Pov. Ethan
Desde o momento em que saí do apartamento dela, era como se o tempo tivesse parado. As ruas molhadas refletiam os postes e os faróis como se o mundo estivesse se derretendo, e eu junto com ele. Dirigi sem destino por um tempo, o som dos pneus sobre o asfalto molhado era o único que conseguia ouvir um som constante, hipnótico, quase como se tentasse me distrair da lembrança dela. Do toque dos lábios. Do cheiro de café misturado com o perfume suave que ficou preso na minha roupa. Do olhar dela quando o beijo terminou, confuso e ao mesmo tempo cheio de tudo o que eu sempre temi sentir. Eu sei, eu não devia ter ido até lá. Mas eu também não conseguiria continuar respirando se não a visse.
Fechei os olhos por um segundo, encostando a cabeça no volante. A cena se repetia como um filme em looping. Eu batendo à porta, ela abrindo, surpresa. O som da chuva lá fora. A forma como meu coração disparou quando ela disse “entra”. E depois… o silêncio. Aquele tipo de silêncio que não pede