Pov. Isabella
Eu fechei a porta devagar depois que Ethan saiu. Devagar como quem tenta segurar o que acabou de acontecer, como se o simples gesto de girar a maçaneta pudesse fazer tudo evaporar. Quando a trava fez aquele clique suave, eu encostei as costas na porta e deixei meu corpo deslizar para baixo até sentar no chão. As pernas tremiam. O coração parecia fora do ritmo, como se ainda estivesse correndo até alcançar a boca dele. Porque eu o beijei. De novo. Depois de anos tentando esquecer. Depois de anos acreditando que aquilo nunca mais aconteceria. E ele me beijou com a mesma intensidade de alguém que encontrou o que procurava a vida inteira.
Eu respirei fundo, mas o ar não entrava direito. Meus dedos tocaram os lábios sem que eu percebesse, como se quisessem confirmar se aquilo tinha sido real ou apenas fruto de uma carência elaborada pela minha imaginação. Mas era real. Absolutamente real. O beijo. A confissão. O “eu te amo”… Dele. E o meu.
— Meu Deus… — murmurei, escondendo o