Mundo ficciónIniciar sesiónCamila é uma jovem humilde, marcada pelas dívidas e pela luta diária para cuidar da mãe doente. Quando recebe a proposta de ser barriga de aluguel de um casal milionário, ela enxerga a chance de mudar de vida. O contrato parece simples: nove meses de entrega, uma vida de recompensas. Mas dentro da mansão Monteiro, nada é tão simples quanto parece. Beatriz, a esposa sofisticada e controladora, vê Camila apenas como um meio para alcançar seu sonho. Já Ricardo, o marido enigmático e sedutor, carrega em silêncio as feridas de um casamento falido. Entre olhares proibidos, segredos escondidos e desejos inconfessáveis, Camila descobre que o preço de sua escolha vai muito além do dinheiro. O que começou como um acordo frio logo se transforma em um perigoso jogo de traições, paixão e poder, onde cada decisão pode custar o futuro, o coração… e até o bebê que carrega. Barriga de Aluguel: Entre Desejos e Segredos é uma novela arrebatadora, feita de reviravoltas, ganchos emocionantes e capítulos intensos que vão prender você do início ao fim.
Leer másO despertador tocou às seis em ponto, mas Camila já estava acordada muito antes. O colchão fino rangia toda vez que ela se mexia, e o teto mofado do quarto parecia prestes a desabar. A madrugada tinha sido longa, repleta de preocupações que martelavam sua cabeça como um relógio sem fim.
A cada manhã, o mesmo pensamento a atormentava: como sobreviver ao próximo mês? As contas se acumulavam na mesa da cozinha, e o envelope vermelho da companhia de luz era uma ameaça silenciosa: se não pagasse até sexta, ficaria no escuro. O aluguel já estava atrasado dois meses, e o senhorio não escondia a impaciência. Camila respirou fundo, tentou afastar a angústia e se levantou. Preparou um café ralo, dividiu o último pão dormido em duas partes e deixou uma fatia para a mãe doente, que ainda dormia no quarto ao lado. Olhou para a senhora frágil deitada na cama e sentiu um aperto no coração. Não podia deixar que nada faltasse para ela. Foi nesse cenário de desespero que a proposta surgiu. Três dias antes, enquanto trabalhava como recepcionista em uma clínica de fertilidade — um dos seus bicos mal pagos —, Camila ouviu uma conversa no corredor. Duas médicas comentavam discretamente sobre um casal rico, desesperado por um herdeiro, que buscava uma barriga de aluguel. O assunto ficou martelando em sua mente. Naquela noite, ela pesquisou tudo o que pôde sobre o tema. O dinheiro oferecido era suficiente para pagar todas as dívidas, dar conforto à mãe e ainda mudar sua vida. Mas o preço... emprestar seu corpo, carregar um filho que não seria seu. Seria capaz? Camila tentava não pensar mais nisso, mas, quando recebeu a ligação no celular antigo e trincado, seu coração disparou. — Camila Santos? — A voz feminina do outro lado era firme e sofisticada. — Aqui é da família Monteiro. Soube que você tem interesse em um contrato especial. Camila ficou sem ar. Era real. — Eu... sim. Quer dizer, gostaria de entender melhor — respondeu, trêmula. Foi então que marcaram um encontro para aquela manhã. --- Às dez horas, Camila estava diante dos portões de ferro da mansão Monteiro, um palacete de muros altos, câmeras e jardins impecáveis. Sentiu-se uma estranha naquele mundo de luxo. Ajustou a blusa simples, que destoava da sofisticação do lugar, e apertou a campainha. A porta foi aberta por uma empregada uniformizada, que a conduziu até a sala principal. Tudo cheirava a riqueza: lustres de cristal, quadros caros, móveis importados. Camila engoliu em seco. — A senhorita Camila, suponho? — Uma voz feminina ecoou. Era Beatriz Monteiro, uma mulher de porte altivo, cabelos loiros impecáveis e olhar frio. Usava um vestido de seda azul que parecia custar mais do que tudo que Camila tinha no guarda-roupa. — Sim, senhora. — Camila tentou parecer confiante. Beatriz a analisou de cima a baixo, como quem avalia um objeto em exposição. — Você tem boa saúde? Alguma doença? Antecedentes familiares? — perguntou, sem rodeios. — Nenhum grave, senhora. Fiz exames recentes, estão todos em ordem. Beatriz assentiu com um leve sorriso, mas seus olhos permaneciam gelados. Foi nesse instante que outra presença entrou na sala. Ricardo Monteiro. Alto, ombros largos, olhar penetrante. Vestia um terno escuro perfeitamente ajustado