Mundo de ficçãoIniciar sessãoEnquanto a irmã viajava o mundo tentando conquistar um milionário, Helena era a filha ignorada, que trabalhava, estudava e nunca foi valorizada. Tudo muda quando o ex da irmã — um homem poderoso e bilionário — termina o relacionamento e, por ironia do destino, contrata Helena como sua assistente. Humilhada, expulsa de casa pela própria mãe e cercada por segredos, Helena precisa escolher: se afundar ou lutar. Ela não queria amor. Não queria vingança. Só queria paz. Mas quando o amor acontece com quem ela menos esperava, nada mais será como antes. Essa é a história da mulher que foi deixada para trás — e voltou para vencer. Plágio é crime! Por Nayara Barbosa.
Ler maisRuan DuarteO relógio marcava três e vinte da manhã quando o telefone de Ravi começou a vibrar sobre a mesa da sala. Nenhum de nós dormia de verdade. Milena estava internada desde o começo da noite, e a espera tinha se transformado em um silêncio pesado, quase sufocante.Ravi atendeu no segundo toque.— Alô?Ele não disse mais nada. Apenas ouviu. Seus olhos se encheram de lágrimas antes mesmo de desligar.— É agora. — disse, com a voz falhando. — Ela entrou em trabalho de parto.Saímos de casa quase correndo. O caminho até o hospital pareceu mais longo do que nunca. Ravi dirigia com cuidado exagerado, como se cada semáforo fosse um teste de paciência impossível.— Eu não sei se tô pronto. — ele murmurou, sem tirar os olhos da estrada.— Ninguém nunca está. — respondi. — Mas isso não te impede de ser.No hospital, o cheiro de antisséptico misturado ao ar gelado me trouxe lembranças que eu nem sabia que guardava. Jéssica já estava lá, andando de um lado para o outro, com o rosto tenso e
Ruan DuarteAlgumas escolhas não pedem coragem.Elas exigem renúncia, maturidade… e a disposição de perder algo para ganhar o que realmente importa.A nossa semana começou com uma conversa que eu sabia que viria, mas nunca imaginei que ouviria tão cedo.Ravi bateu na porta do meu quarto ainda antes das oito da manhã. O cabelo bagunçado, o rosto sério demais para alguém da idade dele. Milena vinha logo atrás, mãos cruzadas sobre o ventre ainda discreto, mas já carregado de um peso que não era só físico.— A gente precisa conversar. — Ravi disse.Sentei na cama e fiz sinal para entrarem.Ele respirou fundo.— Eu falei com minha mãe ontem à noite. De verdade. Sem gritos. Sem fugir. — engoliu seco. — Disse que o bebê é meu. Que eu vou assumir. Que não importa se ela concorda ou não.Milena segurou a mão dele com força.— E ela disse o quê? — perguntei.— Que eu estou jogando minha vida fora. — ele respondeu. — Mas também disse que… prefere um filho responsável do que um covarde.Não era u
Ruan DuarteExistem rupturas que fazem barulho — gritos, portas batendo, palavras ditas no calor da raiva.E existem aquelas que doem mais: as silenciosas.A semana seguinte à confirmação da gravidez de Milena foi assim. Cheia de silêncios que gritavam.O almoço de domingo, que sempre foi barulhento e caótico na casa das nossas mães, aconteceu em um clima estranho demais. As vozes estavam baixas, os risos forçados, os talheres pareciam altos demais batendo nos pratos.Minha mãe mal olhava para Jéssica.A mãe de Ravi evitava olhar para Milena.E ninguém, absolutamente ninguém, tinha coragem de olhar diretamente para mim.— Então… — minha mãe começou, quebrando o silêncio — como anda a faculdade?A pergunta veio tarde demais. E rasa demais.— Indo. — respondi, seco.Jéssica permanecia sentada ao meu lado, postura ereta, mas o corpo tenso. Eu sentia isso só de encostar nela. A mão dela repousava sobre o colo, os dedos entrelaçados com força demais.— E você, Jéssica? — perguntou minha mã
Ruan DuarteExistem dias em que a vida não pede licença. Ela simplesmente chega, bate à porta com força e, quando você abre, nada mais é igual. Aquele foi um desses dias.Eu estava na sala do apartamento, o silêncio quebrado apenas pelo som distante da cidade, quando ouvi a porta se abrir devagar demais. Milena entrou primeiro. O rosto pálido, os olhos marejados. Ravi vinha logo atrás, passando as mãos pelos cabelos, andando de um lado para o outro como um leão enjaulado.Jéssica veio por último. Calma demais. E isso me assustou mais do que qualquer desespero.— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, levantando.Milena não conseguiu responder. As lágrimas começaram a cair antes das palavras.Foi Jéssica quem falou.— Aconteceu.O coração começou a bater descompassado.— Sentem-se. — ela disse, apontando o sofá.Ravi sentou primeiro, as pernas tremendo. Milena se sentou ao lado dele, segurando sua mão como se fosse a única coisa que a mantinha de pé. Eu permaneci em pé, sentindo que algo
Ruan DuarteExistem verdades que não pedem permissão para existir. Elas apenas crescem, pesam, ocupam espaço dentro do peito até não caber mais silêncio. E quando finalmente são ditas em voz alta, não importa o quanto doa — elas libertam.Eu sabia que aquele dia chegaria. Só não imaginei que seria tão cedo… nem que faria tanto barulho.Tudo começou numa terça-feira aparentemente comum. Eu estava no apartamento, tentando me concentrar em um trabalho da faculdade, quando Jéssica chegou mais cedo do que o normal. O rosto pálido, os olhos vermelhos, a bolsa quase caindo da mão.— O que aconteceu? — perguntei, levantando num pulo.Ela largou tudo no sofá e se sentou, passando as mãos pelo rosto.— Fui chamada na coordenação.Meu estômago revirou.— Eles sabem?— Não… ainda não. — Ela respirou fundo. — Mas alguém desconfia. Comentários, olhares, perguntas atravessadas. Não dá mais pra fingir que nada está acontecendo.Sentei ao lado dela, segurando sua mão.— Então a gente para de fingir.E
Ruan DuarteExiste um tipo de medo que não grita. Ele se senta à mesa com você, segura os talheres com educação e sorri para quem ama, enquanto por dentro tudo treme. Foi assim naquele domingo.O almoço em família tinha sido ideia das nossas mães. “Para celebrar a nova fase de vocês”, disseram, animadas demais para quem não fazia ideia do que realmente estava em jogo. Ravi e eu trocamos um olhar silencioso quando recebemos a mensagem no grupo da família. Milena confirmou presença quase ao mesmo tempo. Jéssica demorou mais. Quando respondeu, veio apenas um “ok” seco. Conhecia aquele tom. Era pânico disfarçado de controle.Chegamos cedo à casa da tia Helena — mãe do Ravi — porque ela insistiu em ajudar com a sobremesa. A casa estava cheia de cheiros bons: alho dourando, carne assando, ervas frescas. Um cenário comum. Familiar demais para o turbilhão que eu carregava.— Meu Deus, vocês estão magros! — minha mãe disse assim que nos viu, puxando-me para um abraço apertado. — Faculdade suga





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