Enquanto a irmã viajava o mundo tentando conquistar um milionário, Helena era a filha ignorada, que trabalhava, estudava e nunca foi valorizada. Tudo muda quando o ex da irmã — um homem poderoso e bilionário — termina o relacionamento e, por ironia do destino, contrata Helena como sua assistente. Humilhada, expulsa de casa pela própria mãe e cercada por segredos, Helena precisa escolher: se afundar ou lutar. Ela não queria amor. Não queria vingança. Só queria paz. Mas quando o amor acontece com quem ela menos esperava, nada mais será como antes. Essa é a história da mulher que foi deixada para trás — e voltou para vencer. Plágio é crime! Por Nayara Barbosa.
Ler maisHelena Duarte
Me permiti acordar um pouco mais tarde no dia da minha folga, era domingo, oito da manhã e eu já acordava com os gritos da minha mãe, surtando por que eu ainda estava dormindo.
— Sua vagabunda, preguiçosa...— Ela b**e na porta do quarto histérica.
Me levanto, abro a porta e a olho sem entender nada.
— O que foi que eu mandei você fazer ontem? — Ela pergunta irada e logo em seguida sinto meu rosto arder. Ela me deu um tapa?
— Para que isso?
— Eu falei para você ir na padaria comprar um café digno de um rei, sua irmã está de volta com o namorado bilionário e certeza que ele vai pedir a mão dela para mim. Eu falei pra você organizar uma mesa de café da manhã perfeita, e você está dormindo? Sua imprestável! — Outro tapa.
Me vesti sem falar nada, essas humilhações eram diárias e o que eu podia fazer? Poderia fazer alguma coisa, mas eu ganho tão pouco, e o pouco que ganho é pra pagar as contas dessa casa, certo que não pagamos aluguel, mas eu me sinto insegura, não acho que consiga bancar um aluguel tão caro iguais esses de São Paulo.
— Cadê o dinheiro?
— Que dinheiro?
— Para comprar as coisas, mãe.
— Você sabe muito bem que eu não trabalho, compre você, com seu cartão.
— Vou comprar uma coisa na qual não irei comer? E outra, eu só recebo final do mês, e que eu saiba hoje cai sua aposentadoria.
— Você sabe que esse dinheiro é para o meu lazer, não posso gastar com bobagens.
— Quer dizer que eu posso?
— Menina insolente... — Antes que ela me agrida de novo, pego minha bolsa e saio de casa.
Segurando as lágrimas ando pelas ruas de SP tentando não deixar que todo o choro instalado em minha garganta saia de uma vez.
Comprei tudo que era necessário para o bendito café da manhã e voltei para casa, escutei o barulho fo chuveiro, sabia que minha mãe estava lá, então arrumei a mesa, com capricho, peguei minha mochila, coloquei algumas coisas e saí, sabia que ela não iria me querer em casa para que não passasse vergonha com o possível genro. Mandei mensagem para uma amiga e ela disse que estava saindo de viagem mas que poderia ficar na casa dela, por quanto tempo eu quisesse.
Na verdade ela já me chamou pra morar com ela faz tempo, mas eu sempre fiquei com vergonha em aceitar, e minha mãe querer fazer alguém coisa com ela. É difícil dizer, mas minha mãe é maluca.
Meu celular vibrou, achei que poderia ser minha mãe me chamando para ir para casa, mas tive uma surpresa ao saber que era do trabalho.
"Helena, bom dia! Sei que é sua folga, mas preciso que compareça a empresa, o chefe quer falar com você."
Meu coração gelou, eu não podia perder esse emprego agora, seria o maior inferno naquela casa se eu perdesse esse emprego, as humilhações ficariam ainda mais impossíveis.
Mas eu não iria chorar agora, antes de saber o que realmente é, então me arrumei e saí de casa indo para o hotel Montez, no qual eu era recepcionista há 2 anos.
~~~
Valentina Duarte
Havia chegado a essa cidadezinha pela força do ódio, só por que Davi insistiu em conhecer minha mãe. Por mim, ficaríamos em Paris para o resto da vida, mas acho que ele queira pedir minha mão, ele é muito certinho.
— Você já vai sair?
— Tenho que passar na empresa, antes de tudo.
— Irei arrumar as malas.
— Não precisa, não ficaremos muito tempo.
