Acordei exausta. Meu corpo inteiro parecia pesar toneladas, e minha cabeça latejava como se martelos invisíveis batessem dentro dela. A luz que atravessava a fresta da cortina era fina, mas parecia cortar meus olhos. Apoiei as mãos na cama, sentando devagar, enquanto o enjoo subia, o mesmo que me dominava a noite inteira.
As lembranças da noite anterior voltam como um soco. Meus dedos tremem, o estômago se revira. O medo me aperta o peito. Vai ser difícil... muito mais do que eu imaginava. Casar com Luciano Bonanno é uma sentença. Ele me assusta de um jeito que eu não sei explicar, uma mistura de pavor e algo que me deixa sem ar. Vou precisar encontrar uma maneira de suportar isso.
Levanto rápido, mas paro quando vejo algo brilhando na minha mão.
Um anel.
Fixo o olhar na pedra enorme, uma lágrima negra, fria, quase viva. Ela reflete a luz fraca do quarto e, por um segundo, tenho a sensação de que o anel me observa de volta. Meu coração dispara. Tento tirá-lo, puxo com força, mas ele