Quando a irmã gêmea de Melissa fugiu antes do casamento, ela foi obrigada a subir ao altar em seu lugar e se casar com o futuro cunhado, um homem que sempre a desprezou. Leonardo Salazar é um CEO frio, poderoso e acostumado a controlar tudo ao seu redor. Ele acredita estar casado com a mulher que lhe foi prometida em um casamento arranjado, sem perceber que a verdadeira esposa que dorme em sua cama não é quem diz ser. Após descobrir uma gravidez inesperada, Melissa pensa que tem a vida de seus sonhos, quando sua irmã gêmea retorna, exigindo de volta o lugar de esposa que abandonou antes de subir no altar. Agora, Melissa precisa esconder que carrega o filho do próprio cunhado e lutar para que Leonardo nunca descubra a verdade sobre a mulher que realmente colocou em sua cama.
Ler mais— Melissa, você precisa se casar com Leonardo! A empresa vai falir se sua irmã não aparecer no altar e o casamento não acontecer — disse meu pai em tom acusatório.
Leonardo Salazar. O homem que estava prestes a entrar no altar com a minha irmã, aquele que me rejeitou de todas as formas possíveis. Durante oito anos, desde os meus dezesseis, eu tinha sido invisível para ele. Nunca fizera qualquer demonstração de que gostava da minha presença, deixando claro o seu desprezo absoluto por mim. Sempre fora gentil e atencioso com minha irmã, demonstrando abertamente sua preferência por Mabel. Seus olhos azuis se iluminavam quando ela entrava em algum ambiente, enquanto comigo era diferente: seus olhares passavam com desdém, como se minha presença fosse um incômodo que ele tolerava apenas por educação.
Quando meus pais anunciaram que ele e minha irmã se casariam, imaginei que nutria um sentimento genuíno por ela. Mas, para Leonardo, este casamento aconteceria pelos mesmos motivos que moviam meus pais: dinheiro, poder e conveniência social. Ele nunca a amou de verdade, assim como nunca me enxergou como algo além de um estorvo. Era óbvio que esse casamento não daria certo, pois começara pelos motivos errados.
Encarei o quarto bagunçado de Mabel, que parecia um cenário de completo caos. A janela estava escancarada, roupas espalhadas pelo chão, gavetas abertas e vazias, como se ela tivesse feito as malas às pressas durante a madrugada. Minha mãe estava no centro do quarto, segurando uma folha de papel com as mãos trêmulas, enquanto meu pai caminhava de um lado para o outro como uma fera enjaulada. Meu irmão mais novo, Diego, permanecia encostado na parede com os olhos arregalados. A ausência de Mabel ecoava em cada canto do ambiente.
— Vocês não podem me obrigar a me casar com ele! — argumentei, sem acreditar no absurdo que meu pai estava me pedindo. — Se Mabel fugiu no dia do casamento, deve ter seus motivos. Talvez só tenha ficado nervosa e vá voltar.
— Não se faça de boba, ela não vai voltar. Isso só pode ter um dedo seu! — gritou minha mãe, aproximando-se de mim com o papel tremendo nas mãos. — Você sempre teve inveja da Mabel e, agora que ela estava prestes a encontrar o seu final feliz, a colocou contra o futuro marido e conseguiu o que queria.
Eu não deveria ficar surpresa por ela me culpar pelo que Mabel fez, mas, independente de quantas vezes isso já tivesse acontecido, eles continuavam me fazendo carregar o peso da culpa de todos os problemas. Desde criança, quando qualquer problema surgia em nossa casa, era automaticamente atribuído a mim, como se eu fosse a origem de todos os males da família.
Lembro-me dos anos de infância em que Mabel quebrava algum objeto precioso e eu era punida porque “devia ter dado o exemplo”. Ou quando minha irmã gêmea tirava notas baixas na escola e eu era culpada por “não ajudá-la o suficiente nos estudos”. Meus pais sempre encontravam uma forma de transformar cada erro, cada acidente, cada decepção com Mabel em responsabilidade minha, como se minha existência fosse uma sombra constante sobre a perfeição dela.