— Já vamos voltar? Aí que maravilha, não esquece de mandar aquele dinheiro que pedi.
— Já mandei. — Disse e saio do quarto.
Conferi se o dinheiro já havia caído e pedi para o motorista me deixar na casa da minha mãe. Chegando lá ela já estava na porta, me esperando com um sorriso de orelha a orelha.
— Minha filha, querida. — Ela me abraçou e logo fomos entrando.
Vi a mesa posta digna de um hotel de luxo, fiquei surpresa.
— Caprichou em mamãe.
— Foi sua irmã, sabemos que ela pode ser uma pobretona com espírito pobre, mas é caprichosa e trabalha em um hotel então sabe como que faz.
— Tenho que concordar. — Digo pegando uma taça com suco.
— O que meu genro tanto quer falar comigo?
— Acho que ele vai me pedir em casamento, mamãe. Estou tão empolgada!
— Será um sonho, finalmente vou sair dessa miséria.
— Sim, mamãe. Iremos viajar o mundo.
— E deixarei Helena cuidando da casa, pagando um aluguel mínimo de 2 mil reais, para qualquer eventualidade.
— A senhora quem sabe, mamãe. — Digo sentando no sofá. — Davi está demorando demais.
— Ele deve esta resolvendo alguma coisa no trabalho, querida.
— Odeio esperar mamãe, odeio.
~~~
Helena Duarte
Cheguei no hotel e já me mandaram para o escritório, e lá estava Davi Montez, o dono de tudo isso. Fazia um tempo que não víamos ele, pois ele estava cuidando da filial recém aberta em Paris.
— Bom dia senhor Montez. – Digo entrando na sala, após bater claro.
— Bom dia Senhorita Duarte. — Ele dez sinal para que eu me sentasse. — Bom, eu vou direto ao ponto, peço desculpas por tira-la do seu dia de folga, mas o Paulo, seu gerente, fala muito bem de você, e eu preciso de uma assistente pessoal, que cuide da minha agenda em tempo integral, e que vá comigo para qualquer lugar que eu vá, seja cidade, estado ou país. E como Paulo me indicou você, como sua melhor funcionária, eu não pensei em outra pessoa. Achei muito incrível que começou aqui no hotel como faxineira e em 2 anos já está como recepcionista, e ainda faz faculdade não é ?
— Sim, faço administração e contabilidade.
— Perfeito! Gostaria de saber se essa oportunidade lhe interessa. Desculpe perguntar, mas preciso se saber se é casada, se tem filhos, pois esse cargo exigirá 100% de você.
— Sim, sim. Essa oportunidade é única, eu não poderia em sã consciência rejeitar, e não tenho nada que me prenda.
— Perfeito então. Irei resolver os papéis aqui na empresa e amanhã já estarei partindo, organize suas coisas e te espero aqui no hotel amanhã.
— Sim senhor. — Digo saindo da sala mais feliz que uma criança que acaba de ganhar um pirulito, essa é a oportunidade da minha vida.
Fui direto para casa, para contar a novidade para minha mãe, não me preocupando se Valentina e o noivo estariam lá.
— Mamãe? Mãe!!!
— O que garota?
— Eu recebi uma promoção incrível.
— E o que eu tenho haver? Foi promovida a gerente? Não em importa, sua irmã será noiva de um homem rico, e vai me tirar dessa vida.
Valentina estava sentada no sofá e não esboçou nenhuma reação com as humilhações de mamãe para comigo.
— Já que recebeu promoção já pode se virar, pegue sua coisas e vá embora.
Eu não podia acreditar no que ela estava dizendo, ela estava me expulsando de casa? Não, isso não era possível.
— Você está maluca?
— Não, maluca eu estava em deixar você as minhas custas todos esses anos?
— As suas custas? Quem pagou tudo nessa casa sempre foi eu. Pelo amor de Deus, você é... — Antes que eu terminasse, ela me deu um tapa e me colocou pra fora de casa. Não deixou eu pegar nada.
— E não volte mais aqui. — Ela fechou a porta da minha cara. Minha sorte que sempre ando com meus documentos.
Eu estava tão em choque que não conseguia esboçar nenhuma reacao, eu simplesmente não conseguia acreditar que minha própria mãe, estivesse fazendo isso comigo, não conseguia acreditar.
