Amélia
Amélia acordou com náuseas violentas.
O pequeno quarto que havia conseguido alugar no interior do Paraná era abafado e o cheiro de mofo parecia se multiplicar. Ela correu até o banheiro e vomitou de joelhos, tremendo. Era a terceira manhã seguida em que isso acontecia.
— Deve ser nervoso… — murmurou para si mesma, lavando o rosto com água fria.
Mas no fundo, ela sabia que não era só isso. Sua menstruação estava atrasada há mais de duas semanas. Seus seios estavam sensíveis, e agora, o enjoo matinal? Era como uma equação que se resolvia sozinha.
Tentou afastar o pensamento, mas ele voltou com força.
E se eu estiver grávida?
Levantou-se trêmula, pegou uma blusa qualquer, amarrou o cabelo em um coque e saiu às pressas pela cidadezinha. O mercadinho mais próximo tinha poucos produtos, mas um teste de farmácia ela conseguiu comprar.
Voltou com o coração acelerado.
Fechou-se no banheiro, mãos tremendo. Esperou os minutos mais longos de sua vida.
Dois tracinhos vermelhos.
Positivo.
O