquele outro assunto, você já sabe o que fazer.Caio apenas assentiu com a cabeça em concordância e se retirou. Benjamim entrou, foi direto até onde ela estava, a abraçou novamente, como já havia feito antes, e voltou a olhar para o corte em sua testa.— Você está com dor? Quer que eu chame o doutor Carlos? — perguntou, tirando o cabelo do rosto dela para observar melhor o ferimento.— Não precisa, por sorte foram apenas alguns arranhões e não se esqueça que também sou médica — respondeu com um sorriso sem graça.Ele a abraçou mais uma vez, sentindo o peso da culpa por tudo o que havia acontecido. Mas, antes que pudesse se desculpar novamente, ela falou primeiro:— Como conseguiu me achar?Depois de tudo, era a primeira pergunta que queria fazer. Benjamim a soltou do abraço e a conduziu até o sofá. Sento
Ao chegar na porta, que já estava aberta, Enzo parou, com a intenção de provocar Benjamim mais uma vez.— Vamos dar uma voltinha, não é mesmo, pequena? — sussurrou ao passar a língua na orelha de Megan, que virou o rosto com expressão de nojo.Enzo começou a andar com ela de costas até o elevador. Assim que entrou, abriu um sorriso enquanto as portas se fechavam. Os que ficaram correram para as escadarias; Benjamim já sabia que ele iria para o estacionamento. Caio imediatamente ligou para alguns homens que estavam de prontidão lá embaixo, avisando para manterem os carros preparados.A ordem era clara: não atirar, pois Megan poderia ser atingida. O plano era persegui-los até encontrar uma oportunidade melhor. Enzo entrou no estacionamento, apontando a arma para os lados. Foi até seu carro, abriu a porta pelo lado do motorista e empurrou Megan para dentro, mandando que ela se deslocasse para o banco do passageiro.Ele saiu rapidamente do estacionamento. Logo depois, Benjamim apareceu, e
Lucas, mesmo traindo a confiança de Megan daquela forma, ainda murmurou um pedido de desculpas após injetar o sedativo — mesmo sabendo que ela já não podia mais ouvi-lo.— Me desculpa... — sussurrou, segurando seu corpo para que não caísse no chão.A mulher, que havia parado o que estava fazendo, foi até ele e o ajudou a colocá-la dentro do carrinho. Cobriu Megan com alguns lençóis sujos e, então, chegou a hora de lidar com ele.Sem hesitar, ela o golpeou com precisão, deixando-o desacordado. Precisava parecer que Lucas não havia participado de nada. Como uma profissional experiente, impediu que ele desabasse no chão, segurando-o com firmeza e deitando-o com cuidado para não fazer barulho.Ela o posicionou do outro lado da cama, fora do campo de visão de quem passasse pela porta. Em seguida, ajeitou tudo com calma e se preparou para sair do quarto.Ao sair, Caio ainda estava ao telefone com Benjamim. Ele a olhou brevemente, mas logo desviou o olhar, sem perceber nada fora do normal. A
Enquanto o carro seguia pelas ruas de Seattle, Megan começou a refletir sobre como poderia melhorar sua relação com Caio. Uma ideia lhe ocorreu: talvez pudesse conversar com Marcos para entender melhor o passado de Caio e, quem sabe, encontrar um caminho para uma convivência menos tensa. Ao pensar em Marcos, percebeu que não o via desde que haviam retornado da viagem, uma ausência que agora a intrigava.— Não vi o Marcos desde que chegamos — disse, incapaz de conter a curiosidade. — Ele está fora da cidade?Caio assentiu com um breve movimento de cabeça, os olhos fixos na estrada. Megan esperou que ele elaborasse uma explicação, mas o silêncio dele persistiu, como uma barreira invisível. Impaciente, ela gesticulou com as mãos, um movimento expressivo que exigia mais informações.Caio suspirou, lançando-lhe um olhar rápido antes de responder, o tom seco, mas contido.— Ele está em uma viagem de trabalho. Satisfeita?Megan revirou os olhos, a resposta curta e evasiva a irritando. Não in
Benjamim retornou à cozinha, onde Megan permanecia sentada, encarando o prato com um olhar distante. A fome não a acompanhava, mas, a pedido dele, ela se esforçou para comer um pouco.— Melinda precisa que você esteja forte — argumentou Benjamim, a voz suave, persuasiva, enquanto a observava com cuidado.Após o jantar, eles subiram para o quarto. Na cama, Benjamim puxou Megan para si, aconchegando-a contra seu peito. Seus dedos deslizavam suavemente pelos cabelos dela, um gesto ritmado e reconfortante, até que ele sentiu a respiração dela se acalmar, indicando que o sono finalmente a havia alcançado.Ele, no entanto, permaneceu acordado por mais tempo, os pensamentos inquietos. A missão de Marcos no México ocupava sua mente, assim como a urgência de capturar Enzo, seu rival implacável. Outro nome também pairava em seus pensamentos: Harper, com quem ainda tinha contas a acertar, e cuja fuga continuava a frustrá-lo.A madrugada avançava, e, como de costume, o sono não veio facilmente pa
O quarto de Benjamim era amplo e acolhedor, com uma cama imensa que convidava ao descanso e um banheiro que exalava elegância. O espaço era dominado por uma banheira espaçosa, cujas linhas suaves e acabamento impecável chamaram a atenção de Megan. Ao observá-la, ela sentiu o desejo súbito de tomar um banho — não apenas para limpar o corpo, mas para aliviar, ainda que momentaneamente, o peso que carregava no peito. Um banho quente talvez pudesse acalmar sua mente inquieta.— Que tal um banho para relaxar? — sugeriu Benjamim, como se tivesse lido seus pensamentos, enquanto começava a encher a banheira, o som da água ecoando suavemente no ambiente.Megan virou-se para ele, um leve sorriso despontando em seus lábios diante da sintonia entre eles. Ela assentiu, começando a despir-se com movimentos lentos, a exaustão emocional tornando cada gesto mais pesado. Benjamim observou-a por um instante, seus olhos carregados de cuidado, antes de acrescentar:— Vou pedir algo para comermos. Entre na
Último capítulo