~~~
Davi Montez
Sai do hotel com as malas de Valentina pronto para devolve-la para a mãe dela. Quando comecei a me relacionar com ela, ela era uma pessoa totalmente diferente, agora ela demonstra ser quem realmente é, interesseira e soberba, e eu não quero uma mulher dessa ao meu lado, eu já perdi o amor que sentia por ela faz tempo.
Meu motorista estacionou na porta da casa e logo já fui recebida por Valentina e pela mãe, Norma. Dei sinal para meu motorista ir tirando as malas enquanto estiver lá dentro.
— Finalmente consegui conhecê-la, senhora.
— Há por favor, me chame de Norma, genrinho.
— Pois bem, Norma, estou aqui para...
— Sim, você tem minha benção. Claro que deixo você se casar com minha preciosa. — Ela fala como uma maritaca e eu dou uma risada chocado com a cara de pau, agora sei a quem ela puxou.
— A senhora está entendo errado, estou aqui para devolver a sua filha, por respeito, até por que nunca vim pedir para namorar ela aqui, pois ela nunca deixou que eu conhecesse a família, e agora vejo por que. Valentina demosntrou ser uma interesseira, soberba e muito cara de pau, e eu não quero uma mulher desse jeito como minha esposa, futura mãe de meus filhos. Depositei uma quantia generosa em sua conta para ajudar com as despesas até sua filha se organizar, se quiser posso até oferecer um trabalho em um dos meus hotéis, já que é difícil conseguir trabalho sem estudo. Mas a partir de agora eu não quero mais nada com sua filha, corto laços com ela.
— Você não pode fazer isso Davi, você está ficando louco? — Valentina diz e pula em meus braços arranhando meu pescoço. Tiro ela de perto de mim, a jogando no sofá.
— Não adianta espernear.
— Seu idiota! Covarde! Infeliz! Como ousa rejeitar o meu bebê?
— Adeus! — Digo saindo da casa.
— E as minha coisas, Davi? Minhas joias? Meus bens?
— Suas coisas estão tudo aqui nessas malas, nada mais você tem direito. Adeus Valentina, espero de coração que um dia você mude e seja mais humilde.
Entro no meu carro e o motorista sai o mais rápido daquele lugar.
{...}
Ravi DuarteO som da chuva batendo contra a vidraça sempre me fez pensar no futuro. Talvez porque a chuva carregue o passado embora, deixando a promessa de um recomeço. Era exatamente isso que eu sentia naquele momento: a vida diante de mim, com todas as suas escolhas e responsabilidades.Completar dezoito anos não era apenas sobre ter liberdade, era sobre carregar um peso que até então eu não conhecia. Minha mãe sempre dizia que cada decisão molda o destino, e agora, eu estava prestes a descobrir se estava pronto para isso.— Cara, você tá viajando de novo… — a voz de Ruan, meu primo, me arrancou dos pensamentos. Ele se jogou no sofá ao meu lado, com aquele jeito despreocupado que parecia não se abalar com nada. — Desde a festa você anda aéreo. É por causa dela, né?Corei imediatamente, desviando o olhar. Não precisava que ele dissesse o nome. Eu sabia exatamente de quem ele estava falando.— Não é nada disso. — menti, mal conseguindo segurar o sorriso.Ruan riu alto, balançando a ca
Helena Duarte O sol brilhava alto naquele dia, aquecendo meu rosto e iluminando o grande jardim da nossa casa, decorado com bandeirolas coloridas, flores e uma mesa farta de doces e salgados. Balões de todos os tons flutuavam ao vento e uma grande faixa dizia: “Feliz 18 anos, Ravi!”. A música suave preenchia o ambiente, e cada convidado que chegava trazia sorrisos e abraços, espalhando alegria por todo o espaço.Eu observava meu filho, Ravi, caminhar pelo jardim. Ele cresceu tão rápido… alto, de sorriso fácil e olhar cheio de vida. Meu coração se apertava e se enchia ao mesmo tempo, lembrando cada passo que demos juntos, cada dificuldade que superamos, cada lágrima que transformamos em força.— Mãe… — chamou ele, aproximando-se, os olhos brilhando com curiosidade e amor. — Eu não entendo uma coisa… por que você nunca se casou? Você sempre viveu só para mim…Meu peito apertou, e eu o puxei para perto, abraçando-o com toda a força que eu ainda tinha. Queria proteger todos os meus anos
