O silêncio que pairava entre nós era espesso, quase sufocante. A mansão de Baran, sempre tão viva com sons de passos, vozes e o leve tilintar de taças, agora parecia oco. Eu caminhava pelos corredores como uma sombra, tentando entender em que momento tudo escapou do nosso controle. Depois da noite no hospital e da decisão que tomei de voltar para a casa dele, tudo parecia ter mudado. E não no bom sentido.
Baran estava cada vez mais distante. Trocávamos poucas palavras, olhares carregados de segredos e mágoas não ditas. À noite, ele virava para o lado, me deixando sozinha com meus pensamentos e o vazio entre os lençóis. O calor de seu corpo, que antes me dominava, agora parecia um luxo do qual eu tinha sido privada. E eu sabia que parte disso era culpa minha.
Eu o magoei.
Não era fácil admitir, mas era verdade. Ter hesitado, ter me afastado — por mais que os motivos fossem legítimos — feriu o orgulho dele, e, mais profundamente, o seu coração. Baran nunca foi de expor sentimentos com f