Enquanto minha irmã gêmea ganhava vestidos caros, viagens para o exterior e elogios constantes por sua beleza e elegância, eu recebia broncas por tudo, não merecia presentes e nunca era boa o suficiente para conquistar qualquer gesto de carinho, por mais que me esforçasse para ter o amor deles. Agora, vinte e quatro anos depois, o padrão continuava se repetindo.
— Toda vez que algo dá errado nesta casa, vocês encontram uma forma de culpar a mim — disse com a voz embargada.
— É claro que isso é culpa sua, é só ler isto! — minha mãe continuou gritando, praticamente jogando uma carta em cima de mim.
Peguei o papel em um gesto automático e reconheci imediatamente a caligrafia elegante de Mabel.
— Quando lerem isto, já estarei longe. Não posso me casar com Leonardo Salazar. Não posso prosseguir com esse casamento para salvar nossa empresa da falência e não posso mais fingir. Encontrei meu verdadeiro amor e vou viver a minha vida. A Melissa sempre disse que eu deveria seguir meu coração. Vou seguir o que ela me disse. Não me procurem. Com amor, Mabel.
Senti o chão desaparecer debaixo dos meus pés. Era claro que minha irmã encontraria uma maneira de colocar a culpa em mim. Ela sabia que, se fizesse isso, meus pais se voltariam contra mim e a protegeriam, como sempre fizeram. Mabel tirava proveito da preferência dos meus pais por ela toda vez que tinha a chance.
— Mabel ia se sacrificar pela família e você destruiu isso.
O que se seguiu foi uma avalanche de acusações que me destruíam sistematicamente, palavra por palavra, acusação por acusação.
— Claro que você estragaria tudo. Sempre foi invejosa! — meu pai rosnou, caminhando em círculos como um predador. — Desde pequena você não suportava que Mabel fosse mais bonita.
Eu queria argumentar, dizer que éramos gêmeas idênticas e que isso era impossível, mas sabia que só pioraria a discussão ainda mais.
— Você vai consertar essa desgraça que fez! Ninguém mandou ficar soprando essas bobagens no ouvido dela, agora vai entrar naquela igreja no lugar dela — gritou minha mãe.
— Eu só disse para ela seguir o coração, não sabia que ela deixaria de se casar com Leonardo. Além disso, você sabe que ele me odeia e vai perceber que não sou ela em um segundo — protestei, mas, no fundo, comecei a me perguntar se eles não tinham razão.
O peso da culpa se abateu sobre meus ombros como uma montanha, mesmo sabendo que não era totalmente responsável pela decisão de Mabel. Minha família estava desmoronando, nossa empresa estava falindo… e eu falei para Mabel que ela deveria procurar sua felicidade.
— Você vai ter que convencer ele. A empresa está falida. Devemos quinze milhões aos bancos. Leonardo era nossa única salvação. Ele ia investir na construtora. Este casamento nunca foi por amor, era negócio puro e você não vai arruinar tudo. Ou você assume o lugar da Mabel ou vai presa. Vou inventar qualquer coisa, vou dizer que você ameaçou ela — meu pai me ameaçou.
— Vamos contar que você chantageou Mabel para não se casar. Todo mundo vai acreditar. Todos sabem como você sempre foi invejosa — minha mãe apoiou.
O terror absoluto tomou conta de mim quando percebi que não tinha saída. Eles realmente fariam isso, realmente me incriminariam falsamente para salvar a própria pele. Olhei ao redor do quarto devastado, para os rostos furiosos dos meus pais, para a expressão confusa e manipulada do meu irmão, e entendi que minha família acabara de me entregar como sacrifício.
— Vocês não podem me obrigar a isso!
— Podemos e vamos. Você destruiu o casamento da nossa filha. Você vai assumir o lugar dela e ninguém nunca vai saber o que você fez, nem mesmo Leonardo, pois terá que ser convincente. Ou então vamos fazer você pagar caro pelo que fez — meu pai determinou.