MarianaO dia finalmente havia chegado. Depois de tanto planejar, de tantas conversas, reuniões, ajustes e risadas nervosas, eu estava prestes a me casar com Hugo. Meu coração batia acelerado, e eu sentia aquela mistura deliciosa de ansiedade, emoção e felicidade que só o amor verdadeiro pode trazer.Enquanto olhava meu vestido no espelho, percebi o quanto minha vida havia mudado nos últimos anos. Helena sempre ao meu lado, Ravi crescendo saudável e encantador, Hugo sempre paciente, sempre gentil, sempre meu porto seguro. E agora, finalmente, estávamos prestes a oficializar tudo isso diante das pessoas que mais amávamos.— Mariana, você está linda. — Helena disse, a voz embargada pela emoção, segurando minha mão. — Ele vai se apaixonar ainda mais quando te ver.— Eu sei, Hel… mas estou nervosa. — Confessei, respirando fundo. — E se eu chorar antes de chegar no altar?— Então vamos chorar juntas. — Ela sorriu, acariciando meu braço. — Hoje é o nosso dia também, não esquece.A cerimônia
MarianaMeses haviam passado desde que Helena retomou a empresa e eu me tornara parte inseparável de sua vida. A amizade entre nós se fortalecia a cada dia — eu estava ali para ajudá-la, protegê-la e partilhar cada vitória. Hugo, o investidor que se tornou amigo, sempre estava presente também, oferecendo conselhos e suporte, mas naquela tarde havia algo no ar diferente, algo carregado de expectativa.Estávamos na sala de reuniões, discutindo os detalhes do novo investimento internacional, quando Hugo me chamou discretamente para um canto da sala.— Mariana… você tem um momento? — ele perguntou, o olhar sério, mas com um brilho nos olhos que eu não conseguia decifrar.— Claro, Hugo. — respondi, curiosa, sentindo meu coração acelerar.Ele respirou fundo, ajeitando a postura como se estivesse se preparando para algo muito importante.— Mariana… nós trabalhamos juntos, passamos por muitos desafios e… eu me tornei mais do que amigo de você. Eu gosto de você. Muito. — Sua voz tremia levemen
Helena DuarteOs meses se passaram, e a gestação se desenvolvia como uma promessa silenciosa de vida. Cada movimento do bebê, cada pontada e cada chute suave que eu sentia era como se Davi estivesse ali, me segurando pela mão, me encorajando a continuar. O enjoo inicial deu lugar a uma rotina mais equilibrada, e mesmo nos dias mais difíceis, eu podia sorrir ao sentir meu filho mexer, lembrando-me de que nunca mais estaria sozinha.Mariana se tornou mais do que uma amiga — ela era minha rocha, minha confidente, o ombro seguro em que podia me apoiar sem reservas. Entre consultas médicas, reuniões e contratos, ela estava sempre ali, antecipando minhas necessidades, segurando minha mão quando a ansiedade apertava, ou simplesmente rindo comigo das pequenas vitórias do dia a dia. Com Mariana, não havia pressa, nem julgamentos, apenas compreensão e presença verdadeira.O trabalho nas empresas também florescia. Helena Duarte, que antes se sentia perdida e esmagada pelo peso da dor, agora rede
Helena DuarteO mundo parecia pesado demais para meus ombros. Dois meses de dor intensa, de noites em claro, de lembranças que me esmagavam. Meu corpo reclamava, cada músculo, cada osso doía como se tivesse carregado o peso de todas as perdas de uma vida inteira. O ar parecia denso, quase impossível de respirar, e minha mente sussurrava pensamentos que eu queria esquecer. Talvez fosse melhor… talvez fosse mesmo hora de acabar com toda aquela dor.O sol ainda estava tímido, filtrando-se pelas cortinas do meu quarto, quando despertei. Meu corpo reclamava, pesado da dor e da saudade, mas algo dentro de mim me impulsionava a continuar. Fechei os olhos por um instante, e fui levada a um sonho: uma visão vívida de todos que amava.No sonho, Davi sorria para mim, segurando minha mão com firmeza.— Você não pode desistir, Helena. Nós acreditamos em você — dizia ele, os olhos brilhando de confiança.Ruan, pequeno e cheio de vida, corria ao redor, rindo e segurando um ursinho de pelúcia.— Tia,
Último capítulo