🌹 Sinopse – Casamento Forçado que virou Amor 🌹 Ele jurou vingança. Ela, inocente, foi entregue ao inimigo. Rosália cresceu acreditando em contos de fadas, mas o destino lhe reservou um pesadelo. Forçada a se casar com Luciano — um homem tão atraente quanto perigoso — ela não imagina que está sendo usada em um plano cruel de vingança. Ele quer fazê-la pagar pelos pecados do pai, destruir o nome que ela carrega... e, se possível, o coração também. 💔 Mas a dor tem um limite, e o ódio também. Quando Luciano se perde nos olhos dela, descobre que o castigo que planejou pode se voltar contra ele. Entre promessas quebradas, noites ardentes e segredos que podem matar, surge algo que ele nunca esperou sentir: amor. Agora, entre o dever e o desejo, Luciano terá que escolher — continuar sendo o homem que destrói, ou aquele que ama. E Rosália… precisará decidir se perdoa o monstro que jurou acabar com sua vida, ou se se entrega ao homem que a faz sentir viva. 🔥 Um casamento nascido da vingança. 💋 Uma paixão que se tornará redenção. ❤️🔥 Porque até o ódio, quando queima demais… se transforma em amor.
Leer másHistoricamente, Manhattan City foi governada nas sombras pelas chamadas Cinco Famílias. Nenhum prefeito, juiz ou policial ousava contrariar suas ordens. Elas moviam os fios invisíveis da cidade, decidindo quem vivia, quem morria e quem tinha o privilégio de ser lembrado.
A família Lucchese, da qual eu fazia parte, era uma das mais temidas. E eu… a filha indesejada. Meu nome é Rosália Messina Lucchese, e esta é a história de como o meu destino foi selado pelo sangue e pelo poder. Eu caminhava apressada pelas ruas molhadas de Manhattan. A chuva caía em filetes finos, refletindo as luzes vermelhas dos carros e o brilho dourado dos prédios espelhados. Sentia o coração acelerar a cada passo, não apenas pelo frio que cortava a pele, mas pela sensação incômoda de estar sendo observada. Um carro preto seguia meu ritmo há algumas quadras. Os vidros escuros escondiam o motorista, e por mais que eu tentasse me convencer de que era coincidência, o instinto gritava o contrário. Apertei o passo, segurei firme, minha bolsa gasta e atravessei a rua correndo. Subi as escadas da minha rua estreita e só parei quando alcancei a portaria do prédio simples onde morava. O coração ainda martelava quando entrei, ofegante, tentando ignorar o medo. Mas o medo tinha rosto. E ele me esperava. No estacionamento, um carro de luxo prateado, de motor italiano, destoava de todos os veículos velhos dali. A pintura reluzia sob a chuva. Cheguei a me aproximar — e foi então que vi, pendurado no espelho retrovisor, o brasão da Família Lucchese, um dos símbolos das Cinco Famílias. Um frio gelado percorreu minha espinha. Aquele brasão significava uma coisa: eles haviam me encontrado. Por um segundo, pensei em fugir. Mas fugir de quê? Eu sabia que esse dia chegaria. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, alguém viria me buscar para cumprir o dever que nasci para detestar. Subi rapidamente para o meu apartamento. Enquanto o elevador subia, o zumbido das luzes parecia ecoar dentro da minha cabeça. “Talvez seja papai”, pensei, tentando enganar a mim mesma. “Talvez ele tenha vindo me visitar.” Mas o papai nunca dirigia. E o carro não tinha motorista. Quando cheguei ao corredor, percebi o detalhe que confirmou o que meu coração já sabia: A porta estava entreaberta. O som da chuva lá fora se misturava ao meu medo. Respirei fundo, tentando me convencer de que talvez fosse um engano, talvez a fechadura estivesse com defeito. Mas assim que empurrei a porta, percebi que as luzes estavam acesas — todas. E o ar… o ar estava diferente. Cheiro de uísque, couro e perfume amadeirado. Sobre o balcão, um par de luvas pretas e um molho de chaves brilhavam sob a luz. Não era o papai. Meu coração disparou quando ouvi uma voz atrás de mim. — Você não tem um guarda-chuva, Rosália? O som me atingiu como um soco. Aquele timbre… frio, rouco, debochado. Virei devagar e o vi: Henrique Lucchese, meu meio-irmão. O homem que eu mais temia no mundo. Ele estava encostado na porta do