A ameaça dele não era vazia e eu sabia que meus pais eram capazes de cumprir cada palavra, de inventar qualquer mentira necessária para me transformar na vilã desta história. Pensei em Diego, meu irmão de apenas dezesseis anos, que perderia sua bolsa de estudos e veria seus sonhos de se tornar médico destruídos por causa desta crise financeira. Pensei nos duzentos funcionários da empresa que ficariam desempregados, na reputação da família que seria manchada para sempre se a verdade sobre a fuga de Mabel viesse à tona. O peso da responsabilidade esmagava meus ombros enquanto percebia que não tinha escolha. Ou eu me tornava a substituta perfeita de Mabel, ou veria tudo desmoronar ao meu redor, incluindo pessoas inocentes que não mereciam pagar pelo erro da minha irmã.
— Está bem. Eu vou me casar com Leonardo.
Minha mãe me entregou o vestido com um sorriso exultante, como se tudo estivesse finalmente resolvido. Afinal, nenhum deles se importava verdadeiramente comigo. Não ligavam se eu seria feliz ou miserável nesse casamento com Leonardo Salazar, um homem cuja frieza era lendária e assustadora.
Leonardo não seria um bom marido, nunca tive dúvidas sobre isso. Perguntei-me diversas vezes se ele tinha algum coração. Era um homem de uma presença intimidadora, que fazia as pessoas se calarem quando entrava em um ambiente. Seus olhos azuis eram como pedras de gelo que nunca demonstravam calor humano e sua voz sempre carregava um tom de autoridade que não aceitava contestações. Era conhecido por sua incapacidade de sorrir genuinamente, por nunca demonstrar qualquer tipo de vulnerabilidade ou gentileza espontânea, tratando todas as pessoas ao seu redor com uma frieza irredutível. E, em breve, eu seria sua esposa.
Peguei o vestido com as mãos trêmulas, completamente destroçada, sabendo que não tinha escolha. Teria que me casar com Leonardo e me tornar a substituta perfeita da minha irmã gêmea.
As mãos de Leonardo me mantiveram sob seu domínio absoluto, firmes e implacáveis, enquanto seus lábios deslizavam pelo meu pescoço. A cada segundo sentindo seus lábios em minha pele, meu corpo incendiava mais. Tudo era uma grande novidade para mim. Não pensei que ser tocada desta forma pudesse ser tão… intenso. Meu subconsciente sussurrava que eu devia pedir para ele parar, mas tudo o que eu queria era que ele continuasse o que estava fazendo.Seus beijos desciam devagar pela linha da minha clavícula, e a boca quente explorava cada pedaço de pele que encontrava exposta. Quando seus dedos deslizaram por debaixo do tecido do meu vestido, segurando meus seios firmes, senti o calor da sua mão roçar diretamente minha pele nua de meu mamilo, e um gemido baixo escapou antes que eu pudesse me controlar. A sensação era eletrizante, como se cada nervo do meu corpo tivesse despertado de repente.Leonardo levou sua mão perigosamente até a parte mais baixa das minhas costas, enquanto seus dedos ap
O sangue sumiu do meu rosto. O salão inteiro girava ao meu redor e, por um instante, tive certeza de que desmaiaria nos braços dele. O ar ficou preso em minha garganta e minhas pernas tremeram. Eu sabia que não tinha mais como mentir para Leonardo e que teria que dizer a verdade ali mesmo. Tentei pensar através do pânico, mas seus olhos me estudavam com tanta atenção que nenhuma palavra seria capaz de convencê-lo de que estava diante de Mabel.Um arrepio gelado percorreu minha espinha enquanto eu buscava desesperadamente uma saída, mas o terror me sufocava. Minha mente se contorcia tentando encontrar uma solução, até que obriguei minha boca a se mover.— Está ficando doido? — retruquei como Mabel faria, tentando soar indignada e convencida. — Como eu saberia que você tem aquela cicatriz no ombro esquerdo se fosse a Melissa? Como ousa dizer que pareço com ela? Ainda mais nesse vestido? Acha que Melissa seria capaz de se passar por mim? Que saberia como você me toma feito um animal na c
