Eu não dormi naquela noite.
O relógio marcava 03:47 quando me dei conta de que ainda estava sentada na poltrona do quarto de Baran, com os joelhos dobrados contra o peito, vestindo uma de suas camisas largas, sentindo o cheiro dele impregnado em mim como tatuagem. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e minha mente, em completo caos.
Baran tinha descido para resolver algo com seus homens. Disse que voltaria em uma hora. Faziam quatro. E cada segundo que passava sem ele, era como uma lâmina me cortando por dentro.
A última conversa ainda ecoava em minha cabeça:
— Você não entende, Yasmin. Eu preciso protegê-la, mesmo que isso signifique me afastar de você.
— E quem vai me proteger de você, Baran? De como me destrói cada vez que se afasta?
Ele não respondeu. Apenas me encarou com os olhos cheios de dor e culpa. E então se foi.
Levantei-me da poltrona com o corpo doendo e o coração ainda mais pesado. Peguei o celular, desesperada para alguma notícia dele. Havia três mensagens de E