meu quarto, impecável num sobretudo preto, o olhar escuro e cruel percorrendo meu corpo como se me despisse com os olhos. — Faz tempo que não nos vemos, não é? — ele sorriu de lado, e esse sorriso me deu náusea. Respirei fundo, tentando manter a voz firme. — O que você está fazendo aqui, Henrique? Como conseguiu uma chave? Ele deu um passo à frente, e automaticamente recuei. O tapete molhado amorteceu meu movimento, e o som das gotas caindo da barra do meu casaco parecia ecoar alto demais. — É assim que recebe o irmão mais velho? — perguntou, fingindo ofensa. — Achei que me ofereceria algo pra beber. Sem esperar resposta, ele foi até a cozinha e pegou a garrafa de uísque que eu guardava para visitas. O tilintar do vidro contra o balcão me fez estremecer. — Você ainda não aprendeu a beber, não é? — ele zombou, servindo-se com naturalidade. — Isso explica muita coisa. Fingi ignorá-lo. — Diga logo o que veio fazer aqui. Ele riu. — Sempre direta, como a sua mamãe. O nome dela nos separava mais do que o sangue. Henrique era filho do primeiro casamento do meu pai — fruto de uma união arranjada entre as Famílias Lucchese e Valmonti. Quando meu pai deixou aquela mulher e formou uma nova família com minha mãe, Henrique perdeu não apenas o nome, mas o trono que acreditava ser dele por direito. Desde então, ele me odiava. — Por que você está aqui? — insisti. — Não posso visitar minha irmãzinha? — respondeu com sarcasmo. Ele se aproximou mais, e eu senti o perfume forte de madeira e fumaça. Um arrepio subiu por minha nuca. — Por que está tão nervosa, hein, Rosália? — murmurou. — A biblioteca fechou há uma hora… Você estava mesmo estudando ou andou se encontrando com alguém? — Está me seguindo? — rebati, irritada, tentando esconder o medo. Ele sorriu, mas o olhar ficou sombrio. — Espero que você não esteja mentindo. Seria uma pena descobrir que minha irmãzinha tem tempo pra… aventuras. — Você é doente — sussurrei, a voz falhando. Ele deu de ombros, bebendo outro gole. — Doente é quem acha que pode fugir do próprio sangue. O silêncio entre nós ficou denso, quase palpável. O som da chuva lá fora parecia o único movimento do mundo. Até que ele quebrou o silêncio: — Tenho notícias. Boas e ruins. Qual você quer primeiro? A garganta secou. — Fale logo. Henrique pousou o copo, apoiou-se na mesa e me olhou como se saboreasse minha aflição. — O papai está doente. A frase me atingiu como um tiro. — O quê? Como assim? — Ataque. Não sabemos se foi do coração ou do estresse. — Ele fez uma pausa proposital. — Está em coma. O chão pareceu sumir sob meus pés. — Quando aconteceu isso? — Dois dias atrás. Dois dias… Dois dias inteiros sem que ninguém me dissesse nada. — E você só me conta agora? Ele apenas deu um meio sorriso, indiferente. — Achei que você precisasse de um tempo pra se preparar. — Qual hospital? — perguntei, pegando o celular. Henrique deu um passo e, num gesto rápido, arrancou o aparelho das minhas mãos. — Isso não vai adiantar. Ele não pode atender. — Me devolve, Henrique! — gritei, tentando recuperar o telefone. — Papai está em um hospital particular — respondeu, sem emoção. — Onde mais um Lucchese ficaria? A raiva e o medo se misturaram. Aquele homem à minha frente parecia mais um inimigo do que um irmão. Ele caminhou pela sala, observando o ambiente simples, como se me julgasse por cada detalhe. — Então é aqui que vive a herdeira perdida dos Lucchese… — ironizou. — O papai te protegeu demais, Rosália. Engoli o choro que ameaçava subir. — Eu só quero vê-lo. — Claro que quer. Mas antes… — ele se virou para mim, o olhar duro. — Há algo que você precisa saber. — O quê agora? Henrique se aproximou devagar, tão perto que pude sentir o calor da respiração dele tocar meu rosto. — O velho nomeou um substituto. — Sua voz saiu baixa, arrastada, cruel. — E não fui eu. Meu coração parou por um segundo. — O quê? — Ele te escolheu, Rosália. As palavras dele pareciam impossíveis. Eu, a filha que ele sempre tentou afastar do mundo sujo da máfia? Henrique sorriu, mas seus olhos estavam cheios de ódio. — Engraçado, não é? O sangue mais puro, a