Leonardo não hesitou nem por um segundo. Suas mãos fortes me puxaram pela cintura com uma intensidade que me deixou sem ar, pressionando-me contra seu corpo musculoso enquanto seus olhos azuis queimavam de desejo. Ao se aproximar para me beijar, vi fome pura em seu olhar, como se quisesse me devorar ali mesmo, diante de todos. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, sua boca tomou a minha com uma paixão devastadora, seus lábios movendo-se com maestria enquanto uma de suas mãos se entrelaçava nos meus cabelos e a outra me mantinha ainda mais colada a ele.O beijo era explosivo, dominante, cheio de uma intensidade sexual que fez meu corpo inteiro pegar fogo. Quando sua língua encontrou a minha, um gemido involuntário escapou da minha garganta. Pude sentir a força do seu desejo quando sua respiração acelerou, a forma como seu corpo reagia ao meu. Ninguém nunca me beijara daquela maneira e, pela primeira vez na vida, entendi o que significava ser beijada por um homem de v
As portas da igreja se abriram e senti que estava caminhando para a minha própria execução. Quando Leonardo se virou e me viu avançando em sua direção ao lado do meu pai, seus olhos azuis se fixaram nos meus com uma intensidade que quase me fez tropeçar. Apesar de duzentos pares de olhos me observarem, apenas um par, o dele, parecia importar. A marcha nupcial tocava, mas tudo o que eu conseguia ouvir eram os batimentos descompassados do meu coração. Eu sabia que aquele era o momento da verdade: ou convencia Leonardo de que era Mabel, ou minha vida acabaria antes mesmo de começar.Imitei a confiança de Mabel, caminhei com os ombros erguidos e o queixo ligeiramente erguido, forçando um sorriso que eu esperava parecer radiante em vez de aterrorizado. Cada passo sobre o tapete vermelho me aproximava do homem que me desprezava, mas que agora me observava acreditando estar recebendo outra mulher. A ironia cruel dessa situação fazia meu estômago se revirar.Leonardo estava deslumbrante em se
Três horas depois, eu estava sentada diante do espelho no quarto de Mabel, irreconhecível. A maquiadora trabalhava havia mais de uma hora tentando disfarçar os estragos que o choro causara em meu rosto. Ela aplicava compressas geladas nos meus olhos inchados, usava corretivo em camadas para esconder as marcas vermelhas ao redor das pálpebras e espalhava uma base pesada para uniformizar minha pele manchada pelas lágrimas. Fazia todo o possível para realçar meus olhos verdes com sombras douradas que conseguiam diminuir o inchaço, antes de pintar meus lábios com um vermelho vibrante que Mabel costumava usar. Era um tom que eu jamais escolheria para mim.Meus cabelos foram escovados e deixados soltos em ondas perfeitas que caíam pelos meus ombros, exatamente como minha irmã sempre usava para parecer mais sensual. Isso era completamente oposto ao meu estilo de rabo de cavalo simples ou cabelos presos discretamente.O vestido de noiva era exatamente o que eu esperaria de Mabel: sensual e ou
— Melissa, você precisa se casar com Leonardo! A empresa vai falir se sua irmã não aparecer no altar e o casamento não acontecer — disse meu pai em tom acusatório.Leonardo Salazar. O homem que estava prestes a entrar no altar com a minha irmã, aquele que me rejeitou de todas as formas possíveis. Durante oito anos, desde os meus dezesseis, eu tinha sido invisível para ele. Nunca fizera qualquer demonstração de que gostava da minha presença, deixando claro o seu desprezo absoluto por mim. Sempre fora gentil e atencioso com minha irmã, demonstrando abertamente sua preferência por Mabel. Seus olhos azuis se iluminavam quando ela entrava em algum ambiente, enquanto comigo era diferente: seus olhares passavam com desdém, como se minha presença fosse um incômodo que ele tolerava apenas por educação.Quando meus pais anunciaram que ele e minha irmã se casariam, imaginei que nutria um sentimento genuíno por ela. Mas, para Leonardo, este casamento aconteceria pelos mesmos motivos que moviam me
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