A mansão Monteiro estava mergulhada em silêncio, mas dentro de Beatriz o barulho era ensurdecedor. A cada passo que dava pelo corredor, lembrava-se da imagem que jamais conseguiria apagar: a porta do quarto de Camila fechando-se atrás de Ricardo.
Ela não precisava abrir para saber o que acontecia lá dentro. O instinto de mulher, de esposa, não a enganava. O cheiro da traição estava no ar, tão forte quanto perfume caro.
Parou diante da grande janela da sala de estar. A noite estava estrelada, mas seus olhos só refletiam tempestade. O copo de vinho tinto tremia em suas mãos, não de fragilidade, mas da fúria prestes a explodir.
“Camila pensa que pode roubar o que é meu… Mas ela vai aprender que comigo não se brinca.”
Na manhã seguinte, Camila acordou exausta. O corpo ainda trazia a lembrança da noite anterior: o toque de Ricardo, os beijos, a sensação de finalmente ser vista como mulher, não como objeto. Mas junto disso vinha a culpa, sufocante, latejante.
Ela se olhou no espelho e viu u