mais protegida… escolhida pra continuar o império. — Isso é mentira — sussurrei, tremendo. — Acredite no que quiser. Mas a partir de agora, você é o centro das atenções das Cinco Famílias. O eco daquela frase me deixou sem ar. Ser o centro das atenções da máfia significava ser alvo. Henrique se inclinou e sussurrou no meu ouvido: — E eu… vou garantir que você cumpra o seu papel, maninha. O arrepio que percorreu minha espinha não era apenas de medo. Era algo pior. Um tipo de ódio misturado com repulsa e lembranças antigas, coisas que eu não queria lembrar. Tentei manter a calma. — Eu quero vê-lo. Depois disso, nunca mais precisa olhar pra mim. Henrique riu baixo. — Você não manda em nada, Rosália. A partir de agora, quem decide sou eu. Ele caminhou até a porta, abriu com um estalo e olhou para trás com aquele sorriso sombrio que sempre antecedia o caos. — Prepare-se. Vamos visitar o papai. Meu corpo inteiro tremia quando ele saiu. A chuva lá fora continuava, e eu sabia que, ao cruzar aquela porta, nada mais seria igual. O mundo das Cinco Famílias me esperava — e o meu inferno também. Continua...Nem Henrique nem eu dizemos uma palavra enquanto ele dirige para fora da garagem. O motor ronrona baixo, como um animal cansado, e o carro parece um bote para atravessar um mar de silêncio espesso. Sinto-me humilhada. Mortificada. As palavras que me jogaram na sala o deboche abafado, a exposição que ainda queimam na garganta como brasa. Tudo aquilo só agora começa a se assentar dentro de mim, a tomar forma. Tudo o que consigo fazer é encolher o corpo no banco do passageiro, puxar os joelhos até o queixo e virar o rosto contra o vidro, para que Henrique não veja as lágrimas que escapam e correm pelo meu rosto.— Tire suas botas do banco. Ele fala seco, sem me olhar.— Foda-se. Respondo com um fio de voz, e limpo a face com a manga do suéter enorme que eu trouxe por acaso ou por medo hoje. A lã áspera me dá algum conforto; a peça é grande o suficiente para me esconder.Ele me ignora. Pela primeira vez, surpreendo-me porque ele não insiste, não as pega com a mão dura e as atira no
Olhei para Henrique. Havia nele a sombra de algo firme como ferro uma crença de que isso era necessário. Olhei para Kleber, com o queixo empinado e dedos entorpecidos de poder, para as mulheres que desviavam o olhar como se nada fosse com elas. E senti algo se romper em meu peito. Não era apenas indignação; era um acumulado de anos em que meu corpo e minhas vontades foram considerados secundários.— Sim. Disse, em voz baixa e ríspida.— Faça o que for preciso.As palavras saíram como uma traição a mim mesma. Ao pronunciá-las, senti que me vendia por um momento de paz que não viria. Eu sabia que, ao dizer “sim”, nenhum deles entenderia a violência daquele consentimento coagido. Seria só mais uma linha assinada num livro de registros.Quando a cortina se fechou atrás de mim, a sala continuou a respirar; lá fora, o mundo seguia como se nada tivesse acontecido. Eu me sentiria deslocada dali em diante e havia, no fundo do meu ódio, uma promessa. De que eu guardaria nomes, rostos e humilh
Assim que me aproximei, a conversa cessou como se alguém tivesse apertado um botão. O ruído morno do salão, risos baixos, o tilintar das xícaras, o barulho das revistas, evaporou.No centro daquele silêncio, os olhares se voltaram para mim como se eu fosse um objeto acidentalmente exposto no palco de um teatro. Meu irmão caminhava à frente, o peito erguido de uma forma que me fazia querer desaparecer no chão.— Rosália. Ele disse, como se estivesse apresentando um troféu.Senti o calor daquelas vozes masculinas antes mesmo de ver seus rostos. Eram olhos que avaliam com a mesma voracidade com que se avalia um cavalo em leilão com cálculo, desejo e desprezo misturados. Alguns tinham a idade suficiente para serem avôs, o que tornava tudo ainda mais absurdo e revoltante. Será que a civilidade deles nunca envelhecerá? Ou era a crueldade que permaneceu jovem naquele salão?Os homens acenaram.Um deles fixou-me de cima a baixo com uma curiosidade quase lasciva que fez meu estômago revirar.
