Julia DavenportDe cabeça baixa, segui Dean para fora do quarto. Depois que papai saiu, nos deixando com um silêncio, e uma decisão, não tive outra alternativa que não a de arrumar minha mala, jogando as roupas de qualquer jeito. Estava doendo, muito, e ainda assim, sabia que aquela era a decisão certa.Ou tentei me convencer disso. Meu pai sentado em sua habitual poltrona marrom, a mesma em que me sentei a seus pés e o escutei contar uma infinidade de histórias de fantasmas a cada tempestade, de repente pareceram quase inexistentes. Ele havia mudado tanto depois que minha mãe nos deixou... ele se transformou quando ela se tornara uma mulher doente, droga.Receosa, andei em direção a ele, percebendo o rosto começando a inchar pelos hematomas dos socos, mas o habitual conhaque estava preso entre seus dedos que giravam o copo, como se o liquido escuro fosse mais fácil de olhar do que eu. Isso estava me matando por dentro.— Papai, eu... — Tentei toca-lo, mas o estampido do copo sendo a
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