Lex
Eu devia ter me controlado.
Era pra ser só um boa-noite. Um beijo leve, um gesto inofensivo. Só que o problema é que nada em relação à Ana é inofensivo. Nem o jeito que ela ri, nem o jeito que franze o nariz quando está nervosa, e muito menos o jeito que ela me olha — como se estivesse tentando disfarçar o que sente, mas o corpo dela entrega tudo.
Quando fechei a porta do meu quarto fiquei sozinho na frente da porta, parado alguns segundos. O coração parecia uma bateria de escola de samba. Eu não conseguia decidir se ria, se batia a cabeça na parede ou se voltava lá pra terminar o que comecei.
"Um beijo de boa-noite."
É sério, Lex? Você é um homem adulto, não um adolescente em primeiro encontro.
A verdade é que o gosto da pele dela ainda estava na minha boca. Um beijo rápido na bochecha, e eu fiquei completamente desgraçado. Um toque simples, mas a faísca acendeu como se eu tivesse encostado num fio elétrico.
Tentei respirar fundo, não era nada de demais eu tinha que pensar em