O silêncio dentro do carro do meu irmão é tão pesado que chega a doer nos ouvidos. O som do motor é a única coisa viva entre nós. Lá fora, o mundo parece distante, as árvores passando rápidas, o céu encoberto, o vento frio que corta o ar. Nada parece real. A cada curva, sinto o estômago se revirar, como se a estrada me conduzisse direto para um destino do qual não poderei escapar.Henrique dirige como sempre — firme, impassível, com o maxilar travado. A mesma expressão de quem nunca conheceu o calor de um sorriso verdadeiro. Desde crianças, fomos estranhos um ao outro. Ele sempre pareceu irritado com minha existência, como se eu fosse um lembrete vivo de algo que ele odiava.— Existe alguma mudança com o papai? Pergunto, quebrando o silêncio, com a voz fraca, quase implorando por uma resposta que me acalme.— Não que eu tenha ouvido falar. Ele responde, seco, sem me olhar, girando o volante com um gesto automático.Seguimos em silêncio por mais alguns minutos. O caminho não é o mesmo
O carro avança pelas ruas cinzentas de Manhattan City, e o silêncio entre mim e Henrique é sufocante. Ele dirige com uma tranquilidade irritante, os dedos tamborilando no volante como se nada tivesse acontecido na noite anterior. O mesmo homem que quase me matou agora parece calmo, quase entediado.Eu o observo de soslaio. Os traços perfeitos herdados de nossa mãe — os olhos claros, o queixo marcado — não escondem o monstro que ele é. Sempre foi o favorito dela. O filho obediente, o braço forte, o que faria tudo o que ela mandasse. E ela, claro, adora isso.O motor ronca quando ele muda de faixa. Eu encosto a testa no vidro frio e observo os prédios altos refletindo o sol fraco da manhã. Lá fora, o mundo parece continuar sem perceber que o meu está prestes a desmoronar.As imagens da noite passada insistem em me assombrar: o grito, o empurrão, o gosto metálico do sangue na boca. A dor no pescoço. O olhar dele.Fecho os olhos com força.— Para de pensar nisso... — sussurro para mim mes
Acordei exausta. Meu corpo inteiro parecia pesar toneladas, e minha cabeça latejava como se martelos invisíveis batessem dentro dela. A luz que atravessava a fresta da cortina era fina, mas parecia cortar meus olhos. Apoiei as mãos na cama, sentando devagar, enquanto o enjoo subia, o mesmo que me dominava a noite inteira.As lembranças da noite anterior voltam como um soco. Meus dedos tremem, o estômago se revira. O medo me aperta o peito. Vai ser difícil... muito mais do que eu imaginava. Casar com Luciano Bonanno é uma sentença. Ele me assusta de um jeito que eu não sei explicar, uma mistura de pavor e algo que me deixa sem ar. Vou precisar encontrar uma maneira de suportar isso.Levanto rápido, mas paro quando vejo algo brilhando na minha mão. Um anel.Fixo o olhar na pedra enorme, uma lágrima negra, fria, quase viva. Ela reflete a luz fraca do quarto e, por um segundo, tenho a sensação de que o anel me observa de volta. Meu coração dispara. Tento tirá-lo, puxo com força, mas ele
Último capítulo