Pov. Narrador
O relógio marcava quase dez da manhã de domingo, quando Isabella finalmente conseguiu sair da cama. O corpo ainda pesava de cansaço, mas era a mente que não a deixava descansar. Nos últimos dias, ela se sentia como se estivesse atravessando um longo corredor sem saber o que havia no final.
Ela olhou o reflexo no espelho. Os olhos ainda denunciavam as horas mal dormidas, mas havia algo novo neles — talvez curiosidade, talvez medo.
Pegou o celular na cabeceira e, sem pensar muito, enviou uma mensagem para a pessoa que sabia exatamente o que fazer com seus silêncios.
Isabella: “Café hoje?”
Camila: “Achei que nunca fosse pedir. Tô passando aí em 20 minutos. Se arruma, que eu não te deixo murchar.”
Isabella sorriu, mesmo cansada. Era exatamente o tipo de resposta que esperava. Camila tinha entrado na vida dela cinco anos antes, de um jeito improvável. As duas se conheceram em um curso de extensão sobre gestão de pessoas, em uma tarde abafada de sexta-feira. Enquanto Isabe