ao corpo atlético. Diferente da esposa, havia uma gentileza discreta em seus gestos, algo que fez Camila corar sem entender o motivo. — Camila, não é? — Ele estendeu a mão. — Obrigado por vir. O toque foi breve, mas despertou nela uma corrente elétrica inesperada. Beatriz percebeu o detalhe e estreitou os olhos, mas nada disse. — Vamos direto ao ponto — continuou a esposa. — Precisamos de alguém para gerar nosso filho. Tentamos de todas as formas, mas não foi possível. Você seria bem compensada, claro. — Quanto exatamente? — Camila perguntou, a voz vacilante. Ricardo a encarou com firmeza. — Meio milhão de reais. O suficiente para recomeçar a vida. Camila sentiu o chão sumir sob seus pés. Era muito mais do que poderia imaginar. Com esse dinheiro, poderia salvar sua mãe, pagar todas as dívidas e ainda construir um futuro. Mas o preço... nove meses de entrega total, carregando um filho que não seria seu. Beatriz interrompeu seus pensamentos: — Há cláusulas. Você teria que morar aqui durante toda a gestação. Precisamos de controle total sobre sua saúde e... seu comportamento. Camila piscou, surpresa. — Morar... aqui? — Exatamente. — A esposa se inclinou para frente. — Nada de distrações, nada de romances. Apenas disciplina. A última palavra soou como uma ordem. Ricardo, por sua vez, pareceu desconfortável. Lançou um olhar rápido à esposa, depois voltou-se para Camila. — Sei que é muito para assimilar, mas você terá todo o conforto. Médicos à disposição, segurança, um quarto só seu. E, claro, o pagamento integral no final. Camila respirou fundo. Aquela proposta poderia resolver tudo, mas também a prenderia em uma gaiola dourada, sob o olhar constante de um casal que ela mal conhecia. E, ainda assim, havia algo em Ricardo que a deixava intrigada. Seus olhos, apesar de sérios, transmitiam uma espécie de dor silenciosa, como se ele também fosse prisioneiro daquela situação. — Preciso pensar — murmurou Camila. Beatriz franziu o cenho, como se não estivesse acostumada a ouvir “não”. — Você tem até amanhã. Depois, não haverá segunda chance. Camila se levantou, pronta para ir embora. Mas, antes de alcançar a porta, Ricardo a chamou pelo nome. — Camila... — Sua voz era grave, quase um sussurro. — Só quero que saiba que não está sozinha nessa decisão. Ela o encarou por um instante e sentiu o coração acelerar de novo. Havia algo perigoso ali, algo que não estava no contrato. Saiu da mansão com o peso da escolha sobre os ombros. Sabia que aquela proposta mudaria sua vida para sempre. O que não sabia era que, junto com o dinheiro, vinha também um destino cheio de segredos, traições e desejos proibidos. E o primeiro passo já estava dado.A madrugada caiu silenciosa sobre o chalé, mas dentro deles não havia silêncio algum.Depois do beijo — um beijo que mudou tudo sem precisar de mais nada — Ricardo e Camila tinham ficado ali, abraçados.Mas quando a casa adormeceu, algo dentro dos dois despertou.Camila estava deitada no sofá, a cabeça apoiada no peito dele, mas seu corpo inteiro parecia atento, desperto, elétrico.Ricardo, por sua vez, sentia cada respiração dela como um golpe doce demais para ser ignorado.Ele passou os dedos pelos cabelos dela pela décima vez — e pela décima vez, Camila estremeceu.— Você está gelada — ele murmurou, preocupado.— Não é frio — ela respondeu, baixinho.Ricardo engoliu seco.Porque ele sabia.Ele sentia também.A tensão entre eles não era mais algo que podiam fingir que não existia.Era viva, quente, pulsante.Camila se ajeitou um pouco, o rosto agora perigosamente próximo do pescoço dele. O perfume dela subiu, suave, fazendo o peito de Ricardo subir e descer num ritmo irregular.— Ca
O chalé parecia outro quando eles voltaram.Talvez porque a noite tivesse caído, ou porque o hospital deixara um rastro de medo que agora se dissipava aos poucos.Ou talvez porque, naquela noite, Ricardo e Camila estavam diferentes.Ele ajudou-a a tirar o casaco, cuidadoso, atento, como se ela fosse feita de vidro.Camila sorriu de canto.— Eu estou bem, Ricardo.— Eu sei… — ele disse, guardando o casaco no cabide. — Mas mesmo assim eu quero cuidar de você.O jeito como ele disse aquilo mexeu com ela mais do que deveria.Camila se sentou no sofá, sentindo a respiração enfim voltar ao ritmo normal. Ricardo foi até a cozinha e preparou um chá, como ela gostava: morno, com mel.Quando voltou, entregou a caneca a ela e ficou ali, parado, observando-a beber.— Você está me olhando como se eu fosse desaparecer — ela brincou.Ricardo suspirou, sentando ao lado dela.— Depois de hoje, eu percebi que qualquer coisa pode acontecer. E… eu não quero perder você.Camila virou o rosto devagar.Os o
A porta automática da emergência se abriu com um sopro de ar frio, e a luz branca do hospital atingiu Camila como um estilhaço. Tudo ali parecia mais barulhento que o normal: passos apressados, telefones tocando, carrinhos de medicação deslizando pelo chão encerado.Mas nada era mais barulhento do que o coração dela.Ricardo segurava sua mão, os dedos entrelaçados aos dela com força. Ele parecia ter envelhecido uns cinco anos desde a dor repentina no chalé. A angústia estava estampada em cada linha de seu rosto.— Senta, amor — ele murmurou, guiando-a até uma das cadeiras da recepção.Camila sentou-se devagar, sentindo outra pressão leve na barriga. Não era dor, não exatamente… mas era o suficiente para que sua respiração falhasse.Ricardo notou imediatamente.— Eu vou chamar alguém — ele disse, já se levantando —, fica aqui, eu volto em um segundo.Ela apenas balançou a cabeça, observando-o caminhar até o balcão de atendimento. O porte dele, normalmente seguro, agora parecia carregad
A madrugada chegou silenciosa, envolvendo o chalé em um manto de paz que fazia o mundo parecer menor, mais seguro — quase como se tudo ao redor deles tivesse parado para respeitar aquele instante raro de recomeço.Ricardo permaneceu ali, sentado ao lado de Camila no sofá, como se temesse que qualquer movimento brusco pudesse quebrar a delicadeza daquela noite. Ela estava recostada em seu ombro, os olhos fechados, respirando devagar. O ar entre os dois era morno, suave, tranquilo… mas cheio de sentimentos que não cabiam em palavras.Ele acariciava seus cabelos com gestos lentos, quase devotos.— Faz tanto tempo que eu sonhava com isso… — murmurou Ricardo baixinho, como se confessasse algo a si mesmo.Camila abriu os olhos devagar, olhando para ele com um misto de timidez e confiança.— Com o quê? — ela perguntou.Ele sorriu, aquele sorriso que só aparecia quando o coração vencida o medo.— Com você… aqui.Perto de mim.Sem fugir.Camila suspirou, o rosto aquecendo.— Eu não sei se deix
(original, humanizado, profundo e com tom romântico/intimista)A noite havia caído com uma serenidade rara em Santa Clara.O vento batia de leve nas janelas do chalé, trazendo o cheiro de mato molhado e uma quietude quase sagrada — como se o mundo inteiro tivesse parado só para eles.Camila estava na cozinha, preparando um chá, quando escutou os passos de Ricardo entrando. Ela reconheceria aquele jeito de caminhar mesmo no escuro. Havia algo suave, mas ao mesmo tempo firme — como se cada passo carregasse o peso das dores, escolhas e amores que os trouxeram até ali.Ela não se virou. Talvez porque seu peito ainda estivesse em turbilhão desde a conversa anterior…ou talvez porque, no fundo, temesse que olhar para ele fosse o mesmo que admitir o que ainda sentia.Ricardo parou a poucos metros dela, respirando devagar.— Está melhor? — perguntou ele, a voz baixa, quase um sussurro.Camila segurou a xícara com força — não de medo, mas de tudo o que aquele homem fazia nascer dentro dela.—
A noite caiu devagar, como se o céu tivesse medo de encobrir o que acontecia dentro do chalé.Depois do abraço na varanda, Camila e Ricardo entraram para evitar o frio que aumentava.Mas lá dentro, apesar das paredes quentes, o ar permanecia carregado de algo que nenhum dos dois sabia nomear.Camila caminhou até a pequena cozinha, tentando ocupar as mãos com qualquer coisa — um copo, uma chaleira, um pano.Mas tudo parecia escapar dos dedos, como se ela tivesse perdido o controle até das pequenas coisas.Ricardo a observava em silêncio, encostado na bancada de madeira.Não era o silêncio de antes — tenso, doloroso.Era outro.Um silêncio cuidadoso.Que dizia: “Eu não quero te pressionar, mas não consigo desgrudar de você.”— Quer que eu faça pra você? — ele perguntou com a voz baixa.— Não… eu consigo. — Camila respondeu, mesmo sabendo que não conseguia.Ela se virou para pegar um saquinho de chá, e foi então que o sentiu:Um movimento.Não apenas um pequeno toque.Não apenas um formi
Último capítulo